terça-feira, 13 de setembro de 2011

Segredos Desvendados


E sempre o mesmo conselho... Não fere o coração dos que te rodeiam, para que você não receba os mesmos golpes das feridas que surgirão.
Assim passei muitos anos ouvindo e recusando as profecias de minha mãe, as pessoas dizem que uma mãe não engana-se quando sente o perigo no caminho de suas proles, e comigo não foi diferente aos quatorze anos eu comecei a sentir enjoo do meu lar e das mesmas pessoas que eu via todos os dias, as mesmas cobranças do meu pai, os mesmos nãos de minha mãe e as vezes os mesmos golpes violento do Eduardo meu irmão dois anos mais velho do que eu, comecei a bolar para mim um trajeto diferente, tipo saia de casa com intuito de realizar meus compromissos na escola, mais que nada eu nem lá passava, tinha um beco onde levava a uma vila de pessoas carentes e muito nessecitadas onde comecei a freguentar e foi nesse beco que as previsões de minha mãe começou acontecer.
         Conheci o Jovenildo um camaradinha de dezeseis anos com pinta de chefão mais que não dava moleza pra ninguém, antes que eu aprofundasse mais em uma das façanhas erroneas, ele me disse olha meu camarada você e lá de cima vive no meio dos bacanas, aqui e diferente se você entrar para sair será dificil, pensei e disse mais acho que vai ser melhor aqui, ao menos não terei que ouvir todos os dias minha mãe dizer, não faça isso, não vai lá, e iria escapar dos ponta pé que Eduardo oferecia vez enquanto, e nem dei conta de que eu poderia ter escapado deste caminho, era facil bastava eu seguir os conselhos de minha mãe, mais fui tolo preferi entregar-me ao sub-mundo das escritas tortas, e nem pensei nas palavras que eu sempre ouvia “Não fere o coração de quem te ama, para que no seu amanhã, não venha sentir as mesmas feridas” E quantas feridas recebi sem que nehuma delas cicatrizassem, e só me oferecerão um odor insuportavél, as preocupações de meus familiares aumentarão ainda mais comigo, minha mãe adoeceu por causa das minhas agressões contra os carinhos dela, meu pai não suportando ver-me no caminho cheio de fogo e espinhos e não aceitando minhas atitudes me prometera que iria tirar de mim o que ele havia dado-me, A V I D A.
          No dia em que ouvi estas palavras percebi que as coisas estavão feias mesmas para meu lado, até Eduardo parou com as agressões de antes prometendo desovar-me caso eu preferice aquela vida, bem que todos perdoarão os meus erros e eu não soube aproveitar a oportunidade, fiquei sim uns dois meses afastado do beco e das ordens  do Jovenildo, mais parece que algo me puxava tipo um imã em direção ao beco das minhas desilusões, lembro que num dia em que eu levantei confesso que o sol queria me esclarecer alguma coisa, até a Jandaia uma mulata que parecia me entender calou-se quando tentei arrancar dela um assobio, minha mãe estava sentada em um tamborete onde estava esculpido meu nome, passei a mão sobre sua cabeça e ela voltou-se para mim e vi que teus olhos pareciam estar longe dali com algumas lagrimas que rolarão pelo rosto já desacreditado que eu realmente aceitaria viver a vida que ela ensinara-me desde pequeno, quis dizer ao menos bom dia mais a coragem faltou-me, segui em diração ao portão olhando para o céu este que estava límpido azul, onde uma brisa fresca do pé de laranjeira fez com que eu me sentasse, e ali permaneci por instantes, preocupado com a divida que fiz no beco.
