quarta-feira, 30 de junho de 2010

PEDREGULHOS



Caminhávamos todos os dias uns três kilometros para podermos chegar ao lugar onde poderíamos aprender nossos primeiros be a bás, a caminhada era difícil, pois a estradinha que percorríamos era cobertas por afiados pedregulhos das diversas rochas formadas na nossa região esquecida de que ali poderia ter pessoas com uma vontade imensa de conhecer o verdadeiro futuro, que para nós parecia não chegar nunca, eu e mais três amigos entre eles Dalva uma amiguinha com teus doze anos éramos unidos para tudo, até mesmo para contar nossas anedotas quando parávamos um momento debaixo da seringueira, pois além do difícil acesso pela estrada o sol escaldante corroia nossos frágeis cabelos, o que me fez vim até a este que vós escreveis neste momento e para contar o que nós reservava em um dia onde tudo parecia calmo e tranqüilo, até mesmo na nossa caminhada em direção ao lugar este que construído por Dona Dorotéia onde aprendemos um pouco do que podemos chamar de leitura e escrever nossos nomes, Dona Dorotéia que já tinha tido a oportunidade de se encontrar com o tal futuro promissor em suas andanças, se casara com o Sr. Fortunato este que sempre fora um grande pecuarista de nossa redondeza, não sentindo-se bem em viver longe do que sempre o fazia enxergar ao longe no sentido de plantar, colher e criar um pequeno rebanho de carneiros e algumas cabeças de gado, fizera com que conquistasse o coração de sua esposa que se formara em uma escola mais graduada na cidade grande, para ajuntar-se a ele naquele lugarzinho onde parecia ser tão promissor, com o passar dos dias e meses Dona Dorotéia começou a fazer diversas visitas nas pequenas propriedades em volta de suas terras que eram de maior quantidades, e em suas visitas chegara em frente ao nosso velho cochete, onde fora recebida com os latidos do pequeno mascotinho de casa um xuaua, eu que estava na companhia de Pedro Henrique irmão de Dalva sentados sobre o frio ladrio de nossa varanda fomos até aquela que no momento ainda era Uma Estranha, após se apresentar quis saber de mamãe, ela que no momento ainda recolhia uns pedaços de uma carne charqueada por papai no dia anterior, vendo que alguém havia chegado deixou por um momento teus afazeres veio toda sorridente em direção a visita que acabara de chegar, colocando sua montaria amarrada sobre um pilar de eucalipto que sustentava um enorme tambor onde era tipo de reservatório d água, desmontando e cumprimentado todos nós pediu que gostaria de falar sobre educação, mamãe tadinha ela que também sempre acompanhou meu pai nessa batalha de ilusões por dias melhores não teve oportunidades de conhecer nem as primeiras letras do alfabeto, mesmo assim era muito educada e oferecendo nossa simples casa para aquela que chegara cansada pelo desgaste demonstrado em teu rosto, sentando se e com uma bolsa de couro resistente onde trouxera diversos livros, estes que ao abrir mostrava um mutuado de risquinhos pretos, ao perguntar para ela o que seria respondeu me com um sorriso são letrinhas, resmunguei hummm... Depois de esclarecer minha curiosidade aceitou um copo com água retirada das profundidades de nossa cisterna, conversaram bastante e a todo o momento eu percebia que aquela mulher ali estava com boas intenções só que no momento eu ainda estava perdido de tudo inclusive do que se tratava essa educação que ela tanto insistia falar, entendi sim quando ela perguntou quantos meninos a senhora tem aqui? Mamãe respondeu em casa tenho dois esse ai e o Jardel, bom e esse outro e parente ou um vizinho, a este ai e o Pedrinho mora na baixada aqui perto mesmo de casa, e tem uma irmãzinha também a Dalvinha, ela continuou bom gostaria de saber se a senhora permitia teus filhos participarem da minha escola, estou acabando de construir na minha propriedade uma sala onde poderei dar continuidade na educação, eles já estudaram antes? Olha dona... A sim sou Dorotéia muito prazer, então como eu ia dizendo esses meninos ainda não tiveram essa chance não, e eu estava até falando estes dias com meu marido que deveríamos sacrificar um pouco e levar esses meninos até a vila, para que eles ao menos aprendam escrever teus nomes, mais se a senhora veio até a nós oferecendo o que procurávamos e claro que eles participaram sim, e vou pedir para que Pedrinho vá chamar a sua mãe porque ela também vai gostar muito dessa idéia, não... Não e preciso incomodá-la eu mesma irei até a ela e farei o mesmo convite, olha assim que eu estiver com tudo organizadinho aviso vocês tudo bem! Tudo bem confirmou mamãe, e eu perguntei dona ontem vi passar lá pra suas bandas um caminhão granduso... Há sim são as carteiras que ganhei com a doação da secretaria de educação lá da cidade que irá me apoiar nesse projeto educação no sertão, bom vou ver se consigo falar com sua mãe Pedrinho, ele disse vou à frente fazendo companhia, e fomos juntos eu, Pedrinho e aquela mulher que trouxera uma novidade muito boa para nos, e eu pensava o tal futuro da escritura pelo menos está chegando, não passava do meio dia quando chegamos à casa de Pedro onde fomos recebidos por Dona Donizete ela que estava na desbuia de umas espigas de milho, deixando-os de lado e recebera também com alegria aquela simpática visita, depois de se apresentarem e de Dona Dorotéia ter comentado sobre a suposta sala de aula, Dalva que ajudava nas tarefas de casa suspirou de felicidade e comemorou obaaa... Enfim vamos ter alguém para ensinar os segredos das escrituras, e Dona Dorotéia maravilhava com aquela alegria toda.
Depois que Dorotéia retornou para suas terras ficamos na esperança de que ela voltasse logo, pois agora a vontade era imensa dentro de todos nós, sentamos e começamos a contar os filhos de nossos vizinhos e chegamos a uma conclusão de que a tal sala de aula deveria ser enorme, pois conseguimos lembrar-se de uns quinze amiguinhos que esperavam também, por esse momento, quando Ananias que era meu pai chegou fui o primeiro ir a sua direção e Fabiano meu irmão de maior idade que a minha, e contando-lhes o que havia acontecido naquele dia, papai perguntou a minha mãe que boberada e essa mulher que Jardel está dizendo, mamãe respondeu bobagem não homem do céu e pura verdade olhe aqui uns livros que Dorotéia deixou papai desfolhando um dos livros no momento até gostou da idéia, mas percebi que ao fundo algo deixou meio duvidoso por estar acontecendo aquele fato num lugar distante de tudo e esquecido por muitos, disse de onde e essa tal Dorotéia, mamãe respondeu uai homem e esposa do Sr. Fortunato você não ficou sabendo que ele havia trago a mulher dele da cidade para esse nosso finzinho de mundo... E sorriu, papai falou e eu preciso ir ver isso de perto afinal daqui de casa lá nas terras dele e um mucado longe, amanha vou ver se aparto um tempinho para ir lá ver como eles vão se ajeitar com esses meninos todos, confesso que minha ansiedade era tanta que já não queria brincar com nossos cavalinhos feitos de bambu, e curioso olhava folha por folha do livro deixado por Dona Dorotéia, papai esteve sim esteve nas terras do Sr. Fortunato e contou-nós que era muito bem arrumadinho, onde as carteiras poderiam acolher até mais de um menino, e confirmou o que eu havia dito há ele dias atrás, depois de duas semanas tivemos a visita do Sr Fortunato trazendo a resposta tão esperada por mim e Pedrinho, este que falou começamos amanha tudo bem... Comemoramos dizendo simmmmmmmm... E começamos a preparar para o dia seguinte, a ânsia de chegar logo fazia com que aquele dia fosse o mais comprido de todos e a noite demorava a chegar, logo pela manha saboreei uma delicia de qualhada acompanhado com uns biscoitos de polvilho, Fabiano que já estava com o carrinho de tração animal selado e pronto, este que nós levaríamos até a escola prometida por Dona Dorotéia, papai que havia autorizado nossa primeira participação junto aos outros colegas naquele dia, aonde já deixara claro que nós próximos iríamos todos a pé, pois o carrinho era utilizado na colheita do milho, depois de reunirmos fomos em direção daquele que seria nosso primeiro contato com uma caneta, lápis e borracha estes que dividiam espaço dentro de nossos embornais com os poucos cadernos, os três kilometros pareciam dobrar e a demora para avistarmos a ponte que atravessava o rio dos peixes estava longe do alcance de nossos olhos, depois que isso nos aconteceu já estávamos nas terras do Sr Fortunato onde podíamos ver a beleza e alegria das seriemas ao alto do morro, onde pela primeira vez avistei tipo uma gruta mais que passou como despercebidas pelos outros que estavam comigo, ao chegarmos recebemos boas vindas de Dona Dorotéia que fazia companhia para alguns novos amiguinhos que ainda não conhecia, descemos e fomos diretos para uma sala enorme onde as cadeiras eram de fato iguais as que papai falara, em um cômodo ao lado lavamos nossas mãos e foi nós oferecido um delicioso leite queimado com pães de queijo, assim que tomei pela segunda vez meu café da manha, fomos acomodados nas carteiras esta que acomodou eu, Dalva e Pedrinho, meu irmão sentara-se com outros amigos conhecidos a poucos instantes, frente a uma parede com um espaço pintado em preto, Dona Dorotéia começou a escrever as primeiras letras que chamavam-se vogais, pedindo para que tirássemos um caderno, lápis e borracha e acrescentou, agora vocês tentem copiar desta mesma forma que eu escrevo tudo bem? Respondemos tudo bem, confesso que para escrever as cinco vogais eu demorei de quinze a vinte minutos mais que ficaram perfeitos, onde pude receber elogios daquela que carinhosamente tentava entregar-me a oportunidade de ser alguém um dia, e assim fui aprendendo aos poucos, depois vieram diversos deveres dos quais eu dedicava e muito, confundia um pouco quando fazíamos as continhas eu que me lembro bem de números nunca fui apegado, e a tal matemática ainda até nós dias de hoje dificulta muito os aprendizados dos que estão começando, as semanas e meses foram-se passando, e como todo dia nossas noites eram passageiras e nossas manhas nos acompanhavam ligeiras, pois tínhamos que acordar assim que papai e Ataíde este que era o responsável da retira do leite das poucas vacas que possuíamos afinal os três kilometros nos esperava e os pedregulhos afiados também, nesse dia fizera uma coisa que nunca havia feito antes de minha ida para escola, brinquei com minha cachorrinha, abracei fortemente papai e mamãe e ainda brinquei com a maritaca assanhada, e fui acompanhado até ao cochete por um bezerro que eu ajudara no seu nascimento, só não entendi o porquê aquela atitude minha, ao chegar ao cochete Pedrinho e Dalva ajuntou-se a mim e Fabiano, caminhamos rápidos e cuidadosos, pois o sol ainda não nós oferecia uma visão completa, depois de atravessarmos o rio o sol que parecia arder naquele dia deu lugar para uma nuvem negra onde fizera o sol ficar avermelhado e notamos uns riscos cortarem os céus acompanhados como se fosse uma grande corda esticada em chamas, e em minutos um forte temporal devastava tudo até a enorme figueira viera ao chão, e percebi que junto vinham diversos pedaços de pedregulhos pensei que as enormes rochas estavam explodindo, quando estes pequenos estilhaços rochosos tocavam o chão iniciava uma pequena labareda de fogo que instantes se espalhou pelo campo afora onde as lindas plantações de milho e algodões vieram transformar se em cinzas, voltar para casa Seria uma loucura com tantas pedrinhas avermelhadas vindas não sei de onde, a única saída foi convidar as pressas os que me acompanhavam e entramos ainda por uma mata onde diversos coloniões nos cortaram, seguimos em direção a gruta que eu vira no meu primeiro dia naquelas terras, não quis nem saber se já havia alguém ou algum animal se protegendo também ali dentro, era uma pequena fenda em uma pedra com uma altura razoável e propicia para nós proteger, assim que ficamos ali totalmente quase imóveis, pois o espaço era pequeno para que pudesse abrigar nós quatro, em instantes ouvimos diversos estalos e relâmpagos cortando o céu, e uma forte chuva começara como o vento soprava em direção contraria da entrada da pequena rocha que nós abrigávamos pudemos acompanhar tudo com muita dificuldade de visão, notávamos alguma coisa assim que os relâmpagos eram mostrados, e juntos pensávamos em nossos pais, nos nossos amigos, e a nossa escola como poderia estar a este momento? As horas passavam mais a forte chuva não, tudo foi desaparecendo até mesmo a nossa estradinha cheia de pedregulhos foram afogados em meio tanta água, juro que meu corpo doía, minhas pernas pareciam não existir, Dalvinha chorava a todo instante mesmo sendo confortada por Pedrinho, quando pensávamos que estaríamos livres de tudo que nossos olhos registraram até o momento, uma forte tromba d’água veio arrastando tudo pela frente, e pude ouvir sim alguns gritos de socorro, as águas do rio ajuntaram-se com a forte chuva e com o vento que soprava furiosamente devastou tudo que encontrara levando até mesmo meu sonhado futuro, deixando simplesmente o tal do ponto de interrogação que eu já havia aprendido, porque será que está fúria toda vieste até a nós? Será que fomos os únicos a serem atingidos? Não sei se foi o cansaço mais adormeci juntamente com os demais, acordamos com um forte cheiro este que parecia ser enxofre que fez tomar uma decisão, fui saindo aos poucos e procurando apoio consegui um espaço tentando encontrar uma saída para o indefinido caminho que viemos, quando senti que estava seguro chamei pelos que ficaram e cuidadosamente seguiram me, nós que já podíamos avistar alguma coisa em nossa frente porque só uma neblina esfumaçada está que ardia nossos olhos e o cheiro parecia corroer nosso interior, Dalva foi a única a ter vômitos, depois de caminharmos por alguns instantes eu tinha certeza de que estávamos a caminho de casa,pois sentia meus pés pisarem nos mesmos pedregulhos cortantes, quando mais caminhávamos parecia que distanciávamos cada vez mais de nossa meta que seria nosso lar, e em meio de tantas duvidas ainda lembrava-me do que Dona Dorotéia falou-me quando estiver em dificuldades lembre-se que você sempre será mais você, mesmo estando aqui ou não, era o que me dava forças para tentar encontrar nosso caminho, eu ainda que tive as dificuldades dobradas,pois Pedrinho e meu irmão passaram muito mal necessitando cuidados, mais onde arranjaria cuidados naquela hora, gritar sei que não me traria resposta alguma, pois eu até confundia se ainda era dia ou noite se realmente estava vivo ou não, mais tivemos sim o mesmo fim de todos que moravam naquele finzinho de mundo igual minha mãe dizia, e na esperança de alcançar um objetivo a mais nesta minha sofrida vida no físico, me fez entender que mesmo no plano espiritual você pode continuar aquilo que tanto te perseguiu em matéria física, na ânsia de me levar pelo caminho pontiagudos dos pequenos pedregulhos e que me fizeram juntamente com aqueles que estiveram ao meu lado caminhar por um mar de rosas ACREDITANDO que tudo acontece conforme nossos merecimentos, e o que eu aprendera nós meus dias encarnado foi justamente acreditar que um dia podemos ir confiantes de um dia retornarmos.

