quarta-feira, 27 de outubro de 2010

DOIS AMORES.

... Pela manhã eu já caminhava entre o bosque a pedido do Dr. Péricles, após realizar diversos exames e não chegando a nenhuma resposta sobre as dificuldades que eu encontrava para livrar-me de fortes dores musculares por todo meu corpo, o que preocupava muito e as indecisões deixar-me-ão entre obstáculos do nervosismo preencher minha mente, mais precisava persistir com o tratamento e acreditar que poderia embolsar meus diagnósticos vazios para todo o sempre.

A cidade agora me oferece diversas currutelas o que me fez lembrar-me das diversas brincadeiras que eu ali realizava, eram momentos de alegria e jamais em momento algum poderia eu pressentir o que vivo agora, porque esse corpo que tanto cuidei carinhosamente oferece-me de uma hora para outra essa surpresa desagradável, reclamo agora a falta de uma tarde de domingo com os amigos em um futebolzinho, já tentei mesclar a vontade com as dores mais fui derrotado em todas tentativas, os nervos de minha coluna parecem não suportar o pouco peso que possuo, e sinto distanciar-me de mim mesmo a cada dia, porque será que tinha que ser logo eu? Minha adorada profissão já não me sustenta mais, minhas caminhadas parecem encurtar cada vez que tento ir adiante, meus calcanhares incham e os dedos de minhas mãos formigam e eu até quando suportarei essa perseguição sem resultados algum, em minha gaveta pode ser encontrados todos os tipos de exames e biopsias de diversos centro de tratamentos, todos...Todos NORMAIS e o que então retira de mim as idas e voltas pelos caminhos e lugares que sempre freqüentei, a cama parece querer me expulsar só a vidraça observa as minhas tentativas de um conformismo fingido, o meu gato Sianes parece sentir meu sofrimento, as caminhadas das manhãs estão sendo tardes sombrias tomadas pela escuridão da noite, já não posso calçar mais meus lindos pares de tênis que meu filho presenteou-me, ao meu lado da cama em meu criado mudo já desfolhei um exemplar do Santo Livro Sagrado uma Bíblia que Beatriz presenteou-me, ela acompanha-me deste o nosso Namoro hoje estamos casados a uns dezoito anos, ainda bem que posso confiar minha vida ao meu amor, o que preocupa um pouco e o Frederico o nosso menino coitado é ele que está a frente da nossa pequena propriedade, está que adquiri visando proporcionar aos meus familiares dias melhores e agora eu totalmente isolado de tudo sem ao menos poder sentir a brisa da manhã na retira do leite, há minhas plantações será que estão Sentindo minha falta na hora de regá-las, tenho muita esperança de que possa vim caminhar novamente como antes, agora os poucos minutos que consigo educar minhas pernas a me levar entre o jardim de casa é o que consigo, às vezes vou um pouco mais na companhia de Beatriz ela que tornou o esteio de nossa casa, recebo sim a visita de alguns dos que posso chamar verdadeiros amigos, não posso condenar os que se afastaram de mim, pois para muitos eu não olhei como mereciam, agora compreendo o que o Senhor Cristo Jesus quis dizer em sua parábola de que “Será mais fácil um elefante passar pelo o buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino de deus “pai”, seria isto que me afetava por inteiro, não soube expressar com tolerância e nunca deixei que a humildade controlasse meu EU, precisava talvez passar por essa aprovação de que ninguém e mais que o outro, espero que a visita de Dona Guilhermina me faça bem, porque o que me restava agora era tentar ouvir as pessoas de vida onde superaram os obstáculos dos nossos dias e noites, ontem recebi uma caixa que trazia no teu conteúdo um livro Kardecista e uma mensagem enviada anonimamente que ao ler pude sentir-me entre o céu e a terra, como se as nuvens chorassem por mim, dizia... Prezado companheiro de tantas estripulias de infância onde nossas cassadas rendiam para nós um farto tira gosto das codornas e inhambus caçados nas leras do milho quebrado, fiquei sabendo ontem através do filho do finado Eliomar... Lembra do Eliomar aquele que te salvou do afogamento na represa do Sr. Vantuil, então ele deixou saudades para mim e tenho certeza de que você também sentira bom venho trazer até a você um pouco de conformismo com essa dor que aos poucos vai te corroendo, mais se lembre que eu depois que parti da nossa cidade também sofri graves problemas de saúde e ainda não me recuperei totalmente, mais depois que deixei os bons espíritos de luz tomar conta do meu eu, fui reerguendo novamente e espero que encontrem nesse livro algumas respostas para os tantos porquês que já pode ter feito, digo assim porque também vivi um bom tempo me perguntando por que eu, hoje tenho todas as respostas e se Deus quiser e ele quer você também terá as tuas, fique com Deus o maior Medico de todos os tempos, do amigo de ontem de hoje e de todo sempre. Abimael.