          Sabe quando você tem tipo assim um pressentimento de que algo está errado ou algo errado está prestes a acontecer... Me senti assim por um bom tempo, comecei a entender as FERIDAS que minha mãe sempre falava para que eu não ofertasse para ninguém, e nem imaginei de que quando aceitei descer o beco estava colocando não só minha vida em risco como o de toda minha família, como eu narrei antes achava que Jovenildo poderia estar furioso comigo e cobrar de outra forma, mais fiquei feliz ao cair da tarde por rever meu pai chegando e logo em seguida meu irmão que até tentou tirar de mim alguma palavra, e ignorei o céus como fui tolo, quando minha mãe nós chamou para jantar lembro bem que meu prato predileto fora feito com carinho onde recusei com medo de que ela ou alguém tivesse colocado algo naquela comida que eu rejeitei, preferi responder que estava sem fome talvez mais tarde, segui para meu quarto, antes aproveitando o descuido do meu pai peguei sua carteira onde continha alguns trocados e sai pela janela do meu quarto, há se eu soubesse que não voltaria mais a ver meus familiares antes teria dado um abraço e um beijo carinhoso, ao chegar do lado de fora segui em direção a um pequeno estabelecimento próximo a entrada do beco onde o Senhor Ananias vendia umas quitandas saborosas.
Assim que fui servido pela Ana Licia a filha mais nova do Ananias sentei-me perto do balção onde podia degustar tranquilamente o lanche que para mim era mais seguro do que o prato servido pela minha mãe, acabei de comer e paguei com o dinheiro que havia retirado do meu pai... Ou melhor roubado né, como fui um cara de pau e sem sentimento algum, meu pensamento no momento era voltar o mais rapido para casa, quando sai não andei nem uns cem metros de onde havia acabado de comer um lanche senti uma queimação na altura da espinha e um som ao longe como se estivessem queimando alguns fogos de artificios, ao passar a mão em minhas costas comecei a correr porque o sangue esquentava minhas pernas, comecei a gritar o nome daqueles que eu ignorei por todos os dias em que convivi com eles, mais de nada adiantou, fui atinjido mais umas duas ou três vezes e ninguem para me socorrer, realmente o que Jovenildo disse tinha sentido se entrar seria dificil de sair, só não imaginava que teria uma saida daquele jeito, na rua a multidão aglomerou-se e confesso que o ultimo respiro que dei foi nos braços de minha mãe que disse, tantas foram as cicatrizes que me ofereceu filho que saberei me confortar com essa que jamais será cicatrizada enquanto eu viver, senti suas lagrimas quentes sobre meu rosto, estava ali eu mesmo desvendando as cicatrizes dos SEGREDOS DESVENDADOS,
Hoje aqui tenho uma vida praticamente transparente, vazia e monotona, com as lembranças de quem me amou um dia, e das oportunidades que deixei escapar por não ouvir um coração de uma mãe que sempre tem razão no que fala e sente, agora resta-me torcer para que em breve possam eles esquecerem que um dia fui um pedregulho de preocupações em suas vidas, sou Nelson Lima Cruz, nascido e criado na cidade de Gravatá no Parana, e atraves deste desvendei e passei para os muitos dos filhos ignorantes iguais a mim... Se estiverem passando pelo que passei e vivi ouça com atenção Ame seus entes queridos para que vocês não precisem desvendar misterios algum.

                                                                           GABRIEL.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

CAMINHOS.