FIQUEM NA PAZ.

Gabriel.

domingo, 27 de junho de 2010

A SANTA

... Como se o céu estivesse chorando as ultimas lagrimas de saudade tentando esclarecer para si mesmo o esquecimento dos reflexos do sol, assim sentia aquela jovem esquecida por tudo e por todos, fazia o melhor para que as pessoas reconhecessem, e observassem sua presença entre os mesmos, e para aqueles que te queriam bem, tentando entender o que seria necessário para que pudessem ao menos ouvi-la.
Juliana uma negra de família simples achava que sua indiferença entre todos poderia ser o fato da cor, aos 18 anos morava na fazenda inocência interior de minas gerais, onde as águas do rio Paranaíba faziam fronteira com rio Piedade, fazenda esta que oferecia lindas cachoeiras onde Juliana por diversas vezes sozinha sentava sobre as pedras que estavam sempre molhadas com a brisa das águas caindo constante das cascatas da famosa cachoeira do véu, ali Juliana sentia-se mais segura e podia ter a certeza de que algo no espiritual fazia presença,
Marin Aldo um mulato de 58 anos forte responsável pelos cuidados naquela fazenda este tomando os maiores cuidados para Juliana não perceber seguia a jovem o tempo todo, neste dia viu a menina sumir entre a mata fechada em direção que levava aquelas maravilhas cachoeiras.
Marin Aldo que já havia presenciado vários rituais que Juliana oferecera, mais pensava para quem? O que significava tudo aquilo? Era um dia calmo apesar de o vento soprar fortemente alguns pés de guariroba espécie de palmito amargo da região, passando entre eles Marin Aldo mantendo distancia, presenciou uma forte irradiação vinda das águas que caia constantemente das quedas que as belezas daquelas cachoeiras ofereciam, assustado com o que teus olhos registraram, e entre pensamentos e cheio de incertezas viu o momento que Juliana já despida repousar teu lindo corpo sobre as águas do rio piedade, repartindo algumas pétalas de uma flor de alecrim o inesperado aconteceu, o mulato sem piscar teus olhos viu a sua frente o fenômeno daquelas águas, Juliana surgiu der repente sobre a água vestida
toda de azul em branco, com os cabelos lisos e uma coroa recheada por diversas qualidades e tipos de flores, e seu perfume era sentido a distancia, ela que caminhou sobre as águas em direção a queda maior e passando entre o véu de água desapareceu.

O mulato aproximando um pouco mais ouviu um canto que tocou seu coração ao fundo, eram como se estivesse varias pessoas sussurrando prantos de dores e saudades, o vento que antes soprava fortemente agora apresentava uma calmaria tamanha, e a melodia suave vindo daquele lugar trouxe vários tipos e espécie de pássaros e os peixes que eram difíceis de serem vistos por ali pareciam flutuar na flor das águas, der repente as nuvens que eram poucas começaram oferecer fortes pingos de água só nas imediações das cachoeiras, preocupado com a demora da menina Juliana, Marin Aldo deixando seus pares de botas ao lado juntamente com algumas peças de roupas pessoais entrou nas águas em busca da jovem, ele que era considerado um peixe dentro da água sentira muitas dificuldades para enfrentar as poucas águas daquele lago formado a beira do rio piedade até as cachoeiras, sentiu seu corpo gelado e ao mesmo tempo como se estivesse sendo arrastado por alguém dando apoio conseguiu aproximar onde há poucos instantes vira a jovem desaparecer, ao atravessar a enorme queda DE água ficou maravilhado com o que viu a pequena negra de olhos escuros rodeada de luzes e uma forte fumaça como se estivessem queimando algum tipo de madeira com cheiro agradável, Marin Aldo que sofrera um acidente aonde veio a perder um de seus dedos, foi abençoado naquele instante, este que ao tocar Juliana pode reaver o membro perdido há anos, como se alguém estivesse controlando a pequena jovem está levantou-se colocando uma de suas mãos estendidas sobre o mulato disse: Querido filho, seja bem vindo ao lar dessa cachoeira, onde muitos espíritos fazem sua morada, seja feliz e aproveite sempre as oportunidades, sou filha das águas e represento junto ao teu físico e de cada um outros a força magnífica de um mundo espiritual, onde a verdade sobrevalece, e digo está jovem esquecida e rejeitada por muitos fará com que cada um se encontre, e entre essas águas saberão colher sabedoria, humildade, enfim sou um espírito de “Luz” e “Verdades” façam desse lugar um momento para suas reflexões, orações e cante louvores que serão abençoados.

Marin Aldo emocionado encostando-se sobre as rochas onde Juliana respirava meio agonizante como se faltasse oxigênio, colocando a jovem sentada com teus olhos arregalados perguntou menina você está bem? Pode me ouvir? A jovem assustada com a presença daquele que constantemente lhe trazia medo, Marin pediu calma no momento em que Juliana se recuperava, e falou você e uma santa, uma santa e chorou, não estou aqui para te fazer mal algum quero poder ajudá-la, e aproximando um pouco mais, a jovem que passou a ter confiança no que ouvia daquele mulato colocando seus braços entre o pescoço do forte Marin agradeceu, ele repetindo o que dissera antes você é uma santa, Uma santa, olhe minhas mãos quando toquei você fui abençoado e agora possuo todos os dedos, e algo espiritual, onde a verdade sobrevalece, e digo está jovem esquecida e rejeitada por muitos fará com que cada um se encontre, e entre essas águas saberão colher sabedoria, humildade, enfim sou um espírito de “Luz” e “Verdades” façam desse lugar um momento para suas reflexões, orações e cante louvores que serão abençoados.


