segunda-feira, 14 de junho de 2010

Campos Floridos (Francisco de Assis)

Caminhei até a porteira onde se encontrava Isaac, este que brincava de vai e vem pendurado onde suas mãos tocavam as poucas gramas ainda molhada pela brisa fria da noite anterior, como de costume tínhamos como se fosse uma obrigação nossa tomar o tão saboroso lanche feito por Mafalda naquele lugar, pois as poucas migalhas de nosso lanche atraiam diversas qualidades de pássaros, dos quais o João de Barro fazia sempre sua algazarra, como se estivesse dançando, e tínhamos ainda a esperança de avistarmos o beija-flor dos rochedos florais, pois sabíamos que não muito distante dali a concentração dessa espécie era farta, nós que constantemente fabricávamos nossas tão conhecidas arapucas que espalhávamos quintal afora, principalmente nas leiras após a quebra do milho, as perdizes era as que mais destruíam nossas armadilhas pelo seu tamanho, já o jacu e o inhambu capturávamos fácil, papai a está hora estava na estrada carreando a boiada e Samuel na colheita do Napie para a trituração onde era feito a ração para o sustendo dos animais na invernada, minha vida fora praticamente desfrutar o maguinifico lugar este recheado de córregos e facilmente construíamos nossas brincadeiras, Dona Rosália era a responsável com a fabricação dos doces caseiros dos muitos que eu apreciava uma boa goiabada com o suculento requeijão, tanto eu como Isaac sempre inventávamos algo diferente, em um dia desses planejamos levantar uma pequena casinha entre os fortes galhos da aroeira, onde colocamos uns troncos estes não muito pesados e entrelaçamos com taquaras de bambu, a nossa cobertura foi feita com folhas de bananeira e algumas de coqueiro, em um final de semana recebemos as visitas de nossos primos que a tempo moravam em uma cidadezinha próxima, e vez enquanto resgatavam um tempinho para que pudéssemos desfrutar juntos das nossas anarquias de meninos, eles que chegaram a uma tarde de sexta-feira onde o sol já se punha atrás das enormes figueiras onde está recebia como em todas as tardes Diversos pássaros e os mais assanhadinhos e canta roladores eram os pássaros pretos que eu tanto maravilhava com teus assobios, Gilmar o primo de mais idade trouxera com sigo uma bolandeira, ou seja, um estilingue feito com uma linda forquilha e de borrachas resistentes, e diversas bolinhas de gude, eu que estava tomando as benções de meus tios não presenciei a estupidez de Gilmar ele que parecia estar de mal com a vida, desferia vários golpes com suas bolinhas de gude e seu estilingue em direção a figueira, e em uma dessas tacadas ouvi Isaac gritar acertou... Acertou ao sair em direção aos dois vi Gilmar com um pássaro preto em tuas mãos, este que coitadinho ainda debatia suas frágeis asinhas, fui direto ao encontro do mesmo e não sei o que passou no meu eu interior, pois encostado próximo a um cochete estava um chicote feito de crinas de animais este que mamãe chamava de sedem, raivoso com aquela atitude de meu primo desferi vários golpes sobre tuas pernas e costas das quais as marcas eram vistas ao longe, só mesmo com a intervenção do tio Diogo este que arrancara de minhas mãos com um pouco de violência o chicote manchado com um pouco do sangue, pois as finas crinas cortaram profundo, agira desta forma sem pensar mais era a mesma coisa se estivessem tirando um pedaço de mim, pegando o pequeno pássaro que ainda debatia-se o levei até ao paiol coloquei um pouco de sal grosso nos teus ferimentos e molhei um pouco sua pequena cabeçinha e colocando em um lugar quente torcendo pela sua recuperação onde amarrara um esparadrapo em uma de suas perninhas, depois da maluquice que fiz ao primo minha mãe ainda colocou-me de castigo, eu não podia ficar tranqueado por ter agredido meu primo era ele que fez errado e não eu, o que o pássaro havia feito com ele, para querer destrui-lo? A noite já ia se aprofundando hora adentro, e eu só ouvindo o que falavam, quando ouvi os latidos do Freedon este que comemorava a chegada de meu pai, esperava contar com ele para que pudesse ser liberto este que sempre apoiara muitas das bagunças que eu inventava, confesso que por causa de um pássaro preto e por ter agredido o