quinta-feira, 20 de maio de 2010

Eu Distante

Não seria como qualquer objeto, como qualquer passaro que paira no ar, as idéias e sugestões para que eu fosse feliz eram tantas que me fizeram surgir complicações no meu modo de ser e agir, tudo que eu mais queria era ter uma vida rodeada de certezas e vidas, me sentia cada vez mais distante de tudo e todos, no meu caminhar dia a dia os pensamentos eram tantos, hora positivos, hora negativos, os interrogatórios feitos a mim mesmo eram os que mais me confundiam, e claro que entendia muito bem tudo que me falavam, percebia a todo instante que as pessoas ao meu redor queriam-me muito bem, mais o medo de ser corroído por tudo que me ouvia vez distanciar da realidade que minha vida oferecera desde neném, os amores oferecidos a mim eram retribuídos por diversas vezes com o ódio que morava no meu eu, e me sentia “DISTANTE” de mim mesmo, certo dia cheguei a ser grosseiro com minha mãe e não percebi o tamanho pecado cometido por um coração desajustado consigo mesmo, hoje depois de tantas saudades tento ao menos ser um espírito arrependido, agora sim procuro encontrar os bons conselhos que muitos me ofereceram, e o engraçado e que não me cobraram nada, e tenho dificuldades para me reajustar e me encontrar com o verdadeiro amor que me ofereceram, lembro que no meu nascimento tanto papai, como mamãe, me proporcionou uma grande festa pela minha chegada, tive uma vida recheada de amores e verdades, mais nunca pensei que pagaria caro com as atitudes que escolhi para viver durante minha permanência entre o mundo físico, agora não consigo se quer encontrar uma luz para minhas perturbadas indecisões, passo por momentos de incertezas, de quem eu sou ou serei, não consigo enxergar quase nada em minha frente, e o pouco que vejo não satisfaz minha vontade, e não me levam a lugar algum, sinto vários espíritos ao meu lado, mais nem um deles transmite a segurança que não aceitei no meu físico, jamais poderia imaginar que as cobranças seriam de sofrimentos e solidão, quanto mais me procuro, Não consigo me encontrar, e o medo da distancia dos que me amaram em vida me entristece e enfraquece o espírito que regeu meus passos durante as oportunidades que deixei no mundo físico onde só as pessoas de coração verdadeiras são capazes de serem percebidos, hoje eu completaria 25 anos se não fosse minha desobediência com meus pais, mesmo tendo que fazer muitos passar por maus momentos por minha causa, observo daqui que todos me amaram verdadeiramente, e ainda me amam, mesmo nas suas lembranças, sabem que fui um homem pelo sexo que nasci mais nunca vivi como tal homem, nunca tive coragem para tentar angariar algum trocado para as despesas de casa, e vivi todos os meus momentos à custa da minha família, o meu negocio era gastar... Gastar e gastar, era viciado em qualquer tipo de jogo que existisse, apostavam até mesmo o que não tinha, quando ganhava tudo bem mais, quando perdia o jeito de cumprir o pagamento era ir de encontro com minhas vitimas e quantas sofreram em minhas mãos, os que tirei suas vidas me encontraram aqui, não me cobraram nada, e ainda me perdoaram pelo que eu tinha feito a cada um deles, eu me senti um inútil,comecei a detestar até minha própria sombra que parecia zombar-se de mim.