Marin Aldo emocionado encostando-se sobre as rochas onde Juliana respirava meio agonizante como se faltasse oxigênio, colocando a jovem sentada com teus olhos arregalados perguntou menina você está bem? Pode me ouvir? A jovem assustada com a presença daquele que constantemente lhe trazia medo, Marin pediu calma no momento em que Juliana se recuperava, e falou você e uma santa, uma santa e chorou, não estou aqui para te fazer mal algum quero poder ajudá-la, e aproximando um pouco mais, a jovem que passou a ter confiança no que ouvia daquele mulato colocando seus braços entre o pescoço do forte Marin agradeceu, ele repetindo o que dissera antes você é uma santa, Uma santa, olhe minhas mãos quando toquei você fui abençoado e agora possuo todos os dedos, e algo de estranho me aconteceu me sinto mais jovem e com meu coração cheio de amor e verdades, pegando a jovem em teus braços saiu levando há consigo ao chegar às margens do lago do Rio Piedade pegou algumas peças de roupas suas cobriu o corpo nu da agora “Santa Juliana” e levando-a entre os palmitais, chegou próximo a um enorme mujolo, Juliana pedindo para que Marin fizesse segredo do que ele havia presenciado este que ignorando o pedido disse, mais... A santa que surgiu em você pediu para que este lugar seja de orações, reflexões, e teremos sempre de agradecer por tudo e levarmos ao conhecimento dos outros este acontecimento, ela meio que constrangida por estar semi-nua acrescentou, entenda que ainda não e a hora exata você com suas curiosidades descobriu então, para fazer parte comigo teremos que oferecer mais de nós para “Santa Ana” das águas, para depois podermos tomar qualquer decisão conforme ela desejar, tudo bem concordou o mulato! E continuou mais não quero que ande por ai sem eu estar próximo, explique-me Juliana quantas vezes você viveu esse momento? Por favor, minha santa responda-me com sinceridade, ela olhando para o fundo dos olhos de Marin afirmou, no momento não sou nenhuma santa, apenas vivo este acontecimento desde meus 16 anos, e encontro sempre com essa entidade espiritual sobre as águas do Rio Piedade banhado pelas cachoeiras do Rio Paranaíba, sinto aonde vou sou ignorada por todos porque percebo que eles podem ver alguma coisa ao meu lado e se afastam, acho esta indiferença das forças espirituais e que me deixa complicada e confusa, então vou sempre em busca de explicações e vivo tudo aquilo que você presenciou, pois bem jovem então como vai ser daqui por diante, ela respondeu, aguardaremos novo contato com “mãe” das águas, para não fazermos o que não e necessário, e tem mais não se esqueça que prometeu guardar segredos, tudo bem... Tudo bem afirmou Marin, depois de esclarecer o rumo a ser tomado ambos saíram em direção à fazenda que não ficava longe dali, ao aproximarem da cerca que separava os animais maiores das novilhas novas foram vistos por Ângelo, este que queria saber onde os dois se encontravam porque há horas procuravam pelos mesmos, sem ter a resposta exata o negro olhando para jovem como se estivasse perdido como deveria responder, esta percebendo respondeu ,estávamos na casa de sinhá prudência, depois de fazermos os trabalhos de reforma do mujolo, e de levarmos água para os bezerros desmamados, Ângelo então perguntou, e seu medo acabou der repente por esse negrão? A jovem respondeu, eu estava errada por pensar mal de Marin, ele e uma doçura de pessoa, e Ângelo continuou, então preciso avisar papai só assim poderá colocar vocês dois na lida do cafezal, farei isso agora mesmo e saiu Juliana sendo amparada por Marin, este que falou acalme-se nada de mau ira nos acontecer, e se acontecer estaremos juntos como e para ser, ela sorriu aceitando a sugestão do agora amigo Marin, cada qual seguiu para sua casa levando consigo as esperanças de mãe das águas, que ela pudesse colocar amor, paz, no coração do então senhor Nilton Troncoso, este que não tinha carinho algum pelos negros que ali prestavam serviços a ele, em poucas horas este ficou sabendo através de seu filho do relacionamento da escravinha que tirava encantos dos teus olhos com então crioulo “fogaréu”pela raiva que este possuía de si mesmo, o então senhor Nilton mandou Juvenal Barbacena um tipo de feitor que não era tão mal, buscar os dois pois o mesmo queria ter uma “prosa”com os dois, este obedecendo partiu rumo a choupana de pau-a-pique simples moradia daqueles sofridos negros que não eram tantos ali naquela região, pois os tempos de serviço escravo havia acabado, mais o dono daquela redondeza trazia estes últimos escuros como ele falava as escondidas e bem vigiados, em poucas horas Barbacena montado num animal de estimação daquelas terras chegou, trazendo com ele a encomenda feita pelo patrão, ele que estava deitado em uma espécie de rede feita por traçados de coqueiro, com um chapéu quebrado na testa tampando teus olhos, ao ser chamado pelo feitor, este respondendo disse, quero falar a sós com a negrinha, você fogaréu vai ter que esperar um pouco, claro sinhozinho esperarei aqui fora o quanto for necessário, não ...Não e assim como você quer, Juvenal, estou aqui patrãozinho, pegue este crioulo em quem eu acho que poderia confiar e coloque ele de molho no tronco, vamos aproveitar que o sol ainda arde o feitor disse, mais senhor o tronco esta proibido nestas Regiões, e eu Não quero fazer maus tratos a nenhum desses poucos negros que restam aqui, Nilton levantou-se e falou quem da às ordens aqui seu imprestável, ande com isso ou eu mesmo colocarei vocês dois lá, não querendo cumprir as ordens Juvenal pegando Marin pelos braços disse não tenha medo não te farei nem um mal, Marin respondeu, não tenho medo “MAE” das “AGUAS”, está comigo e eu com ela, dentro da casa o covarde do senhor Nilton passou a maltratar Juliana, com palavrões que poderiam ser ouvidos ao longe, este que falava de hoje em diante você ficará sob minha guarda e não sairá daqui para nada, em lagrimas Juliana entrou casa adentro indo direto para o quarto dos fundos, tendo em pensamento como seria seus encontros com aquela que prometera dias melhores, por volta das 23horas de uma noite onde o calor era insuportável, o então desaforado Sr. Nilton começou a gemer sem saber o porquê das dores que surgiram der repente, como estava a sós com Juliana mostrando ser durão não quis chamá-la, insistindo com algumas orações estas que foram inúteis e a dor aumentada cada vez mais, ficando ate mesmo sem o oxigênio suficiente para dar alguns passos, olhando pela janela pode ver que o crioulo estava de joelhos e notou a presença de algumas nuvens esverdeadas ao redor do mesmo, não podendo evitar o fato das dores estarem corroendo seu interior clamou por socorro, Juliana que àquelas horas da noite ainda não havia conseguido dormir ouvindo o chamado do homem que jurara castigos saiu em direção ao quarto de Nilton, nem mesmo abriu a porta notou que ele espumava pela boca, e apontando para a janela pediu para que ela soltasse o então amigo aquela jovem que aos poucos vinha tendo o seu merecimento reconhecido pelos planos espirituais, ela saiu o mais rápido possível agradecendo mãe das águas, não demorando muito por chegar ao local onde o amigo fora amarrado, antes o abraçou e soltou para o alivio dos dois, voltaram para casa juntos podiam ver ao longe perto da Porta de entrada, Os Olhos Avermelhados do Sr. Nilton como era tratado, este que começou a mostrar melhora e diferença em tratar aqueles dois sofridos amigos espiritualmente podia ver que mãe das águas havia feito alguma interferência naquele cruel homem, neste momento o filho de Nilton aparecera com uma forte dor de cabeça e chorava sem ter motivos para as lagrimas que caiam ainda do seu jovem rosto, as ruindades do seu pai havia afetado seu único filho, este que aparentava estar no final de sua vida, o momento foi propicio para Juliana ajoelhar-se junto ao garoto que estava ardendo de febre e suava muito, Nilton quis interromper, mais foi barrado por crioulo de fogo como era chamado pelo maldoso homem, a jovem erguendo teus olhos para o alto em direção da janela onde os reflexos da lua naquela madrugada transmitia uma forte irradiação positiva, ela falou: “Mãe, este filho não deve pagar pelos erros de seu pai pois, seu coração ainda e puro e jurarei à você que resgatarei esse espírito para caminhar ao meu lado, faça com que este corpo físico possa reagir como antes graças a Deus”, o jovem erguendo teus olhos em direção ao pai falou, pai estes que magoamos com palavras e ofensas estão aqui em nossas terras para desenvolver forcas mediúnicas espirituais para trazer paz, confiança e harmonia, não magoemos mais as vontades desses dois, de imediato o pai disse o que farei agora e o filho abraçando-o completou devemos deixar que ambos sigam suas vontades sem serem perturbados por nos, o então Sr. Nilton aproximando daqueles dois negros ali falou: vocês estão libertos, nesse momento Juliana abraçando aquele que havia retribuído maus tratos ao seu povo e a si mesmo pediu para que ele acompanhasse, sem entender nada saíram juntos, o sol já brilhava nas alturas de um céu azulado com reflexos laranja dos, alguns que já se punham de pé providenciando seus afazeres ficaram de boca abertas pelo fato que seus olhos registravam, aquela sena só podia ser coisa de Deus, e com um Aceno feito pelo próprio Nilton todos acompanharam em direção a mata fechada onde levariam até as maravilhas escondidas entre tantos coqueirais, não andaram por muito tempo Juliana tomando a frente de todos pediu que somente Marin Aldo a acompanhasse, pois em seguida o mesmo chamaria por todos, os dois seguiram até as margens do rio Piedade onde acalmaria das águas era impressionante, desta fez Marin falou minha santa faremos tudo como você determinar, ficarei aqui observando, ela disse nada disso pegue minhas mãos e siga comigo, ele segurando fortemente a mão daquela que a chamava de santa e adentraram para o meio do rio que levavam em direção às cachoeiras do rio Paranaíba, aproximando ela falou aqui! Aqui e o seu lugar determinado por “Mãe das Águas”, espere-me aqui, e sozinha atravessou o véu maior daquela cachoeira que agora iria revelar fatos sobrenaturais daquela que em toda sua vida fora rejeitada por muitos, Marin Aldo na expectativa de ser reconhecido pela santa novamente, no momento só sabia mentalizar coisas positivas para aquela tão esperada hora, passando ainstantes observou uma quantidade de fumaças negras juntamente com o adorável cheiro de ervas, como se alguém estivesse abrindo às portas a enorme queda de água se abriu ao meio onde pode ver nitidamente Juliana com a mesma veste de antes toda em branco e azul, e a coroa de flores em sua cabeça agora era de cores mais diversificadas, acenando suavemente com as duas mãos, a então “Mãe das Águas”, onde fazia parte no físico de Juliana, está que flutuando sob as águas veio até Marin Aldo e mais uma vez colocou suas mãos estendidas sobre sua cabeça e falou “Seja bem vindo meu querido filho, você soube pagar pelos erros de um coração desarmonizado por tentar saber mais que as coisas de “DEUS”, nenhum de vocês em seu estado físico deveria passar por castigos retribuídos por corações desajustados espiritualmente, agora vá até aos outros para que eles façam parte desse momento e siga as minhas orientações”, depois de se comunicar com aquele crioulo “Mãe das Águas” retornou novamente para as cascatas da cachoeira do véu, o negro saiu agarrando em lguns algumas pedras que o ajudou a chegar as margens, seguiu em direção aonde todos estavam aguardando, neste momento o sol estava mais cheio e ardente fazendo com que todos ali presente aceitasse um