primo papai me deu o maior sermão e prometera mandar-me para a cidade, coisa que eu jamais pensaria em ir, comecei a planejar meu refugio, pensei até mesmo na casinha que eu e Isaac construímos mais seria fácil para que eles me encontrassem, foi ai que tive a idéia de tentar chegar aos rochedos florais onde talvez poderia ter a companhia do tão sonhado encontro com os beija-flores, logo ao amanhecer de um sábado que era perfeito para a agitação pelos campos onde poderia desfrutar da presença de tio, tia e primos, coisa está que não aconteceu, fui liberado simplesmente para tomar meu café desta vez em companhia de Mafalda e Rosália e ao longe avistava Isaac na nossa tão preferida porteira e os mesmos pássaros sobrevoavam, encostado perto de um fogão a lenha este que oferecia um cheiro agradável pelos pãezinhos de queijos feitos por Mafalda e Rosália por entre uma pequena janela ao que meus olhos podiam enxergar vira exatamente os lindos campos onde os florais estavam cobertos por diversas cores, parecia eu ser convidado pelos beija flores, e comecei bolar minha fuga para aquele destino, mais para cidade eu jamais iria, mesmo que eu tivesse de ficar longe dos pássaros pretos eu suportaria, quando percebi que estava a sós abri o forno este que me fez arder os olhos com o vapor muito quente do forno, retirei uma forma dessas medias onde eram colocada uma quantidade até razoável dos pãezinhos, pegando uma sacola esta revestida em couro, que papai ganhara do Godofredo e colocando os pãezinhos dentro voltei direto ao meu quarto, onde já havia separado algumas peças de roupas, minha mãe e tia Gorete estavam no celeiro onde separavam algumas dúzias de Ovos, pois ouvira falar na noite anterior que preparariam uma festinha surpresa para o caçula Isaac, deste que peguei uma fotografia antiga, mais que me faria lembrar-me daquele que tantas alegrias compartilhou comigo, só torceria para que ele continuasse a tomar seu lanche próximo a porteira assim nossos passarinhos degustariam as fartas migalhas de pão, pela pequena janela do meu quarto com um pouco de dificuldade em instantes estava eu entre umas mudas de erva cidreiras estas que ficava próximas de uma cerca que separava as hortaliças que eu mesmo plantara, depois de tomar a direção já definida por mim, em uma trilha onde nossos animais passavam, não muito longe percebi que algo me acompanhava, fiquei agachado entre uns galhos de araçá, que era uma goiabinha do campo, e logo chegara até a mim Freedon o verdadeiro amigo, este que eu ganhara do Antenor vizinho nosso aqui,ordenando que voltasse ele parecia que nem existia,pois das minhas ordens não tive respostas, e juntos seguimos em direção aos campos florais, este que alguns tempos atrás foi visitado por diversas jovens, elas que diziam ser pesquisadoras e ficaram sabendo que em nossas terras haviam qualidades de flores e orquídeas ainda desconhecidas por muitos, caminhamos por uma hora sempre em direção ao sol, este que se escondia atrás dos altos rochedos, enquanto estava eu ali entre navalhas cortantes, outra espécie de colonião mais que feria a pele facilmente, Isaac insistentemente chama-me frente minha porta do quarto, não tendo respostas procurou primeiro por Mafalda ela que disse sua mãe falou que não e para deixar teu irmão sair sem as ordens dela, ele que fora até ao paiol onde os primos ajudavam mamãe e tia debulhando algumas espigas de milho, esta que fora sempre minha missão, debulhar algumas espigas para o trato das fartas galinhas e marrecos que possuíamos, Isaac falou mãe o Chiquinho não está no quarto, eu chamei...Chamei e ele nem respondeu queria dizer a ele que hoje consegui alimentar os filhotes Do João de Barro, minha mãe dissera está e emburrado não podendo brincar, vou acabar aqui o deixarei sair, e Isaac comemorou, o que ela nem imaginava que está hora estava eu longe, e já com saudades, mais não poderia voltar agora, pois papai prometera levar-me para cidade, ao chegar próximo ao pé acho do rochedo mais alto este que eu tinha certeza que de casa quando eu e o Isaac tomávamos nosso lanche avistávamos, comecei a subir apoiando-me em alguns galhos que sustentaram minha caminhada,depois de algum tempo chegamos