Éramos quatro irmãos, sendo duas meninas e dois meninos, Nelma fora a primeira a ganhar vida, depois Saulo, Iolanda e eu, meu nome foi dado como homenagem ao meu bisavô, Lucio Flavio, pena que só servi para carregar seu nome por lugares que ele nunca viveu, e não procurei ter o conhecimento que ele teve e viveu desde neném eu era contra os carinhos que minha mãe demonstrava aos meus irmãos, e causava muitos conflitos, a desobediência era meu prato predileto, o não significava sim e o sim transformei varias vezes em não, com o passar do tempo nem mesmo os castigos que recebia dos mais velhos fizeram com que eu vivesse em paz, fui matriculado em um colégio onde meus irmãos tiveram tamanho sucesso ao contrario de mim que não consegui sair do primeiro ano, para o desespero de minha mãe em poder ver os outros filhos já formados e não se completar a sua alegria quando lembrava de mim, o meu ódio aumentava quando ouvia mamãe dizer, o meu advogado chegou, como minha Médica,
Demora, e meus dentistas estão atrasados, e eu pensava não sirvo para nada, mais ela ainda ira me reconhecer, e falar muito em mim, mesmo que eu estiver “DISTANTE” Os dias e anos foram se distanciando, e as realidades fugiam cada vez mais de mim, aceitei acho que um pouco tarde encontrar a luz para meus desesperados dias, conheci perto de casa Flavia Márcia, filha de um comerciante bem sucedido e de alta estima, eu que estava com 24 anos ela ainda caminhava feliz com seus 22, mais suas idéias pareciam de uma pessoa bem mais madura e sempre consciente, convidou-me para irmos juntos em um domingo ouvir uma palestra onde o assunto seria sobre a vida, os desajustes e sofrimentos, e é claro que aceitei de imediato, não pela palestra mais sim pela companhia daquela garota que meu interior corroeu de necessidades, Flavia era do tipo de garota que chamava atenção de qualquer homem, e eu estava engrandecido por estar na sua companhia, senti mais acreditado sabendo que ela sabia dos meus erros e desajustes, Mais sua vontade em me ajudar dava para notar que eram verdadeiros, ao chegarmos onde se realizaria a tal palestra senti algo de estranho, parecia que alguma coisa me dizia que nada de bom estaria por vim, fui apresentado para algumas pessoas para mim não significou tanto os abertos de mãos e abraços de boa vinda, me coloquei sentado nas primeiras cadeiras, pois, Flavia estava ali e eu não poderia ficar viajando entre estranhos, foram chegando pessoas de todas as qualidades e há maioria demonstrava sofrimento, eu que ainda não havia entendido nada do que podia vim acontecer ali, foi quando apareceu um senhor de cabelos avermelhados com algumas toalhas em suas mãos, e eu continuava sem entender nada e falei aos ouvidos de Flavia o que acontecia ali, sorrindo disse-me tenha um pouco de paciência, resolvi perguntar novamente e as toalhas para que servem? Sua resposta virá agora preste atenção, após se identificar o coroa com as toalhas desceu alguns degraus e começou a distribuir para cada um ali presente, todas com cores diferentes uma das outras, resmunguei explicações diretamente ao homem que distribua as toalhas, olhando para mim entregou-me uma vermelha e desejou-me boas vindas, e em voz alta cumprimentou a todos ali presente principalmente os que ali estavam pela primeira vez como eu, e começou senhores que aqui estão presente estas toalhas servira como ponto de referencia para cada um de vocês, elas indicara as dificuldades que cada qual trás consigo, as toalhas “brancas”indica que vocês estão se reencontrando e aceitando o caminho que DEUS confiou a cada um dos senhores, as “amarelas”representa ainda dificuldades que em breve conseguiras com sua tolerância, amor, e bondade conforme a vontade de cada um, mais para que isso possa acontecer e necessário mentalizar coisas boas ao seu favor e a favor dos que rodearem vocês, busquem aceitar os degraus difíceis de suas vidas e saberão encontrar o que buscam, e vocês que estão com as toalhas “vermelhas”neste momento necessitam de uma força maior que a necessária, seus desequilíbrios, desamores, e desigualdades tende a encontrar a perfeição de cada um, você ele se referia a mim, olhei de um lado para o outro e ele afirmou e você mesmo chegue até a mim, como não queria nada com nada levantei e ouvi Flavia dizer vai com deus, aproximei e como se o homem estivesse dentro de um fogaréu falou-me esse calor que me faz agora são seus reajustes esquecidos por você mesmo, e continuou porque comete tantos erros? Porque maltrata quem sempre te amou? Porque esse ódio, esse desamor? Ainda está a tempo de se reencontrar, e interrompendo o que ele me falava disse, quem e você para dizer o que necessito ou preciso, sou bastante velho para saber dos meus costumes e vontades, e tem mais o que faço ou deixo de fazer e problema meu entendeu, acho que você não e nem capaz de dizer-me quem você realmente e, não preciso de seus conselhos sai dali cuspindo fogo sem ao menos lembrar-me de Flavia, após sair daquele local fui direto para a “sinuca” com alguns trocados que eu havia tirado da bolsa de Flavia sem que ao menos ela percebesse, o local era como se eu estivesse no paraíso, ali sim eu me sentia bem, cachaça as companhias eram as melhores