mergulho nas águas frias do rio Piedade, pois teria que ser assim para que pudessem chegar até a “Santa”como o negro queria que a chamassem, ao chegarem as margens do rio tiveram orientações do escuro para que todos se despissem ficando quase nus, de mãos dadas entraram aos poucos naquelas águas que em instantes estaria revelando a todos o motivo das diferenças daquela Simples jovem que muitos rejeitaram, quando estavam todos se aproximando da entrada da gruta sobre as pedras escondidas atrás do grande e magnífico véu de águas azuladas, sentiram o ardor de um leve perfume de alfazema no ar e uma cantiga que alimentava os corações raivosos e desacreditados, Marin percebeu de imediato a mudança em que aquilo tudo trazia para cada um que ali estavam, alguns começaram demonstrar lagrimas em teus olhos era lagrimas de sentimentos verdadeiros que há tempos muitos não sentiam, pedindo para que esperassem seu retorno Marin pediu licencia em voz meio que rouca atravessou o grande véu, este que não demorando retornou pedindo primeiro para que Sr. Nilton passasse sobre as águas, este que meio desconfiado buscando apoio em algumas pedras e com ajuda do então “fogaréu”, entrou e foi recebido com um “Salve deus meu querido filho”, este que assustado foi amparado pelo escuro que fazia presença junta aquele que a vida toda só soube oferecer maus tratos e aquele pedaço de chão era ignorado por ele, se sentado sobre uma pedra com orientações de Marin Aldo e olhando firmemente para aquela imagem que refletia raios fortes sobre teus olhos, sem dizer nada exclamou... “Meu deus o que e isso”, e abaixando a cabeça como se não quisesse dar atenção no que se passava no momento, “Mãe das águas”, vindo em sua direção humildemente falou: Filho és um homem de coração bom, só que sua persistência em conviver com o mal e que te faz distanciar das boas coisas de Deus, procure fazer com que sua vida fisicamente entre em contato com você, para que possa viver feliz com teu espírito que te rege a vida toda, tenha mais simplicidades em tratar o que e seu, para que eles te dêem à mesma simplicidade e gratidão, de agora em diante tudo que fizer será assistido por mim, siga em paz com seu coração harmonioso porque e chegada há sua hora, com as orientações desses dois filhos meu que tantos sofrimentos você ofereceu saberá o que fazer daqui por diante, siga com Deus”, quando este ia saindo as fortes águas que caiam do grande véu da principal cachoeira Sr. Nilton perguntou quem e você? Esta que respondeu terá suas respostas assim que começar a viver seus momentos suas realidades, viver a sua verdadeira família, há qual você nunca quis que existisse, estes negros serão para você teus verdadeiros obreiros da espiritualidade, as graças que você e teu filho receberam devera agradecer a fé espiritual dessa jovem que você nunca quis bem, agora siga em paz e não viva de perguntas por que as respostas só você sabe onde encontra-las, Nilton saiu dali com outras vontades, como se quisesse abraçar tudo e há todos, Marin Aldo foi o primeiro a receber os carinhos daquele que em sua vida só recordações ruins guardava, abraçando-o acompanhou até a saída da cachoeira está que parecia oferecer mais do que suas águas azuis, Nilton chegando a beira do lago sorriu e em voz alta para que todos pudesse ouvir falou: De agora em diante todos vocês poderão ir para onde bem quiser, mais aqueles que acharem melhor ficar darei o de melhor para cada um, e digo mais vou, ou melhor vamos necessitar de todos para que este lugar e estas terras possam ser o acalanto de Orações Com o Mundos espirituais aguardarão as recomendações do “fogaréu”, para que ele nos possa indicar por onde começaremos conforme as determinações daquela que não só curou a “mim” como o meu adorado “filho”, todos que ali estavam neste momento era só alegrias e juntos falaram, nós ficaremos com vocês, e juntos faremos o que estiver ao nosso alcance, todos com as decisões tomadas sentaram-se e ficaram admirando aquele lugar, ao olharem em direção há cachoeira seus corações encheram de “amor” e “paz”, e viram quando a pequena jovem flutuou sobre as águas geladas do Rio Piedade, está que espalhava flores de diversas cores indefinidas, ao fundo puderam ver o então “fogaréu”, sobrando um instrumento onde emitia sons que acalmava os de corações menos esclarecidos, “Mãe das Águas”, caminhou sob as águas em direção ao pé da cachoeira e acenando para Marin Aldo disse: “Deverás construir ali um albergue para os espíritos que vagam em busca de paz, esclarecimento, harmonia, saúde, estarei derramando sobre vocês as benções dos mundos espirituais”, está que voltando para a gruta da cachoeira com o acompanhamento de Marin, pois, o mesmo em um certo dia falou que não aceitaria que ela andasse por ai sem sua presença, mesmo depois que “Mãe das águas” fizesse presença, os dois não demoraram mais que uns 30 minutos e juntos saíram, para a curiosidade dos que esperavam presenciaram a jovem Juliana em outros trajes, está que momentos atrás na roupagem de “Mãe das águas”, apresentava um lindo vestido todo azul em branco, e em sua cabeça aquela coroa de flores perfumadas não saia da memórias dos presentes naquela ocasião, com ajuda de Marin está subindo um barranco onde levava até o local indicado pelo seu mentor espiritual, olhando para trás com um aceno pedindo que todos à acompanhasse, seguiram em uma trilha onde o capim batia no peito, chegaram quase nas caídas das águas onde se formavam a então “cachoeira do véu”, em um espaço não muito grande onde poderia fazer o que a “Santa “Das Águas” queria, todos se sentaram inclusive Sr. Nilton e seu filho, começaram a ouvir de Marin o que foi pedido por mãe das águas, naquele momento não era de incertezas mais sim de verdadeiras aprovações entre um mundo espiritual do físico, este que falou, será bem aqui a nossa casa de orações devemos de imediato colocar o primeiro esteio, pois muitos virão depois de tudo esclarecido voltaram para a fazenda fazendo outro trajeto, ao chegarem Marin e os outros seguiram em direção ao paiol onde guardavam as ferramentas da lida do dia a dia, a hora era propicia, pois o sol ardia muito, na choupana principal Donafilhinha já estava com a comida pronta para se servirem antes da lida, reunidos para a refeição que neste dia era digna de um ser humano degustar, juntos negros, Sr. Nilton e o filho se sentaram, porém Juliana pediu para que todos mentalizassem “Deus”, porque naquele instante iria fazer uma oração de agradecimento por tudo que haviam recebido naquele dia, com teus olhos voltados em direção a mata e em silencio podiam ouvir o som das águas baterem sobre as pedras, esta começou dizendo... “O pai celestial venho agradecer”-te pelo alimento, pelos dias de angustias até o dia de hoje, pelos que confiei minha mediunidade, pelas calunias e acusações, sabemos pai que tudo tem seu momento e hora conforme as necessidades de cada um, espírito de luz abençoai estas terras, pois, nelas iremos levar “Amor, Humildade, Compreensão aos menos esclarecidos, fortificai meu coração para minha nova jornada glorias a ti meu pai querido”, o ambiente naquele momento passou a ser de união entre aqueles que se apavoravam uns dos outros, Sr. Nilton quis saber Juliana minha filha o que será de nós? O que será de mim que sempre ofertei discórdia? O que farei para viver entre você e sua religião? Ela respondeu calmamente, no momento esse fato ocorrido aqui em suas terras não se trata de uma religião, mais sim de um reencontro de vidas passadas, só agora e que estes espíritos que há tempos buscam seus reajustes poderão se manifestar, agora que estamos todos juntos faremos nossa primeira casa espiritual, após, comerem aquela refeição que há muito tempo todos necessitava preparam as ferramentas e partiram em direção mencionada por “Mãe das águas”, não demorando muitos dias a referida casa espiritual estava totalmente pronta para o uso mediúnico da negra agora respeitada por todos, antes de qualquer ensinamento ou palestras sobre o mundo espiritual a qual ela se comunicava, esta olhando entre seus desentendes escravizados pelo tempo e agora liberto pelo mesmo, pediu para aqueles que ela fosse chamando fizesse presença com tom de voz onde deveriam dizer “Estou aqui meu Deus”, a primeira a ser chamada fora dona filhinha, está que há muito tempo já apresenuma vida cheia de reconhecimento das palavras e vontades de “Deus”, sentou-se ao lado de Juliana, a espera que a jovem fosse cobrar mais do que ela sabia em seguida o nome de Marin Aldo, este que de joelhos agradeceu a oportunidade de poder estar entre os que sofreram por não ter reconhecimento do mundo onde tantos sofrimentos e Chibatada levaram, e agora iria fazer com que a paz, e o amor entre seus irmãos em cristo preenchessem aquele lugar, olhando entre os que ali estavam ela pediu para que Sr. Nilton e seu filho fizessem parte daquele momento tão especial, este que não acreditando com lagrimas em teus olhos agradeceu a pequena jovem e pedindo desculpas, ela humildemente falou: nosso destino estava traçado nos mundos espirituais, se não estivéssemos encontrados nesta encarnação com certeza o que me aconteceu nestes anos em que vivi em suas terras iriam se esclarecer em outra reencarnação, e acrescentou “Sorria o quanto mais puder, pois, talvez amanhe hás lagrimas tomarão conta do seu rosto”, reunido todos em volta de uma pedra carinhosamente tava lapidada por Marin, está que tinha forma de uma imagem semelhante a de “Mãe das águas”, em silencio deixaram que Juliana oferecesse alguma oração ou coisa parecida, está que pedindo para que todos mentalizassem suas dificuldades, dores, vontades, mas deveriam pedir com muita fé em deus que procurassem ouvi o som daquela maravilhosa cachoeira, caminhando ao centro da casa espiritual sem saber por onde começar quando uma “Luz”, radiante surgiu ao pé do morro onde fora construído a pequena casa de orações, como se sentissem medo alguns até querendo esconder na pouca mata existente ali, ao perceberem que não se tratava de algo maléfico retornaram, para o espanto do Sr. Nilton que observara diferenças no modo em que seu filho agira, este que abaixando a cabeça e fazendo gestos conhecido entre aquele povo escravizado por muito tempo, ajoelharam diante do fato, Juliana aproximou e em voz suave perguntou quem vem lá? Demorando alguns instantes o jovem rapaz falou: “Venho em nome de mãe das águas pedir a compreensão de cada um de vocês, Juliana minha filha vá a gruta que te esperarei lá”, como nada estivesse acontecido o rapaz respirando profundamente disse, “O meu deus e maravilhoso”, ao ouvir a mensagem Juliana pedindo para que esperassem ali mentalizando os bons fluidos espirituais que fora derramado por “Mãe das águas”, através do rapaz, e saiu em direção ao véu da gruta principal onde se encontrava constantemente com sua entidade espiritual levando consigo Marin Aldo pois, sentia que algo poderia acontecer, ao chegarem até o barranco está segurando firmemente aos braços de Marin adentraram no lago que naquele dia oferecia uma água saudável para o momento, em frente a cascata maior Juliana entrara primeiro pedindo para o então amigo aguardar um pouco, este que em pensamentos em “Deus”, orava constantemente pedindo para que pudessem ser abençoados a todo instante, Marin ficou na expectativa e com teus ouvidos atentos pois, a qualquer momento “Mãe das Águas”, poderia reclamar sua presença, fato este que não demorou acontecer caminhando entre as águas em direção ao “véu” Marin desapareceu, ao ficar frente a frente com aquela que te inspirava fé, paz, e sabedoria como se estivesse