Na rua principal super movimentada eu acostumava ir e vim sem temer nada, tinha toda confiança nos caminhos em que eu iria passar, e lógico que em algumas noites ou dias tenebrosos eu me cuidava ainda mais, tinha tanta certeza de que as coisas ruins jamais aconteceriam comigo que sempre tive bons pensamentos, boas amizades e não temia passar pelo que estava prestes a me acontecer, espero que você possa vivenciar o que me ocorreu e tire para você e os teus entes queridos um pouco do aprendizado que me faltou acreditar, desde mulecote e desde quando comecei a entender por gente minha mãe cuidadosamente explicava que da vida tudo se pode esperar, nem sempre as coisas boas tem seu fim como esperamos, mais os perigos que ela a vida nós oferta bate em nossas portas a todo o momento e instante, quando ela falava teus olhos brilhavam parecendo prever a perca de um dos seus, nós, ou melhor, eu Nike e meus irmãos Maciel e Lênin, Maciel com teus vinte e dois anos bem vividos era do tipo reservado e cuidadoso principalmente a frente da pequena fazenda que possuíamos no distrito do brejo d’água no município de Iturama MG. Já por sua vez Lênin aos dezenove anos além de ser um matuto nato era conhecedor de quase todas as raízes do mato, e sempre que podia estava oferecendo algo que acalmasse principalmente as minhas agonias, estas que eu não entendia o porquê não me deixavam pensar em dias melhores, meu pai Antenor Tenório conhecido na região era mais um viajante com a boiada do que um proprietário de terras, em um dia de sol escaldante onde ao longe agente podia ver a evaporação do solo parecendo transformar-se em um espelho d’água e entre ele a visão meio que embaraçada do meu velho pai e alguns dos seus tropeiros mais afamados naquela região, o Tião da foice, o Nego do Mujolo, só não me perguntem o porquê desses nomes, pois nunca soube precisamente o significado, eu precisava encontrar um meio de apresentar-me diante as muitas pessoas que visitavam constantemente nossa fazenda de pequeno porte, onde em nossas terras além de termos o melhor capim colonião a abundancia das águas eram tantas que alguns fazendeiros mais afortunados arrendavam alguns colchetes de chão na época brava da seca, seca está que parecia com meus caminhos incertos, o que me fez ser um quase pedaço de madeira sem valor algum, por ser um tipo que pensava em ter tudo ao meu alcance com suor dos outros, observem bem o que me ocorreu depois que deixei o caminho e o calor aconchegante do meu lar e apaguei de vez aquela rua principal que me viu dar meus primeiros passos, numa dessas comitivas de tropeiros que iam e viam sempre em nossa propriedade conheci o Lourival este que possuía uma cicatriz que marcava teu rosto entre o queixo e a orelha esquerda, segundo ele foi num estouro da boiada que ele adquirira aquela tatuagem para sempre, e lógico que resolvi seguir aquele caminho ainda incerto de mim mesmo, com a permissão dos meus pais, aquela permissão tipo vai e não vai mais, eu precisava acabar com aquela indesconfiança que alguns que me rodeavam tinham, tipo palavras que feriam o meu interior... Meu pai mesmo por diversas vezes me criticava e dizia que nunca creditaria nenhuma responsabilidade de sua propriedade a mim, e meus dois irmãos eram tipos sabedores e protegidos pelo papai, mais ambos eram muitos carinhosos comigo, afinal nas mais perigosas algazarras eu me colocava a frente de tantas chibatadas do meu pai para protegê-los, mesmo assim com o tempo fui sendo excluído e mal podia dar alguma ordem qualquer que fosse o braçal que por mim passava, além de Lourival seguia aquela comitiva o Chico Periquito, o Dente de Ouro e o mais engraçado Tião Macaco, este que era muito alegre e tinha respostas para tudo, e em todo momento podia ver em teu rosto um sorriso meio que amarelado pela quantidade de cigarro que ele consumia, eles que trabalhavam na fazenda Castanheira retirado a uns cento e quarenta quilômetros do Chapadão do sul no chão Mato-grossense, eu com minhas perguntas quis saber se o patrão deles não iria achar ruim eu seguir a sua comitiva, Tião Macaco, riu tanto que assustei e falou... Patrão quá, quá, quá, não com certeza ira agradecer, ainda mais quando souber que você e filho do dono das terras farturentas de pastagens e água, depois que despedi de cada um de casa a única coisa que meu pai me deu foi um bom cavalo e uma traia para a viagem e falou aos meus ouvidos... Seu moleque vê se aprende a virar alguém na vida e deu-me um tapinha carinhoso em meu rosto, minha mãe com algumas lagrima nos olhos só me desejou muito sucesso e colocou um embrulho em meu bolso, dizendo que seria um segredo meu e dela, era para eu começar