Antes de folhear as primeiras paginas do livro que tinha os dizeres o evangelho segundo espiritismo, por Alan Kardec fui preciso enxugar as poucas lagrimas que meus olhos expeliram no instante que eu acabara de ler aquela confortada mensagem, e lógico que nunca me esqueci do amigo Eliomar que o bom Deus o tenha, assim que me refiz daquela alegria por ter noticias de Abimael comecei a ler confesso que já nos primeiras estrofes fui me sentindo mais leve, e sentia me envolto a um mundo sendo recriado para mim onde o sentido da vida poderia a vim ter outra postura, e pensei profundo pedindo ao meu criador que reciclasse esse filho que alimentou por longos anos indiferenças entre tantos que deixei de ajudá-los, antes de findar mais um dia assim que o sol se pôs entre os altos pinheiros senti que necessitava respirar um ar mais puro do que aquele que recebia sobre quatro paredes, Letícia que prestava ajuda já alguns meses depois da minha recaída sempre me oferecia está oportunidade de caminhar ou ao menos tentar, ela que sorridente ajudou-me na realização de um sonho que eu sentia poderia não estar distante de mim, a cama que eu passava a maior parte desses dias clausura do parecia emburrar-me seguimos com passos menores que os de uma criança quando começa a gatinhar, chegamos frente à porta da frente está que há tempos meus olhos deixaram de ver, fiquei sentado por algumas horas maravilhando-me com o despedir de mais um dia, e sentindo o vento fresco de uma tarde promissora, quando Beatriz chegou era nítido perceber no teu rosto a tamanha felicidade a me ver ali, ela que me abraçou e senti o calor de teu corpo coisa que não acontecia desde a minha recaída, a mesma felicidade era percebida em Frederico, aquela noite de sexta-feira se alongou noite adentro, nós que iríamos receber no dia seguinte a Dona Guilhermina que há muito tempo atrás já havia procurado minha família para falar um pouco mais de DEUS e de sua adorada doutrina espírita, eu que corria a metros de Distancia quando era mencionada a palavra espíritos, antes de pegar no sono li mais umas duas paginas do livro que me agradara nas afirmações que eu ainda deixava passar despercebidas, e dormi com uma mensagem forte para os desacreditados ... “E então foi assim o dom como ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.”
E quantas ofensas eu havia oferecido quando perambulava entre muitos que me queriam bem, agora recebo a condenação na esperança de alcançar a justificação dos meus erros gratuitos, essa noite foi como se eu estivesse nascido outra vez e dormi igual um bebe, após receber os carinhos de sua mãe, por volta das nove horas de um sábado que amanheceu nervoso com nuvens carregadas e alguns trovões, até parece que poderia ser um meio para que minha visita deixasse-me esperando, o que não aconteceu porque bem antes do céu reclamar do calor dos dias anteriores Dona Guilhermina já estava em casa toda sorridente e feliz a me ver já dando alguns passos sem ajuda de uma muleta, assim que Beatriz ofereceu-nós um agradável café da manhã reunimos na larga e espaçosa sala onde um lindo tapete cobria o frio do piso, Frederico atentamente só observava a Claudinha a neta de Dona Guilhermina, começamos a falar um pouco de tudo inclusive da minha religião, está que há tempos eu não sabia nem o que acontecia nas celebrações, Guilhermina falou com um tom manso e pausadamente para que meus ouvidos pudessem entender o que ela falou... Filho desde a minha entrada pelo teu portão principal senti uma energia