ajoelhando entre o pequeno espaço junto as pedras existente, olhando firmemente em direção da “Santa”, não disse nada e mentalizou todos os santos, quando sentiu-se acomodado ali ouviu... “Filho venha cá, aproxime-se de mim sem medo, pois quero soprar em teus ouvidos o que deverão fazer daqui por diante, este que atendendo ao pedido da entidade presente aproximou tão perto que teus olhos refletiam os reflexos dos fluidos espirituais vindo daquela entidade santa, respondeu estou aqui, faça desse filho o que for de meu merecimento, a “Santa” por sua vez disse: Salve o criador de tudo, Salve deus pai todo poderoso. Filho quero que seja o responsável pela as organizações necessária para os acontecimentos espirituais que virão acontecer nessas redondezas, se junte aos outros que estarei enviando a você e a esta filha que estou agora tudo que deverão fazer para que os evulflios positivos possa fazer presente em cada um de vocês, agora vá com Nosso senhor Jesus cristo e lembre-se estarei em todos momentos ao lado do meu povo”, Marin Aldo afastando e encostando em uma pedra que devido a quantidade de água está apresentava uma quentura inexplicável, fazendo com que se retirasse para o lado de fora da gruta, esperando o retorno de Juliana, antes ouviu um sussurrar vindo das matas pareciam gemidos de almas desfalecidas há anos milenares, só podiam ser de espíritos mensageiros de luz maravilhando-se com o ocorrido naquelas águas, viu o vento soprar fortemente por segundos os pequenos pés do palmitais pareciam que seriam arrancados, estranhada mente Marin sentiu como se o céu estivesse soprando suas benções sobre aquele lugar, pelos reflexos azuis, e de tons variados entre a entrada principal da cachoeira do véu, depois de esperar ouviu Juliana chama-lo dizendo vai me deixar pela primeira vez chegar até ao barranco sozinha, nada disso respondeu sorridente e caminhou em direção há respeitada amiga, juntos com ajuda de algumas pedras existentes por perto alcançaram terra firme, e de imediato retornaram onde os demais esperavam, ao chegarem pegaram antes algumas mudas de flores de um capim colonião colocando juntamente junto a pedra lapidada por Marin, Queimaram Algumas folhas de eucalipto que proporcionou o ardor agradável, depois de explicar o que acontecera com seu encontro com “mãe das águas”, convidaram dona filhinha a mentalizar seu povo, povo este que vivera o tempo todo em meio tanto sofrimento, maus tratos muitos haviam perdido suas vidas por falta até mesmo de um alimento, pois a maioria cumprimentava a noite amarrado em troncos e via o sol arder da mesma forma, ela que já cansada com tantos anos perdidos pela vida que lhe ofereceram observara que seus dias estavam chegando e entre aquela jovem poderia finalizar seu compromisso neste plano físico, aonde lhe restava esperar somente as benções espirituais, aproximando de Juliana acompanhada por Ângelo sentaram –se em cadeiras doadas por Nilton que começou a viver aquelas realidades, Juliana ficou frente os dois antes de mais nada pediu para que todos aproximassem pois, começaria naquele momento a se realizar as vontades de “mãe das águas”, como Ângelo já havia se manifestado recebendo há mesma incorporação que Juliana este ficou com teus olhos fechados mentalizando e respirando profundamente, ao seu lado a jovem Juliana sentou-se deixando o comando entre o plano físico do mundo espiritual a mercê de Marin Aldo como queria “mãe das águas”’, o mulato ficando atrás dos que se sentaram fez uma oração, coisa que nunca imaginava em realizar, como se alguém estivesse colocando as palavras em sua boca começou: Senhora santíssima, minha mãe nossa mãe, estamos aqui reunidos para fazer conforme sua vontade, estabeleça sua irradiação espiritual sobre esses filhos sentados aqui em minha frente, para que possamos ouvir através dos mesmos o que nossos corações necessita, se por ventura algum espírito de luz esta presente que faça sua manifestação em nome de deus pai e mãe das águas, nesse momento ouve um minuto de silencio aonde só o som da cachoeira podia ser ouvido nitidamente, Juliana foi a primeira incorporação do dia, em seguida dona filhinha, quando todos esperavam Ângelo se Manifestasse o que viram jamais esqueceriam mais ao fundo Sr. Milton sentindo uma forte energia positiva tomar conta do seu interior deu passagem para a entidade manifestar naquele momento já incorporado e com a voz suave todos ouviram “Não se manifestem sem ter fé, muita fé, este e o momento para cada um dos senhores se alimente com o pão da vida e verdades”, nisto Marin Aldo aproximou e desejou boas vindas e pedindo humildemente para a entidade presente naquele aparelho manifestasse sua origem espiritual, a entidade que Milton incorporará falou- “olha filho meu venho há anos venho tentando manipular minhas energias, mas esse filho meu em que estou agora dificultou tanto até mesmo eu em espírito obtive muitas perturbações, então só agora pude manifestar e digo mais este aparelho que estou agora terá muitas percas, pois tudo estava previsto para acontecer e logo as indiferenças que ele tinha em separar os de cores de sua raça lhe trará saudades de um corpo físico ficara a mercê da espiritualidade maior”. Agradecendo pela presença Marin Aldo aguardou até que a entidade deixasse o físico de Nilton e olhando firmemente nos olhos falou tudo bem, está sentido o que, Nilton respirou profundamente e levantando disse quero muito falar com “Mãe das águas”, seguiu em direção aonde Ângelo, Dona filhinha e Juliana viajavam espiritualmente, ao aproximar esperou que Marin convidasse a entidade de luz para que pudesse fazer as vontades do seu senhorzinho, mãe das águas maravilhosamente manifestou com muita alegria e saudado a todos com um salve deus meus queridos filhos, tomando a frente pela a liberdade que tinha recebido da própria entidade Marin pegando nas mãos da “Santa”, falou mãe tenho aqui ao meu lado um filho que quer te falar, a entidade como se murmurasse calmamente respondeu, “Sinto que e chegada a hora em que eu também preciso lhe falar”, Marin pediu que Nilton sentasse ao lado de mãe das águas, obedecendo A Nilton se colocou bem próximo já com algumas lagrimas em teus olhos, oferecendo suas mãos para a entidade presente pronunciou teu nome e idade, mãe das águas disse “feliz e você por reconhecer que seus erros e que te trouxe aos acertos, para mim não faz tanta importância de quantos anos você tem, o que me importa e você reconhecer o que cometeu nos anos que já viveu, agora me fale o que esta preso em seu coração com sua própria boca, pois espiritualmente sei um pouquinho das suas vontades e desejos”, Marin pediu para que Nilton ficasse à-vontade, pois as respostas para seu tão perturbado coração estava em sua frente, demorando alguns segundos após respirar profundamente Nilton falou: Nem sei por onde começar, são tantos erros e injustiças cometidas por mim que acho que jamais terei perdão, mas se for do meu merecimento aqui estou para que eu possa ouvir da “santa mãe das águas”. Esta que colocando sua mão sobre a cabeça de Nilton falou pausadamente e claro, “Meu querido filho, nunca e tarde para que alcancemos nossos perdoes, sempre que tiver o coração em duvidas mentalize as maravilhas que deus vosso pai lhe ofertou sem te cobrar nada, e por muitas das vezes quando nos acontece isso agente não acredita o que esta vivendo, e deixamos que as perseguições do mundo físico nos leve por caminhos errôneos, você sempre teve tudo ao seu redor, por isso você se deixou levar pela ambição de conquistas e oferecer sofrimentos para aqueles que são teus irmãos em cristo Jesus agora ouça de hoje em diante ganhara as chances que seus pensamentos necessitam em verdade vós digo que sem a permissão dos mais puros espíritos não poderia te conceder essa graça, mais terá mais uma oportunidade, seja humilde, tolerante e ame verdadeiramente aqueles que sempre te apoiaram, fica na santa paz de deus pai, e que as benções de “mãe das águas te acompanhe”, este que chorando e pedindo apoio há Marin para que se pudesse levantar, pois sentia que suas pernas ainda tremiam muito e um arrepio tomava conta do seu corpo por completo, colocado sentado frente à imagem esculpida por Marin, ali fez se silencio por horas mentalizando seus dias anteriores, suas atitudes, suas maldades e agradeceuprofundamente por ter sido agraciado pelo perdão por um espírito de luz da qual em matéria física tantos aborrecimentos e tortura oferecera, alguns vizinhos situados naquela região misteriosa pelos fatos mediúnicos apresentados por Marin e Juliana já se tornava aquele lugar de orações pequenas, pois a multidão aos poucos foram se juntando com aqueles que trouxeram o amor e a liberdade para muitos, em um dia de sábado o sol já desaparecia entre alguns pés de guariroba que restaram naquelas redondezas da cachoeira dos mistérios todos estavam presentes menos Nilton, as orações e os trabalhos espirituais não foram interrompidos, ao passar das horas ouviram ao longe os galopes do animal de Nilton, com ele viera muito mais gente, estes que não tiveram tanto contato com os chamados representantes espirituais devido o pequeno espaço, abraçado ao filho Nilton aproximou de Juliana esta que estava em comunicação com Marin ao lado da modesta casa espiritual, pedindo licencia falou, peguemos nosso povo e vamos a partir de hoje realizar os trabalhos mediúnicos lá em casa, já esta tudo preparado,  vamos nos acomodar melhor afinal tenho que mostrar que realmente sou filho de mãe das águas, mais uma vez Juliana abraçou agradecendo profundamente, tomaram então a decisão de transferirem o local das orações espirituais para casa que oferecia tudo de bom para comunicações espirituais, após consultarem mãe das águas esta que se felicitou com a decisão de Nilton, Juliana voltando para o interior da casa esperou que algumas entidades se despedissem e falou para todos ali presente, dizendo que aquele lugar seria reservado para pequenas reuniões, porque a partir daquele dia iriam fazer seus trabalhos e atendimentos na antiga casa grande do agora convertido Sr. Nilton, este que confirmou o que a pequena e meiga jovem havia comunicado a todos, o sol daquela tarde refletia raios de cores indefinidas podiam sentir na pele a alegria de serem abençoados pelas forcas espirituais, após todos saírem em direção a casa onde se realizariam os trabalhos mediúnicos, Juliana esta que pedindo para Marin deixa-la a sós pela primeira vez desde o inicio de todo acontecimentvamos nos acomodar melhor afinal tenho que mostrar que realmente sou filho de mãe das águas, mais uma vez Juliana abraçou agradecendo profundamente, tomaram então a decisão de transferirem o local das orações espirituais para casa que oferecia tudo de bom para comunicações espirituais, após consultarem mãe das águas esta que se felicitou com a decisão de Nilton, Juliana voltando para o interior da casa esperou que algumas entidades se despedissem e falou para todos ali presente, dizendo que aquele lugar seria reservado para pequenas reuniões, porque a partir daquele dia iriam fazer seus trabalhos e atendimentos na antiga casa grande do agora convertido Sr. Nilton, este que confirmou o que a pequena e meiga jovem havia comunicado a todos, o sol daquela tarde refletia raios de cores indefinidas podiam sentir na pele a alegria de serem abençoados pelas forcas espirituais, após todos saírem em direção a casa onde se realizariam os trabalhos mediúnicos, Juliana esta que pedindo para Marin deixa-la a sós pela primeira vez desde o inicio de todo acontecimento a tamanha forca espiritual nas terras mencionadas neste conto.





