terça-feira, 13 de setembro de 2011

Segredos Desvendados


E sempre o mesmo conselho... Não fere o coração dos que te rodeiam, para que você não receba os mesmos golpes das feridas que surgirão.
Assim passei muitos anos ouvindo e recusando as profecias de minha mãe, as pessoas dizem que uma mãe não engana-se quando sente o perigo no caminho de suas proles, e comigo não foi diferente aos quatorze anos eu comecei a sentir enjoo do meu lar e das mesmas pessoas que eu via todos os dias, as mesmas cobranças do meu pai, os mesmos nãos de minha mãe e as vezes os mesmos golpes violento do Eduardo meu irmão dois anos mais velho do que eu, comecei a bolar para mim um trajeto diferente, tipo saia de casa com intuito de realizar meus compromissos na escola, mais que nada eu nem lá passava, tinha um beco onde levava a uma vila de pessoas carentes e muito nessecitadas onde comecei a freguentar e foi nesse beco que as previsões de minha mãe começou acontecer.
         Conheci o Jovenildo um camaradinha de dezeseis anos com pinta de chefão mais que não dava moleza pra ninguém, antes que eu aprofundasse mais em uma das façanhas erroneas, ele me disse olha meu camarada você e lá de cima vive no meio dos bacanas, aqui e diferente se você entrar para sair será dificil, pensei e disse mais acho que vai ser melhor aqui, ao menos não terei que ouvir todos os dias minha mãe dizer, não faça isso, não vai lá, e iria escapar dos ponta pé que Eduardo oferecia vez enquanto, e nem dei conta de que eu poderia ter escapado deste caminho, era facil bastava eu seguir os conselhos de minha mãe, mais fui tolo preferi entregar-me ao sub-mundo das escritas tortas, e nem pensei nas palavras que eu sempre ouvia “Não fere o coração de quem te ama, para que no seu amanhã, não venha sentir as mesmas feridas” E quantas feridas recebi sem que nehuma delas cicatrizassem, e só me oferecerão um odor insuportavél, as preocupações de meus familiares aumentarão ainda mais comigo, minha mãe adoeceu por causa das minhas agressões contra os carinhos dela, meu pai não suportando ver-me no caminho cheio de fogo e espinhos e não aceitando minhas atitudes me prometera que iria tirar de mim o que ele havia dado-me, A V I D A.
          No dia em que ouvi estas palavras percebi que as coisas estavão feias mesmas para meu lado, até Eduardo parou com as agressões de antes prometendo desovar-me caso eu preferice aquela vida, bem que todos perdoarão os meus erros e eu não soube aproveitar a oportunidade, fiquei sim uns dois meses afastado do beco e das ordens  do Jovenildo, mais parece que algo me puxava tipo um imã em direção ao beco das minhas desilusões, lembro que num dia em que eu levantei confesso que o sol queria me esclarecer alguma coisa, até a Jandaia uma mulata que parecia me entender calou-se quando tentei arrancar dela um assobio, minha mãe estava sentada em um tamborete onde estava esculpido meu nome, passei a mão sobre sua cabeça e ela voltou-se para mim e vi que teus olhos pareciam estar longe dali com algumas lagrimas que rolarão pelo rosto já desacreditado que eu realmente aceitaria viver a vida que ela ensinara-me desde pequeno, quis dizer ao menos bom dia mais a coragem faltou-me, segui em diração ao portão olhando para o céu este que estava límpido azul, onde uma brisa fresca do pé de laranjeira fez com que eu me sentasse, e ali permaneci por instantes, preocupado com a divida que fiz no beco.
          Sabe quando você tem tipo assim um pressentimento de que algo está errado ou algo errado está prestes a acontecer... Me senti assim por um bom tempo, comecei a entender as FERIDAS que minha mãe sempre falava para que eu não ofertasse para ninguém, e nem imaginei de que quando aceitei descer o beco estava colocando não só minha vida em risco como o de toda minha família, como eu narrei antes achava que Jovenildo poderia estar furioso comigo e cobrar de outra forma, mais fiquei feliz ao cair da tarde por rever meu pai chegando e logo em seguida meu irmão que até tentou tirar de mim alguma palavra, e ignorei o céus como fui tolo, quando minha mãe nós chamou para jantar lembro bem que meu prato predileto fora feito com carinho onde recusei com medo de que ela ou alguém tivesse colocado algo naquela comida que eu rejeitei, preferi responder que estava sem fome talvez mais tarde, segui para meu quarto, antes aproveitando o descuido do meu pai peguei sua carteira onde continha alguns trocados e sai pela janela do meu quarto, há se eu soubesse que não voltaria mais a ver meus familiares antes teria dado um abraço e um beijo carinhoso, ao chegar do lado de fora segui em direção a um pequeno estabelecimento próximo a entrada do beco onde o Senhor Ananias vendia umas quitandas saborosas.
Assim que fui servido pela Ana Licia a filha mais nova do Ananias sentei-me perto do balção onde podia degustar tranquilamente o lanche que para mim era mais seguro do que o prato servido pela minha mãe, acabei de comer e paguei com o dinheiro que havia retirado do meu pai... Ou melhor roubado né, como fui um cara de pau e sem sentimento algum, meu pensamento no momento era voltar o mais rapido para casa, quando sai não andei nem uns cem metros de onde havia acabado de comer um lanche senti uma queimação na altura da espinha e um som ao longe como se estivessem queimando alguns fogos de artificios, ao passar a mão em minhas costas comecei a correr porque o sangue esquentava minhas pernas, comecei a gritar o nome daqueles que eu ignorei por todos os dias em que convivi com eles, mais de nada adiantou, fui atinjido mais umas duas ou três vezes e ninguem para me socorrer, realmente o que Jovenildo disse tinha sentido se entrar seria dificil de sair, só não imaginava que teria uma saida daquele jeito, na rua a multidão aglomerou-se e confesso que o ultimo respiro que dei foi nos braços de minha mãe que disse, tantas foram as cicatrizes que me ofereceu filho que saberei me confortar com essa que jamais será cicatrizada enquanto eu viver, senti suas lagrimas quentes sobre meu rosto, estava ali eu mesmo desvendando as cicatrizes dos SEGREDOS DESVENDADOS,
Hoje aqui tenho uma vida praticamente transparente, vazia e monotona, com as lembranças de quem me amou um dia, e das oportunidades que deixei escapar por não ouvir um coração de uma mãe que sempre tem razão no que fala e sente, agora resta-me torcer para que em breve possam eles esquecerem que um dia fui um pedregulho de preocupações em suas vidas, sou Nelson Lima Cruz, nascido e criado na cidade de Gravatá no Parana, e atraves deste desvendei e passei para os muitos dos filhos ignorantes iguais a mim... Se estiverem passando pelo que passei e vivi ouça com atenção Ame seus entes queridos para que vocês não precisem desvendar misterios algum.

                                                                           GABRIEL.

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