ao final da trilha que percorríamos, digo chegamos, pois meu cachorro me acompanhava onde agora uma pequena mata se fechava em nossa frente, antes de continuar resolvi arrastar um pedaço de um tronco de uma pitangueira, está que estava ainda carregada de deliciosos frutos, colhi alguns e sentei-me para descansar um pouco, pois o tempo parecia revoltar com minha atitude tomada, pois as nuvens cobriam o escaldante sol, e todo momento pensava comigo papai e que fique com a riqueza dele, se quer pensa em ajudar alguém nem seu irmão este que e pai do primo que eu batera defendendo meus pássaros pretos, pegando a sacola e retirando alguns dos pãezinhos de queijo que eu havia pegado em casa, e cortando ao meio dividi com Freedon este que se acomodou entre a pouca clareira, sem que eu percebesse vi em minha frente uma linda pomba dessas Juritis que pousara em uma rama florida, e como se estivesse também querendo compartilhar daquele simples lanche nos observa na expectativa de aproveitar ao menos as migalhas, levantei-me e fui a sua direção com um pedaço menor e estendendo meu braço próximo ao teu bico está que se fez tranqüila e aceitou minha aproximação, ao pegar o minúsculo pedaço oferecido sobrevoou por cima de mim, chegando até a um pé de Mangaba onde fizera teu ninho, percebi que a festa foi grande e fiquei feliz, junto com as poucas peças de roupas que eu pegara coloquei um saquinho de couro cheio de farelo de milho, pois tinha toda certeza que Encontraria as lindas beija flores, pois eu me aproximara e muito do campo florido este que víamos quase todos os dias, estava preparando para continuar quando Freedon este que parece ter dado uma saída para conhecer melhor onde estávamos voltou e seu focinho estava úmido e eu tive a certeza que encontrara água, segui o trajeto feito por ele e não indo ao longe de onde estava encontrei uma água pura e cristalina que corria sobre as enormes rochas, colhi o suficiente usando uma moringa onde eu tinha colocado o leite queimado feito por Mafalda está que sabia que tanto eu como Isaac adorávamos, retornei e ajuntando a pequena bolsa com meus pertences recomecei minha fuga, está que parecia me ofertar grandes amigos, pois um lindo casalzinho de Lebre acompanhou-me estes que fora em minha frente parecendo ser meus guias, quando os fortes trovões começaram acompanhados de relâmpagos, chegamos em uma mine entrada até parecia esculpida a séculos, está que foi o bastante para que eu pudesse-me proteger.
Nesta hora o desespero em casa era grande, pois todos já tinham notado minha ausência e que eu não estava por perto, papai que confortava minha mãe dizendo logo, logo ele aparece ainda mais com o temporal que vem ai, mais nada adiantou, pois não apareci conforme esperavam e a discussão entre meus pais foram grandes onde meu pai falava se você não tivesse colocado o menino de castigo nada disso tinha acontecido... E mamãe rebatia foi sua culpa você sabe que ele mal gosta de ir à cidade estudar aquela ameaça de levá-lo definitivo para a cidade e que fez tomar essa decisão... E lamentava por anda andara meu Francisco há está hora, eu que me ajeitava na pequena gruta entre algumas pedras, em frente à entrada colhi alguns pedaços de madeira dos quais ao se queimarem exalou um cheiro agradável, pois era mescla e naquela região tinha muito poriço que os beija flores refugiavam-se ali, o vento frio fizera com que eu retirasse um cobertor que eu ganhara de minha avó de cor marrom o qual usei para cobrir-me, o vento que incomodava fez com que Freedon e o casalzinho de lebres aconchegasse junto de mim, ao aproximar das horas e eu não aparecia fez com que meu pai procurasse ajuda entre alguns moradores da redondezas, onde os mesmos não deram informações sobre minha pessoa, até que mesmo da forte chuva vasculharam diversos lugares mais nada de mim, a noite para minha família parecia não ter fim o único que conseguira repousar como um anjo foi o caçula Isaac, ele que falou assim que Chiquinho chegar avise-me, eu que nesta hora havia já feito minha oração agradecendo por tudo que havia recebido dos meus pais, e desculpando-me pelo o ocorrido, a calmaria da forte tempestade passou, resolvi sentar-me sobre uma