Sobre os médiuns.

Todos os homens são médiuns, todos têm um espírito que os dirigem para o bem, quando sabem escuta-lo. Agora, que uns se comuniquem diretamente com ele por uma mediunidade particular, que outros não o ouçam senão pela voz do coração e da inteligência, pouco importa, não deixa de ser seu espírito familiar que os aconselha. Chamai-o espírito, razão inteligência, é sempre uma voz que responde à vossa alma e vos dita boas palavras; apenas não o compreendeis sempre. Nem todos sabem agir segundo os conselhos da razão, não dessa razão que se arrasta e se rebaixa, antes de marchar, essa razão que se perde no meio dos interesses materiais e grosseiros, mas esta razão que eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta para regiões desconhecidas; chama sagrada que inspira o artista e o poeta, pensamento divino que eleva o  o filosofo, impulso que arrebata os indivíduos e os povos, razão que o vulgo não pode compreender, mas que eleva o homem e o aproxima de deus, mais do que nenhuma outra criatura, inteligência que sabe conduzi-lo do conhecido para o desconhecido, e o faz executar as mais sublimes coisas. Escutai, pois, essa voz interior, esse bom gênio que vos fala sem cessar e chegareis progressivamente a ouvir vosso anjo guardião que vos estende as mãos do alto do céu; eu vos repito: a voz intima que fala ao coração é a dos bons espíritos, e é deste ponto de vista que todos os homens são médiuns.

Agradecimentos
Agradeço aos meus mentores espirituais pois, sem os mesmos não seria possível essa realização.

Prefácio

Ler um livro não e só conhecer a historia. É preciso colocar-se no texto e tentar percorrer o caminho que o pensamento do autor percorreu.
É preciso entender o porque, o quando, o onde, o como. Para que o mundo mágico do autor se torne realidade, é necessário que os leitores entrem no texto com suas vivências e recriem a realidade criada pelo o autor.