muito forte e negativa rondando teu lar, já aqui dentro sinto uma paz, mais que está sendo perturbada com uma interferência negativa, estas forças meus amores podem atingir principalmente as pessoas que agente tanto ama, olhando para Beatriz perguntou e você minha filha tem participado de uma celebração ou um encontro na sua igreja.... Beatriz cabisbaixa respondeu eu também há tempos acompanho meu esposo, e mal lembro de agradecer meus dias, minhas noite e nem pela vida que tenho, Dona Guilhermina continuou,pois bem estão precisando aproximar mais de Deus pai todo poderoso, não precisa ser na minha doutrina espírita pode ser na de vocês mesmos, basta terem muita fé porque o pai já nós deixou bem claro filhos peçam que eu vós atenderei dentro do merecimento de cada um, Eu tomando as palavras daquela que carinhosamente falava quis saber se poderia participar de um encontro em sua doutrina, ela simplesmente olhando para o céus disse Graças a deus, Salve os bons fluidos espirituais e completou claro filho quando e hora que quiser, falei pode ser hoje, ela falou sim iremos então, aquela simpática senhora trouxe não só para mim a felicidade como para o Frederico era fácil perceber a felicidade em teu rosto ainda mais ao conhecer aquela linda jovem o que fez sermos espíritas assíduos desde aquele dia, confesso que tivemos nossas vidas normalizadas e os abismos da incompreensão afastaram-se para sempre, agora a paz, a harmonia reinava nosso lar, os amigos de antes consegui resgatá-los e a maioria que viviam na mesma penumbra do que eu passaram a conviver no mesmo caminho, comecei a caminhar forte e as dores que me corroíam tomaram rumo ignorados por mim sem saber que o maior Espírito Divino de Deus Pai havia abençoado-me e curado, hoje neste plano espiritual resolvi contar vós que temos a oportunidade de conviver entre tantos desmoronamentos que o mundo físico oferece se você pensar em querer ser mais que teus amigos lembrem-se desta passagem que me acontecera, agora vivo em paz, harmonia, tolerância, e a cima de tudo alimento-me de humildade na esperança de poder voltar um dia para felicitar os espíritos que eu fizera conviver no lamaçal das tristezas, o Eliomar pouco pode me ver porque reencarnou pela sua vontade própria onde virá a ser um braço direito da pobreza excomungada por ele mesmo, o Dr. Péricles parece começar tudo outra vez e é um assistente num albergue dos enfermos que chegam diariamente aqui, Beatriz continua no Centro Espírita depois que ela desfez de alguns bens nossos para reformulação daquela casa de luz, lembram da Claudinha a neta de Dona Guilhermina com o passar do tempo casara-se com meu Frederico e segundo o que ouvi aqui talvez eu venha a ser filho do meu filho para que juntos possamos resgatar o tempo perdido, o Abimael continua sendo um amigo e tanto ele que veio depois de mim e não precisou passar por longas horas na escuridão que passei hoje desencarnado posso acompanhar tudo que eu deixei de fazer, quantas pessoas que sentiram prejudicadas por mim já me perdoaram, o que tenho acrescentar e que pude mesmo que tarde encontrar o verdadeiro caminho a ser percorrido por todos os espíritos ainda encarnados dos quais muitos estão jogando essa oportunidade janela a fora, tive sim então duas vidas uma de desilusão e outra com Meus Amores que foram os que rejeitei mais que me aceitaram e um Amor maior fora Dona Guilhermina que aqui ainda carrega-me em teus braços.



Fiquem na paz.

GABRIEL.

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