pedra e em minha frente havia outra parecia em formato de um cocô cortado ao meio, coloquei ali um pouco do fubá junto com o milho triturado por mim mesmo, pois era o preferido dos pássaros que me visitava todos os dias, as fortes brasas foi o suficiente para aquecermos a noite toda, ao raiar de um novo dia este que viera cheio de encantos com teus reflexos sobre as mais lindas Margaridas dos campos floridos, alguns Canários já faziam sua alvorada, e ao pé da pedra onde havia colocado a quantidade de trato para algum pássaro dos quais me surpreendi,pois eram vários inclusive diversas beija flores de todos os tons de cores, e eu maravilhei com o que meus olhos registrava no momento o pássaro preto que cantarolava alegremente parecendo agradecer-me por ter salvo,pois em minha frente estava o mesmo pássaro com o curativo em uma de suas perninhas Juro que deixei algumas lagrima tomarem conta de meu rosto, preparei tudo novamente em minha sacola e continuei minha caminhada sobre aqueles enormes rochedos onde as gigantes flores enfeitavam a paisagem, já no topo do rochedo mais alto ao longe avistara minha pequenina casa esta que aos poucos foram desaparecendo entre os campos florais, andei... Andei e muito por direções indefinidas e desconhecidas por mim, agora eu colocara em minha cabeça a metade de uma casca de cocô, este que eu encontrara depois que sai da aconchegante gruta, onde uma linda gaivota passara bem próximo de mim, e confesso que não sabia o motivo que fez com que tantos pássaros até alguns que eu ainda não conhecia todos me acompanhavam, pensei pode ser porque eu carregava um delicioso fubá de milho triturado, por volta do meio dia, pois aprendera com meu avô que o sol estando no centro do céu esta seria a hora, abaixei-me entre a frescura de uma linda castanheira, e tirando a parte da casca de cocô que usava como se fosse um chapéu coloquei uma quantidade de milho triturado onde os meus amiguinhos se ajuntaram, pegando mais uns pãezinhos dividi outra vez com Freedon e alimentei me - também, o movimento era grande na casa de meus pais que agora contavam com a presença de diversas pessoas especializadas em resgate, eles que vasculharam até o pequeno ribeirão próximo de casa, este que recebia uma quantidade de águas vindas da forte chuvarada da noite anterior, e meu pai pensava em tudo que havia falado, sobre porque guardar tanta riqueza se muitas pessoas precisavam, e eu ainda dizia papai do céu vai te castigar um dia...Ai papai pensou consigo profundamente seria esse o tal castigo!Apos dias de procura deram por encerrada a minha busca, Mafalda sentia que Isaac sofria, nem mesmo o lanche feito na porteira como antes ele não realizava mais, Rosália perdera até mesmo o jeito do gostoso tempero que eu tanto gostava, ela que falava pelos cantos da casa até Freedon desapareceu onde andarão e chorava disfarçadamente.
Papai ai no mundo físico passou a confiar nas minhas palavras onde estiver tristeza pai que você leve a alegria, onde estiver trevas que o senhor leve a luz, onde estiver discórdias entre muitos que leve a união, serás feliz pai quando estiver ao seu poder o que te alimentara e virá em dobro em suas terras tudo que ofertar aos mais necessitados... Ele que tomou a decisão de ajudar a todos que o procurava depois que Freedon retornou trazendo consigo a esperança de poderem encontrar-me ainda com vida.
Confesso que fui trazido a este plano espiritual depois de fazer grandes caridades entre muitas nações, e nós dias de hoje continuo emanado minhas energias espirituais entre muitos de vocês, dos quais filhos meus rejeitam os verdadeiros amigos... Pássaros, cachorros e toda espécie criada para cada um de vocês... Tenham paciência não destruam o habitat daqueles que emanam sobre o mundo sofrido um pouco de certeza que a vida depende de cada um que respira esse glorioso oxigênio, cuidado os dias prometido está por vim sem ao menos esperarem, aproveitem suas oportunidades façam com que o amor chegue onde o ódio tenta comandar, hoje confio a vós outros um pouco do que fui em vida e grande multidão roga meu Santo nome FRANCISCO de ASSIS, fiquem na paz.


GABRIEL.

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