a minha nova vida meu novo “CAMINHO”, quando Lourival chegou junto com os que te acompanhavam, trouxeram umas duzentas cabeças de gado dos quais a maioria já eram herados, e alguns se perderão pelo caminho pela desnutrição, foram colocadas na pastagem de colonião nova, e do capim Braquiara, onde eram banhados por uma das nascentes do rio do peixe, ao voltarmos conduzimos outras duzentas cabeças, estas mais robustas e com força suficiente para andar os mesmos quilômetros que fizeram as outras, assim que começamos nós organizamos primeiro o Dente de Ouro e o Lourival ficaram com a responsabilidade da garupa da boiada, eu por ter adquirido o único dote com meu avó tive o privilegio de seguir a frente do rebanho com Chico Periquito, e Tião Macaco, tocando meu amigo berrante feito ainda com os chifres de um touro que deu inicio na historia da minha família bem a nossa frente seguia o cozinheiro em uma carroça cheio de mantimentos era tipo uma conzinha móvel do peão, Tião perguntou-me porque eu não participava da comitiva do meu pai, se eu entoava tão bem o lindo berrante, respondi bem que tentei diversas vezes mais sempre era reprovado, porque meu pai dizia que eu só sabia fazer isso e mais nada, berrante por berrante Tião da Foice tocava, recordo que levamos uns quinze dias para alcançarmos nosso destino, quando entramos já nas terras onde a boiada iria ser entregue notei uma pastagem em recuperação e a escassez da água que vinha em uma pica d’água barrenta era a famosa Fazenda Castanheira e pensei comigo quem poderia vim a ser o meu novo patrão?
Depois que deixamos o Walter Morcego o encarregado da fazenda conferir cabeça por cabeça do gado que entregamos, nós retiramos até as baias que não ficava distante, Dente de Ouro pediu para que eu o acompanhasse mais antes queria ouvir mais uma vez o som gostoso do berrante, ele que falou há muito tempo não ouço um verdadeiro som de um berrante e comecei a entoar o chamariz do gado com um toque bem repicado e longo, após realizar a vontade do Dente de Ouro entramos num galpão este que tinham diversas redes armadas e um fogão a lenha e um bule com um saboroso café e uns quitutes feito por Ademarzinho, ele que era filho do Lourival e nascera naquelas bandas do sul do mato grosso Próximo a Costa Rica, depois de conhecermos ele falou aos meus ouvidos a patroinha e que vai gostar de ouvir seu berrante tocar, quando vocês estavam vindos para o galpão e você entoou o berrante eu vi que ela esticou se toda pela janela para ver quem poderia estar tocando, assim que Ademarzinho me falou saiu em direção a sede principal toda feita em acabamento de pedras e algumas arvores com flores ao redor e eu fiquei matutando patroinha... Meu Deus aonde vim parar, a saudade de minha mãe era marcante dentro de mim, e as brincadeiras de infância na rua principal com meus irmãos eram vivas dentro do meu “EU”, depois que escolhi a rede para descansar e passar as noites ela que ficava próximo a rabeta do fogão onde passava um cano grosso este que esquentava a água para um gostoso banho, assim que me troquei isso já por volta das cinco horas de um começar de noite fria onde podia ouvir a alvorada das muitas maritacas no manguezal e sobre o céu ainda cinzento das queimadas um rebanho de andorinhas completava o espetáculo, assim que lembrei de desfazer o embrulho que minha mãe havia colocado em meu bolso este que era de um volume até grande amarrado cuidadosamente, me surpreendi com a quantidade de dinheiro que estava embrulhado nele, com desconfiança de alguém,pois ainda não tinha tanta intimidade com meus novos amigos e aquela cicatriz no rosto do Lourival me assustava, assim que conferi todo valor do embrulho pelo preço que estava a arroba do gado dava para adquirir as duzentas cabeças que eu ajudara os amigos trazerem, pensei mamãe quer algo a mais de mim, mais será o que? Porque só ela ainda acredita em mim? E procurei esconder aquela dinheirada toda em um lugar seguro, estava eu conversando com Ademar quando Chico Periquito chegou já todo perfumado e falou que não precisava colocar lenha no fogo para a janta porque iríamos comer na sede da patroinha, pois a mesma queria conhecer o novo vaqueiro e poder parabenizá-lo pelo toque gostoso do berrante, juro que quis recusar o convite mais fui alertado por Dente de Ouro que o finado pai da tal patroinha não gostava de ter suas ordens não cumpridas e que a filha também não dava rédea para uma recusa como está, falei então e assim vamos lá para ver no que dá, antes desfiz de uma caixa com alguns pertences meus onde mamãe havia colocado por baixo de minhas roupas e botas meu amigo violão, ele que eu chamava carinhosamente de “Xonado”.  