e a todo instante podia ter a certeza de que eu tinha alguma importância pois os que ali estavam me aceitavam bem, o que eu não sabia e que estava “obsidiado” ninguém comentou nada antes comigo, sobre espíritos cobradores, as coisas ruins que os mesmos podem nos oferecer, hoje compreendo o quanto necessitei daquela toalha vermelha rejeitada por mim, dos conselhos daquele senhor com qual tratei com grosserias, a falta da minha provável saída que por poucos instantes fora Flavia, e hoje daqui sinto necessidade de tudo que deixei escapar, por causa das minhas intolerâncias, dos meus desamores, das faltas de incompreensão, de não ouvir os que simplesmente queriam ajudar-me, continuarei a contar minha passagem rápida pelo mundo físico, fui um cara amado mais nunca consegui amar ninguém nem mesmo meus pais e familiares, possuía um bom lar, tinha tudo que necessitava, mais não dava a mínima e não acreditava que poderia estar errado, eu não importava com o que me cobravam sem saber que era para meu bem, estava eu em um certo dia meio fora de mim com alguns entorpecentes que agente adquire fácil,Fácil ai fora, nem podia imaginar que estava em um caminho cheio de abismos e falsidades, meus pais já haviam tentado de tudo para que eu mudasse meu jeito de ser, de agir e viver com tanta indiferença, eu fazia de conta que aceitava Mais continuava nas minhas viagens ilusórias onde as mentiras falavam mais alto por mim, as amizades continuavam a crescer sempre para o lado negativo, Flavia notando que não havia como procurar ajudar-me também sumiu de minha vida, e Eu não trocava esperanças de vida com meus irmãos estes que fingiam não notar minha presença entre eles e a sociedade que faziam parte e isto tudo me corroia mais ainda, minha vontade era tanta em poder ser igual há eles parece que algo me empurrava cada vez mais para o abismo de um mundo cheio de negatividades, e incertezas, lembro-me que em certo dia passando frente ao colégio onde meus pais tentaram que eu viesse a ser alguém, como meu irmão coisa que não consegui, apoio tive e muito, parei em frente o mesmo banco onde pela primeira vez tirei meus tragos de uma substancia química que me fez abandonar meus objetos escolares ali mesmo para nunca mais voltar, mais nesse dia a raiva tomou conta do meu “EU” peguei um pedaço de pedra e jogando contra as vidraças de um lugar que poderia ser meu tudo por minha ignorância tornou meu nada, fui apanhado pelos vigias que estavam quase próximo de mim, entregaram-me aos policiais que faziam ronda naquele dia tentei explicar minha atitude resmungar o nome de meus pais e irmãos, mesmo assim fui recolhido até o quartel militar não muito longe dali, colocaram-me de mãos e pés amarrados em um espaço minúsculo que mal eu podia se mover, senti que rodaram comigo por diversas horas só cheguei a ver a luz do dia depois de umas três ou quatro horas, abriram a porta e puxando-me como se estivessem lidando com um animal qualquer, e exigi bons tratos e recebi pontapés e tapas que jamais recebi se quer algum na companhia de meus pais, empurraram-me contra uma parede chapiscada onde sofri alguns arranhões, colocaram-me junto com outros detentos esses que vinham de vandalismos e consumo de drogas e outros vícios, sentei em um canto imundo lembrei de imediato do conforto e do cheiro agradável que meu lar, oferecia O lugar mesmo sendo sujo era cuidado por um dos homens que ali estava há mais tempo que eu, este que pediu para que eu saísse dali, pois ele queria sentar-se, respondi que ele poderia sentar no meu colo pois dali eu não sairia, este que saiu de perto de mim e rodeando pela sela percebi que ele apanhou algo em outro canto da parede e vindo em minha direção desferiu vários golpes de um ferro todo sujo, senti naquele momento tanta falta da minha querida mãe, ao levantar me vi todo ensangüentado e pude sentir o calor de meu sangue correr pelo meu corpo, caminhei até a grade para tentar ajuda ao implorar socorro fui atingido novamente agora senti que o objeto atravessara meu corpo e perdendo as poucas forças que ainda me restavam cai, esse foi meu ultimo estágio no mundo físico, agora relato tudo de bom que deixei de realizar por andar em maus caminhos e aceitar conselhos errôneos, vejo que em vida fiz meus pais sofrerem e até mesmo depois de minha partida sentem a solidão corroer seus dias e noites com minha ausência, e eu agora posso dizer que nunca estive presente em suas vidas mais vivi sim o meu “EU DISTANTE”, obsidiado até nos dias de hoje.
Obs.A obsessão é a ação persistente que um mau espírito exerce sobre um individuo.
Apresenta caracteres muito diferentes, desde a simples influencia moral, sem sinais exteriores sensíveis, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Ela oblitera todas as faculdades mediúnicas, na mediunidade escrevente, se traduz pela obstinação de um espírito em se manifestar, com exclusão de todos os outros.
A obsessão é quase sempre o resultado de uma vingança exercida por um espírito, e que, o mais frequentemente, tem sua origem nas relações que o obsidiado teve com ele numa precedente existência.

(Trecho do livro o evangelho segundo espiritismo pág.361)

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