                                                                      Carlos Lavario.   (Gabriel)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

ETIÓPIA

QUEM PENSA AINDA QUE NÃO EXISTA UM CALABOUÇO DA INJUSTIÇA FISICA AINDA NÃO CONHEÇE O VERDADEIRO SIGNIFICADO SOFRIMENTO, ESQUECIMENTO E SOLIDÃO, COMO SE NÃO FISSESSEM PARTE DO MESMO PLANETA FISICO ONDE GRANDES NAÇÕES ESBANJAM FARTURAS E ALGAZARRAS DESAJERADAS.

Começo a vós contar essa triste realidade desde os tempos iniciais desse plano terrestre e fraco, escondido na podridão transformada pelos homens que se dizem pacificadores da igualdade... Mentira são todos perversos e enganadores, enquanto pensa em ver teus filhos robustos e sadios vários de seus irmãos ficam a mercê da Morte, onde o cheiro de sua carne atrai aves que também necessita de sobrevivência, quisera eu que um desses engravatados passasse um dia ou até menos do que isso na sofrida multidão de Etiopianos, se na hora de sua sede teria a coragem de esperar o momento exato para degustar um simples copo com a urina do frágil gado, queria ver se suportaria substituir seu luxuoso chuveiro para esperar na rabada de uma vaca a oferecer o mesmo liquido para se banhar... Mal sabe vocês que são conhecedores desses fatos que aqueles que estão como muitos ais falam com o couro na flor da pele, estes sim saberão agradecer o que Deus pai os reserva... Será muito mais fácil um elefante passar por um buraco da agulha do que um rico entrar no reino dos céus, estas frases vocês já conhecem, então só estou alertando vós outros porque os teus dias estão próximo e feliz daqueles que mesmo em oração procuram ajudar aqueles espíritos esquecidos em uma dimensão desconhecidas pelos mesmos que encarnastes um dia na esperança de se reencontrarem, passo e ouço soluços de uma mãe que quase não mais se abala com a perca de um filho, entre estes que são até deixados para trás como se estivessem sendo entregues para o seu trágico fim, diversas crianças com teus olhares em chama pela fome, sede e vontade de poderem estar em outro lugar, não era para terem esses tratamentos onde as doenças contaminam até mesmo quem já está contaminado... Sempre ouço alguém dizer mais fazer o que, se estão lá e o teu governante que deve dar há eles uma vida melhor... E injuriado fico pela a inocência dos grandes comandantes, pois a um único governante sobre esse mundo dos quais vocês ai destroem e oferecem o desaparecimento de vocês mesmo, assim com todos os conflitos entre nações ele o Deus poderoso e criador de tudo olha para cada um dos filhos sem ver defeitos ou desigualdades, então para ajudar o teu irmão não e necessário estar ali do seu lado, basta pensarem melhor nas necessidades das quais vocês não as queria, tenham mais amor pensem no seu dia de amanhã, busquem para vocês as dores e necessidades daqueles que mal conseguem caminhar pela fraqueza de sua massa física, confesso que acompanho o sofrimento onde quer que esteja um espírito encarnado, uns pagam por não ter dignidade e respeito com teu próximo, cadê os milhares dos chamados bilionários nesta hora? Se nos teus dias finais a sua herança não consegue afastar do seu físico as doenças que o corroem e volta a transformar no mesmo pó do qual fora feito e de tanto egoísmo jamais será colocado entre aqueles que serão escolhidos para uma nova era prospera, tenho dito todas as vezes que venho através deste que vós escreveis alertar vós que o sol e a lua em breve não farão parte de seus tormentados caminhos, então para que esquecer aqueles que também vieram com a mesma missão que a tua, busquem uma saída para aquele povo sofrido, ajudem a serem ajudados, fico às vezes lamentando comigo mesmo porque tanta ganância se as mesmas não levaram vocês outros que ais estão a lugar algum, a não ser neste plano espiritual em que me encontro agora, isso é se for do merecimento... E isso e muito difícil de alcançar essa graça, hoje encontrei mais um espírito dos quais chegaram aqui diversos de uma mesma raça de sofrimentos e desajustes, onde a fome a miséria, a pobreza e solidão foram seus únicos parceiros em sua passagem pelo mundo físico, também tive meus momentos de angustias e dores das muitas causadas por mim mesmo, depois de encontrar um meio de me achar entre tantos espíritos curiosos que ainda estão ao lado de muitos ais, tentando às vezes segurar em tuas mãos e também te indicando o caminho errado a ser percorrido, cuidado com aqueles que fazem promessas, pois são estes que esquecem na hora que você os procura ignorando ate mesmo sua presença, estão nesta minha listinha os chamados homens do sabe tudo, como teus governantes que as vezes nada oferecem e ainda os colocam na sarjeta das necessidades tirando proveito de sua inocência, bendito seja o povo da Etiópia, estes que terão ainda teus dias e noites para serem lembrados algum dia... E agoniado com tudo isso me despeço aqui... Façam alguma coisa enquanto respiram esse oxigênio este que para muitos desaparecerão em breve, fiquem na paz ou ao menos tentem!

Desse Espírito Espartano em Cristo Jesus.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

REENCONTRAR


Como se fosse para serem eternamente as raízes semeadas pelos campos da vida, eu caminhava sempre ofuscado em minhas imaginações reparando os canteiros de cada ser vivo, tentando entender ainda mais as rugas que surgem com o tempo, e pensava seria iguais as sementes nos campos onde estas apesar de regadas ofertavam uma colheita onde o sustento dos que cuidara daquele solo passaria por estágios rápidos onde seria necessário recomeçar nova adubação? Engraçado como tudo e igual agente passa por um tipo de lapidação em um plano espiritual aguardando nossa oportunidade para chegarmos ao físico já tumultuado de ervas daninhas e pragas, na expectativa de nós salvarmos das mesmas, onde somos cuidadosamente tratados com os amores dos nossos familiares, estes que adubam nossos dias e nós agasalha do frio e geada, as quais por diversos campos deixam suas marcas da destruição, assim somos nós apesar de recebermos todo ensinamento para que possamos serem frutos vistosos, ás vezes deixamos a ferrugem corroer nossos sentimentos e jogamos fora o carinho recebido, mesmo assim aqueles que nós acolheram enfrentam barreiras não criadas por eles mais sim por muitos que estão a sua guarda e tentam de qualquer forma encontrar um fertilizante que possa salvar as suas sementes... Tipo filhos, irmãos e até mesmo os próprios pais que de tanto cansaço em tentar arar um solo especial para oferecer ao seu ente querido, desiste e fica também esquecido em um canto igual uma maquina agrícola enferrujada pelo tempo e desgastada não encontrando conserto para fazer com que os que usaram ouvissem novamente seu coração bater.
Posso me considerar uma maquina dessa esquecida em um galpão onde as teias de aranhas foram minhas únicas companheiras, preparei com muito carinho o melhor cobertor, a melhor cama e abrigo mesmo sozinho, pois a semente que eu havia semeado estava prestes a brotar, e eu cuidadosamente esperava dar aquele ou aquela colheita uma posição entre muitas mudas que eu regara todos os dias de minha vida, minha companheira está que pausadamente dizia que teríamos a melhor florada de nossas vidas, nós que estávamos a espera do nosso primeiro filho, depois de anos juntos, nesse período você às vezes esquece até de você mesmo para viver os dias daquele espírito que há de chegar, não consigo ainda até hoje entender o porquê que as folhas mesmos esverdeadas e teus caules resistentes tendem a pender para o lado não esperado para muitos que cultivam seriamente correto, nos anos de mil novecentos e trinta e dois, numa manhã onde a chuva era constante Natalina meu campo onde eu cultivara minha semente, sentiu como se fosse a hora exata para que o botão daquele fruto em teu ventre vieste até a nós, eu juro que no momento não sabia o que fazer, pois seria minha primeira colheita de uma semente tão especial, com a ajuda de Dona Celestina minha querida sogra, está que fora de uma grandeza enorme nessa nova safra, nós que não morávamos tão distante do único hospital de uma cidade pequenina mais agradável no interior de Alfenas aqui nesse estado das Minas Gerais, onde fomos recebidos gentilmente por Clarinda uma senhora enfermeira que há anos era a responsável em ofertar os primeiros carinhos com os frutos recentemente chegados naquele lugar, como se fosse para negociar aquele fruto que acabara de apanhar fiquei esperando em um cômodo praticamente ao lado, e pensando que aquele que estava chegando seria o adubo das minhas continuidades pelos campos, onde sentira eu tipo um Reencontro de um novo mundo, era tudo diferente nem mesmo a pacata cidade era capaz de esconder da minha tamanha Felicidade, não Demorou muito tempo para que eu ouvisse um choro diferente dos quais ouvira nós últimos anos, era um choro afiado parecendo reclamar uma gota de água, Dona Clarinda aproximou-se de mim com um sorriso enorme dizendo-me seu menino veio com uma saúde de ferro, mais tivemos complicações... Que tipo de complicações poderia ser? Para minha alegria chegara aquele fruto tão esperado e o mais importante dos que eu já havia colhido apartir daquele instante sentira eu um gigante, pois estaria recebendo nos meus aposentos o maior fertilizante para meus dias e noites, o que eu não esperava aconteceu junto com tanta alegria que chegaste naquele dia uma imensa tristeza nascera em um coração despreparado onde nenhum combate anti pragas conseguiria fazer com que pudesse eu recuperar aquele solo onde plantara meus amores e nossa única germinação, com o parto do nosso primeiro filho... Da nossa primeira sementinha minha querida Natalina não resistiu e partira me deixando com o lucro que eu pensava em dividir com ela os amores daquele espírito entre nós, as folhas pareciam tão verdes e seguras de si, e teus caules mostravam-me tanta segurança e na hora tão precisa enfraqueceram e a ferrugem conseguiu destrui-los e agora o que farei eu com aquele fruto que para mim a colheita havia sido mal sucedida, e já não passava mais pela minha mente em querer ver florescer, Dona Celestina está que muito me apoiara desde quando comecei a arar o único alqueire que ela possuía esta que seria para sempre meu escudo para grandes realizações, Dona Celestina veio até a mim dizendo que poderíamos sim dar continuidade em regar aquele pezinho de girassol até que o mesmo pudesse florescer e distribuir suas sementes em outros campos pensava comigo e agora onde Reencontrar animo, coragem e resistência contra tantas pragas deste mundo sozinho... Sabia que em breve muito breve ficaria só nesta caminhada agora recheada de incertezas e insegurança, pois Dona Celestina com teus oitenta e dois anos bem cultivados depois de enfrentar crises e mais crises das pragas peçonhentas ainda resistia frágil entre os campos da vida, sabia que de uma hora para outra suas raízes enfraqueceriam e deixariam mais um espaço vazio nos alqueires da vida.
Os anos foram passando e meus campos antes esverdeados davam lugares a diversas espécies de pragas e um mutuado de cupins corroia as estacas que separavam um lindo ribeirão das terras antes férteis, como eu já previa antes minha querida sogra partira depois de dois meses que Natalina fora fazer morada junto ao pai celestial, e eu ficara desolado e esquecido pelo tempo onde nem mesmo a linda maritaca conseguia-me chamar a atenção com teu lindo assobio, sabia que era preciso me Reencontrar achar-me outra vez, quem sabe entre alguns arados esquecidos mais dos quais uma semente jogada renasceria, tive ajuda de pessoas especiais nesta minha vida toda, minha mãe está que morava em Baixo Guandu no litoral capixaba deixou por uns meses seus frutos já todos formados sobre a guarda do meu querido pai e trouxe-me muita energia e satisfação para continuar o que eu havia prometido deixar de lado, mesmo não querendo ser uma maquina enferrujada me sentia sem utilidades alguma.
Ao completar quatro anos da minha separação daquela que sempre fora meu esteio para tudo que eu pensava realizar entre tantas terras cultivadas por nós registrei nossa única herança do tempo de convívio naqueles campos, Henrique Lemos, este que sempre robusto e forte cobrava-me sempre a presença de sua mãe, mesmo tendo contado a ele tudo que papai do céu havia reservado para ele e sua mãe no dia de sua chegada, este não aceitava, pois sempre dizia que tinha vindo de um lugar tão lindo onde primeiramente escolheste o campo a ser plantado e agora não seria justo encontrar simplesmente quem o regara durante nove meses, mesmo assim minha mãe tinha tolerância em lidar com aquela situação, Silvio Araujo meu irmão mais velho resolveu mudar-se para minha casa esta que era enorme, e minhas terras eram suficientes para receber toneladas de plantações diversas, estas terras que estavam ignoradas por mim há tempos, ele que também viera com sua esposa e filho que passou a ser um arvoredo na vida do meu querido Henrique, parecia que ali renascia meu Reencontro com tudo que havia deixado de lado, os anos foram se passando e já nos meados do ano de mil novecentos e trinta e nove os meus arados floriam sobre os enormes alqueires, tanto Silvio como o Senhor Lazaro este que viera atrás de trabalho, pois tinha muito conhecimento na lida de grandes terras e fora um dos responsáveis por grandes colheitas da cana de açúcar em uma fazenda não muito longe de casa com teus trabalhos juntos passamos a ser considerados um dos maiores produtores daquela safra, mais de nada me adiantaria tanta bonança e fartura se meu jardim estava vazio dentro do meu peito, não sei se podemos chamar de destino mais nunca imaginaria que fosse eu receber um tão cruel, depois de tudo em teu devido lugar minhas terras produzindo novamente as traças e pragas não eram mais bem vindas entre tantos alqueires meus, e minha única colheita inesquecível que fora meu filho não tinha mais problemas algum e sua vida, parecia Estar fortalecido pelos melhores inseticidas e fertilizantes, pois agora chegara aos seus quatorze anos bem vividos, alegre e amigo, e meu querido irmão que tantos conselhos me trouxera na sua vinda e de sua família, minha mãe que constantemente estava entre agente até mesmo papai, que não gosta desse vai e vem aparecia trazendo um pouco de seus conhecimentos, em uma sexta-feira santa esta que minha mãe sempre guardava e muito respeito, eu resolvi semear alguns grãos de feijão próximo ao mujolo onde havia preparado um pequeno pedaço de chão, pois Henrique adorava comer umas vagens,antes de sair minha mãe disse hoje e dia de respeito menino, deixe esse chão do jeito que está amanha sábado de aleluia e um dia até próprio para plantar alguma coisa, como um menino falei ...Para com isso mãe, eu já preparei as sementes e rapidinho coloco-as nas covinhas feitas por Henrique, ele que saira a poucos instantes com Silvio e papai, fui em direção ao pequeno arado e algumas sementes selecionadas por mim e meu filho, algo parecia estranho naquele dia, até alguns Gansos estes que odiavam a aproximação de alguém mesmo sendo eu não reclamaram minha presença, eles que refrescavam com as puras águas límpidas que corriam ali, depois de semear algumas sementes estas que em breve estariam brotando e tuas flores logo, logo ofereceriam uma boa colheita, com o sol escaldante sobre minha cabeça, procurei refugiar embaixo de uma simples cobertura feita na pequena lagoa, onde alguns dos meus animais descansavam, estes que a dias haviam afastados-se dali e o motivo eu não sabia, pois pedira um dia para Silvio dar uma vasculhada ao redor da lagoa, ele que me disse fiz uma varredura completa e até alguns pés de colonião cortei, e a vista para o lago ficou até mais vistosa, porém o único lugar onde Silvio esquecera de olhar foi justamente no pequeno poço que dava entrada para bica d’água onde levava a mesma até ao mujolo, retirei um chapéu de palha este que eu ganhara ainda da minha finada sogra, e colocando entre um mutuado de palhas de um coqueiro, agachei-me para refrescar, pois quisera sentir ali aquela pureza de água estas que muitas sementes vez com que germinassem inclusive a minha única semente Henrique, pois fora ali que tudo começara parecia que eu voltava no tempo e me reencontrando com a imagem de minha Natalina refletida sobre a nossa represa como tratávamos a mesma, apanhei um pouco de água e passando sobre meus olhos que ainda ardia um pouco devido o suor derramado, onde a todo o momento tinha o prazer de ter recebido aquele suor, pois estava eu plantando mais umas sementes e queria tanto ver teus frutos serem colhidos pelo meu amigo filho Henrique... A fatalidade aconteceu justamente na hora em que me sentei a beira da bica d’água, colocando meus pés já descalço sobre as águas tão convidativas até mesmo para um mergulho, mais ali estava sendo o inicio de um fim de minha vida, uma cobra dessas jaracuçus onde a pessoa fica totalmente paralisada em segundos me atacara com violência, eu ainda tentei agarrar-me ao tronco que sustentava a pequena cobertura na esperança de alcançar a pequena trilha, de onde minha mãe ou alguém poderia ver-me tranquilamente, com meus movimentos o veneno fizera efeito imediato, e me senti como se estivesse levitando e aos poucos ia vendo minha massa física abandonada ali, onde tudo começara, ao atravessar um lindo cafezal encontrara sentada sobre um esteio aquela que me dera à continuidade de minha vida, nosso inesquecível Henrique até nos dias de hoje, sorrindo marcando para mim para sempre meu único Reencontro e na esperança de poder ainda em espírito sobreviver ao lado dos que deixei e que me fez  contar esse fato ocorrido nos sertões de Minas Gerais.
Nos dias de hoje Henrique se fez homem e transformou minhas sementes em quantidades que alimentariam toda nossa pequena comunidade, minha mãe e papai finalmente aceitaram transferir do Espírito Santo para Minas e vivem ainda no mesmo lugar onde um dia quase me transformei em uma maquina agrícola esquecida pelos cantos.
GABRIEL.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Campos Floridos (Francisco de Assis)

Caminhei até a porteira onde se encontrava Isaac, este que brincava de vai e vem pendurado onde suas mãos tocavam as poucas gramas ainda molhada pela brisa fria da noite anterior, como de costume tínhamos como se fosse uma obrigação nossa tomar o tão saboroso lanche feito por Mafalda naquele lugar, pois as poucas migalhas de nosso lanche atraiam diversas qualidades de pássaros, dos quais o João de Barro fazia sempre sua algazarra, como se estivesse dançando, e tínhamos ainda a esperança de avistarmos o beija-flor dos rochedos florais, pois sabíamos que não muito distante dali a concentração dessa espécie era farta, nós que constantemente fabricávamos nossas tão conhecidas arapucas que espalhávamos quintal afora, principalmente nas leiras após a quebra do milho, as perdizes era as que mais destruíam nossas armadilhas pelo seu tamanho, já o jacu e o inhambu capturávamos fácil, papai a está hora estava na estrada carreando a boiada e Samuel na colheita do Napie para a trituração onde era feito a ração para o sustendo dos animais na invernada, minha vida fora praticamente desfrutar o maguinifico lugar este recheado de córregos e facilmente construíamos nossas brincadeiras, Dona Rosália era a responsável com a fabricação dos doces caseiros dos muitos que eu apreciava uma boa goiabada com o suculento requeijão, tanto eu como Isaac sempre inventávamos algo diferente, em um dia desses planejamos levantar uma pequena casinha entre os fortes galhos da aroeira, onde colocamos uns troncos estes não muito pesados e entrelaçamos com taquaras de bambu, a nossa cobertura foi feita com folhas de bananeira e algumas de coqueiro, em um final de semana recebemos as visitas de nossos primos que a tempo moravam em uma cidadezinha próxima, e vez enquanto resgatavam um tempinho para que pudéssemos desfrutar juntos das nossas anarquias de meninos, eles que chegaram a uma tarde de sexta-feira onde o sol já se punha atrás das enormes figueiras onde está recebia como em todas as tardes Diversos pássaros e os mais assanhadinhos e canta roladores eram os pássaros pretos que eu tanto maravilhava com teus assobios, Gilmar o primo de mais idade trouxera com sigo uma bolandeira, ou seja, um estilingue feito com uma linda forquilha e de borrachas resistentes, e diversas bolinhas de gude, eu que estava tomando as benções de meus tios não presenciei a estupidez de Gilmar ele que parecia estar de mal com a vida, desferia vários golpes com suas bolinhas de gude e seu estilingue em direção a figueira, e em uma dessas tacadas ouvi Isaac gritar acertou... Acertou ao sair em direção aos dois vi Gilmar com um pássaro preto em tuas mãos, este que coitadinho ainda debatia suas frágeis asinhas, fui direto ao encontro do mesmo e não sei o que passou no meu eu interior, pois encostado próximo a um cochete estava um chicote feito de crinas de animais este que mamãe chamava de sedem, raivoso com aquela atitude de meu primo desferi vários golpes sobre tuas pernas e costas das quais as marcas eram vistas ao longe, só mesmo com a intervenção do tio Diogo este que arrancara de minhas mãos com um pouco de violência o chicote manchado com um pouco do sangue, pois as finas crinas cortaram profundo, agira desta forma sem pensar mais era a mesma coisa se estivessem tirando um pedaço de mim, pegando o pequeno pássaro que ainda debatia-se o levei até ao paiol coloquei um pouco de sal grosso nos teus ferimentos e molhei um pouco sua pequena cabeçinha e colocando em um lugar quente torcendo pela sua recuperação onde amarrara um esparadrapo em uma de suas perninhas, depois da maluquice que fiz ao primo minha mãe ainda colocou-me de castigo, eu não podia ficar tranqueado por ter agredido meu primo era ele que fez errado e não eu, o que o pássaro havia feito com ele, para querer destrui-lo? A noite já ia se aprofundando hora adentro, e eu só ouvindo o que falavam, quando ouvi os latidos do Freedon este que comemorava a chegada de meu pai, esperava contar com ele para que pudesse ser liberto este que sempre apoiara muitas das bagunças que eu inventava, confesso que por causa de um pássaro preto e por ter agredido o primo papai me deu o maior sermão e prometera mandar-me para a cidade, coisa que eu jamais pensaria em ir, comecei a planejar meu refugio, pensei até mesmo na casinha que eu e Isaac construímos mais seria fácil para que eles me encontrassem, foi ai que tive a idéia de tentar chegar aos rochedos florais onde talvez poderia ter a companhia do tão sonhado encontro com os beija-flores, logo ao amanhecer de um sábado que era perfeito para a agitação pelos campos onde poderia desfrutar da presença de tio, tia e primos, coisa está que não aconteceu, fui liberado simplesmente para tomar meu café desta vez em companhia de Mafalda e Rosália e ao longe avistava Isaac na nossa tão preferida porteira e os mesmos pássaros sobrevoavam, encostado perto de um fogão a lenha este que oferecia um cheiro agradável pelos pãezinhos de queijos feitos por Mafalda e Rosália por entre uma pequena janela ao que meus olhos podiam enxergar vira exatamente os lindos campos onde os florais estavam cobertos por diversas cores, parecia eu ser convidado pelos beija flores, e comecei bolar minha fuga para aquele destino, mais para cidade eu jamais iria, mesmo que eu tivesse de ficar longe dos pássaros pretos eu suportaria, quando percebi que estava a sós abri o forno este que me fez arder os olhos com o vapor muito quente do forno, retirei uma forma dessas medias onde eram colocada uma quantidade até razoável dos pãezinhos, pegando uma sacola esta revestida em couro, que papai ganhara do Godofredo e colocando os pãezinhos dentro voltei direto ao meu quarto, onde já havia separado algumas peças de roupas, minha mãe e tia Gorete estavam no celeiro onde separavam algumas dúzias de Ovos, pois ouvira falar na noite anterior que preparariam uma festinha surpresa para o caçula Isaac, deste que peguei uma fotografia antiga, mais que me faria lembrar-me daquele que tantas alegrias compartilhou comigo, só torceria para que ele continuasse a tomar seu lanche próximo a porteira assim nossos passarinhos degustariam as fartas migalhas de pão, pela pequena janela do meu quarto com um pouco de dificuldade em instantes estava eu entre umas mudas de erva cidreiras estas que ficava próximas de uma cerca que separava as hortaliças que eu mesmo plantara, depois de tomar a direção já definida por mim, em uma trilha onde nossos animais passavam, não muito longe percebi que algo me acompanhava, fiquei agachado entre uns galhos de araçá, que era uma goiabinha do campo, e logo chegara até a mim Freedon o verdadeiro amigo, este que eu ganhara do Antenor vizinho nosso aqui,ordenando que voltasse ele parecia que nem existia,pois das minhas ordens não tive respostas, e juntos seguimos em direção aos campos florais, este que alguns tempos atrás foi visitado por diversas jovens, elas que diziam ser pesquisadoras e ficaram sabendo que em nossas terras haviam qualidades de flores e orquídeas ainda desconhecidas por muitos, caminhamos por uma hora sempre em direção ao sol, este que se escondia atrás dos altos rochedos, enquanto estava eu ali entre navalhas cortantes, outra espécie de colonião mais que feria a pele facilmente, Isaac insistentemente chama-me frente minha porta do quarto, não tendo respostas procurou primeiro por Mafalda ela que disse sua mãe falou que não e para deixar teu irmão sair sem as ordens dela, ele que fora até ao paiol onde os primos ajudavam mamãe e tia debulhando algumas espigas de milho, esta que fora sempre minha missão, debulhar algumas espigas para o trato das fartas galinhas e marrecos que possuíamos, Isaac falou mãe o Chiquinho não está no quarto, eu chamei...Chamei e ele nem respondeu queria dizer a ele que hoje consegui alimentar os filhotes Do João de Barro, minha mãe dissera está e emburrado não podendo brincar, vou acabar aqui o deixarei sair, e Isaac comemorou, o que ela nem imaginava que está hora estava eu longe, e já com saudades, mais não poderia voltar agora, pois papai prometera levar-me para cidade, ao chegar próximo ao pé acho do rochedo mais alto este que eu tinha certeza que de casa quando eu e o Isaac tomávamos nosso lanche avistávamos, comecei a subir apoiando-me em alguns galhos que sustentaram minha caminhada,depois de algum tempo chegamos ao final da trilha que percorríamos, digo chegamos, pois meu cachorro me acompanhava onde agora uma pequena mata se fechava em nossa frente, antes de continuar resolvi arrastar um pedaço de um tronco de uma pitangueira, está que estava ainda carregada de deliciosos frutos, colhi alguns e sentei-me para descansar um pouco, pois o tempo parecia revoltar com minha atitude tomada, pois as nuvens cobriam o escaldante sol, e todo momento pensava comigo papai e que fique com a riqueza dele, se quer pensa em ajudar alguém nem seu irmão este que e pai do primo que eu batera defendendo meus pássaros pretos, pegando a sacola e retirando alguns dos pãezinhos de queijo que eu havia pegado em casa, e cortando ao meio dividi com Freedon este que se acomodou entre a pouca clareira, sem que eu percebesse vi em minha frente uma linda pomba dessas Juritis que pousara em uma rama florida, e como se estivesse também querendo compartilhar daquele simples lanche nos observa na expectativa de aproveitar ao menos as migalhas, levantei-me e fui a sua direção com um pedaço menor e estendendo meu braço próximo ao teu bico está que se fez tranqüila e aceitou minha aproximação, ao pegar o minúsculo pedaço oferecido sobrevoou por cima de mim, chegando até a um pé de Mangaba onde fizera teu ninho, percebi que a festa foi grande e fiquei feliz, junto com as poucas peças de roupas que eu pegara coloquei um saquinho de couro cheio de farelo de milho, pois tinha toda certeza que Encontraria as lindas beija flores, pois eu me aproximara e muito do campo florido este que víamos quase todos os dias, estava preparando para continuar quando Freedon este que parece ter dado uma saída para conhecer melhor onde estávamos voltou e seu focinho estava úmido e eu tive a certeza que encontrara água, segui o trajeto feito por ele e não indo ao longe de onde estava encontrei uma água pura e cristalina que corria sobre as enormes rochas, colhi o suficiente usando uma moringa onde eu tinha colocado o leite queimado feito por Mafalda está que sabia que tanto eu como Isaac adorávamos, retornei e ajuntando a pequena bolsa com meus pertences recomecei minha fuga, está que parecia me ofertar grandes amigos, pois um lindo casalzinho de Lebre acompanhou-me estes que fora em minha frente parecendo ser meus guias, quando os fortes trovões começaram acompanhados de relâmpagos, chegamos em uma mine entrada até parecia esculpida a séculos, está que foi o bastante para que eu pudesse-me proteger.
Nesta hora o desespero em casa era grande, pois todos já tinham notado minha ausência e que eu não estava por perto, papai que confortava minha mãe dizendo logo, logo ele aparece ainda mais com o temporal que vem ai, mais nada adiantou, pois não apareci conforme esperavam e a discussão entre meus pais foram grandes onde meu pai falava se você não tivesse colocado o menino de castigo nada disso tinha acontecido... E mamãe rebatia foi sua culpa você sabe que ele mal gosta de ir à cidade estudar aquela ameaça de levá-lo definitivo para a cidade e que fez tomar essa decisão... E lamentava por anda andara meu Francisco há está hora, eu que me ajeitava na pequena gruta entre algumas pedras, em frente à entrada colhi alguns pedaços de madeira dos quais ao se queimarem exalou um cheiro agradável, pois era mescla e naquela região tinha muito poriço que os beija flores refugiavam-se ali, o vento frio fizera com que eu retirasse um cobertor que eu ganhara de minha avó de cor marrom o qual usei para cobrir-me, o vento que incomodava fez com que Freedon e o casalzinho de lebres aconchegasse junto de mim, ao aproximar das horas e eu não aparecia fez com que meu pai procurasse ajuda entre alguns moradores da redondezas, onde os mesmos não deram informações sobre minha pessoa, até que mesmo da forte chuva vasculharam diversos lugares mais nada de mim, a noite para minha família parecia não ter fim o único que conseguira repousar como um anjo foi o caçula Isaac, ele que falou assim que Chiquinho chegar avise-me, eu que nesta hora havia já feito minha oração agradecendo por tudo que havia recebido dos meus pais, e desculpando-me pelo o ocorrido, a calmaria da forte tempestade passou, resolvi sentar-me sobre uma pedra e em minha frente havia outra parecia em formato de um cocô cortado ao meio, coloquei ali um pouco do fubá junto com o milho triturado por mim mesmo, pois era o preferido dos pássaros que me visitava todos os dias, as fortes brasas foi o suficiente para aquecermos a noite toda, ao raiar de um novo dia este que viera cheio de encantos com teus reflexos sobre as mais lindas Margaridas dos campos floridos, alguns Canários já faziam sua alvorada, e ao pé da pedra onde havia colocado a quantidade de trato para algum pássaro dos quais me surpreendi,pois eram vários inclusive diversas beija flores de todos os tons de cores, e eu maravilhei com o que meus olhos registrava no momento o pássaro preto que cantarolava alegremente parecendo agradecer-me por ter salvo,pois em minha frente estava o mesmo pássaro com o curativo em uma de suas perninhas Juro que deixei algumas lagrima tomarem conta de meu rosto, preparei tudo novamente em minha sacola e continuei minha caminhada sobre aqueles enormes rochedos onde as gigantes flores enfeitavam a paisagem, já no topo do rochedo mais alto ao longe avistara minha pequenina casa esta que aos poucos foram desaparecendo entre os campos florais, andei... Andei e muito por direções indefinidas e desconhecidas por mim, agora eu colocara em minha cabeça a metade de uma casca de cocô, este que eu encontrara depois que sai da aconchegante gruta, onde uma linda gaivota passara bem próximo de mim, e confesso que não sabia o motivo que fez com que tantos pássaros até alguns que eu ainda não conhecia todos me acompanhavam, pensei pode ser porque eu carregava um delicioso fubá de milho triturado, por volta do meio dia, pois aprendera com meu avô que o sol estando no centro do céu esta seria a hora, abaixei-me entre a frescura de uma linda castanheira, e tirando a parte da casca de cocô que usava como se fosse um chapéu coloquei uma quantidade de milho triturado onde os meus amiguinhos se ajuntaram, pegando mais uns pãezinhos dividi outra vez com Freedon e alimentei me - também, o movimento era grande na casa de meus pais que agora contavam com a presença de diversas pessoas especializadas em resgate, eles que vasculharam até o pequeno ribeirão próximo de casa, este que recebia uma quantidade de águas vindas da forte chuvarada da noite anterior, e meu pai pensava em tudo que havia falado, sobre porque guardar tanta riqueza se muitas pessoas precisavam, e eu ainda dizia papai do céu vai te castigar um dia...Ai papai pensou consigo profundamente seria esse o tal castigo!Apos dias de procura deram por encerrada a minha busca, Mafalda sentia que Isaac sofria, nem mesmo o lanche feito na porteira como antes ele não realizava mais, Rosália perdera até mesmo o jeito do gostoso tempero que eu tanto gostava, ela que falava pelos cantos da casa até Freedon desapareceu onde andarão e chorava disfarçadamente.
Papai ai no mundo físico passou a confiar nas minhas palavras onde estiver tristeza pai que você leve a alegria, onde estiver trevas que o senhor leve a luz, onde estiver discórdias entre muitos que leve a união, serás feliz pai quando estiver ao seu poder o que te alimentara e virá em dobro em suas terras tudo que ofertar aos mais necessitados... Ele que tomou a decisão de ajudar a todos que o procurava depois que Freedon retornou trazendo consigo a esperança de poderem encontrar-me ainda com vida.
Confesso que fui trazido a este plano espiritual depois de fazer grandes caridades entre muitas nações, e nós dias de hoje continuo emanado minhas energias espirituais entre muitos de vocês, dos quais filhos meus rejeitam os verdadeiros amigos... Pássaros, cachorros e toda espécie criada para cada um de vocês... Tenham paciência não destruam o habitat daqueles que emanam sobre o mundo sofrido um pouco de certeza que a vida depende de cada um que respira esse glorioso oxigênio, cuidado os dias prometido está por vim sem ao menos esperarem, aproveitem suas oportunidades façam com que o amor chegue onde o ódio tenta comandar, hoje confio a vós outros um pouco do que fui em vida e grande multidão roga meu Santo nome FRANCISCO de ASSIS, fiquem na paz.


GABRIEL.