     Depois que estávamos todos prontos quis saber quantas pessoas moravam naquela casa tão aconchegante, tive a resposta que morava a viúva Dona Carmosina a filha Ágata e Frederico o irmão caçula este que era o segundo a palpitar em alguma coisa, juro que procurei vestir uma roupa das tradicionais do meu costume enquanto os outros eram no traje mesmo de vaqueiro, seguimos em direção a bela sede por um caminho cheio de curvas e esburacado, lembrei que meus caminhos também poderiam ser comparados com aquele que eu seguia no momento, ao chegarmos à varanda principal está feita toda de madeira de lei tipo Jatobá e aroeira, uma mesa extensa toda em madeira e suas cadeiras era da mesma madeira, primeiro sentou-se Lourival e em seguida nós, acho que se esquecerão de falar da Dona Abadia uma senhora de uns sessenta e poucos anos tranqüila e de um cardápio que lembrava as gostosuras preparadas por minha mãe, estávamos já nós servindo quando veio ao meio de nós o tal Frederico um sujeito estranho e desconfiado de olhar baixo como se estivesse querendo esconder alguma coisa, bom deixei pra La afinal eu estava mesmo era querendo forrar o estomago que a horas reclamava de fome, quando começamos a degustar a nossa ou seja a minha primeira refeição naquele lugar eis que surge sobre os degraus da escada esculpida em madeira do famoso e raro Pau-Brasil uma mulher de tão linda podia ser confundida com uma deusa, confesso que arrepiei todo, mais foi um arrepio gotoso tipo querer aquele pedaço de mulher para mim, abaixei minha cabeça e continuei a comer.
  Ela sem dizer nada se sentou na ponta da mesa como faz todos os chefes de casa, lembrei na hora do meu pai que tinha esses costumes, assim que ela começou a fazer sua refeição notei que teus olhos forçavam em me ver entre o Chico Periquito e Tião macaco, continuei sem ao menos dar a impressão de que eu notava algo diferente, quando eu pedi licença para retirar fui chamado à atenção por Ademarzinho que sobrou mais uma vez aos meus ouvidos dizendo primeiro ela sai depois agente, quis resmungar mais aceitei, afinal não era tão ruim assim fazer companhia para aquela lindeza toda justamente em minha frente, quando estávamos aguardando para que pudéssemos deixar a mesa, ela deu um tipo limpa garganta para chamar a atenção e perguntou-me com uma voz tão suave... Então você que e o novo tropeiro? Sim... Sim sou eu mesmo aceitei o convite do Lourival para trabalhar na lida com o gado, Ela continuou, tem quantos anos nessa lida? Respondi na estrada e a primeira vez, mais sou filho... Ela me interrompeu dizendo já sei de quem e filho Lourival me falou e eu te pergunto por que não continuou com teu pai? Olha se você não fizer questão de saber eu adoraria, estou na estrada porque quero começar um novo “CAMINHO” e esquecer o que vivi na companhia do meu pai... Nossa até parece que você está fugindo de casa, mais você sabe que vez enquanto tenho que enviar algumas cabeças de gado para as terras do seu pai na época da forte seca não e mesmo? Sim eu sei mais o que vem a ter com minha vinda para cá, caso você não tenha ido com o meu tipo só porque estou nesta roupagem diferente dos outros, pego o caminho para outro rumo agora mesmo! Nossa você e corajoso heim você sabe quem eu sou para falar assim com essa grosseria toda? Desculpe-me se te ofendi e que não gosto que me olham com indiferenças porque posso estar aqui com uma aparência de um cidadão da cidade, mais as aparências se enganam, e é claro que sei quem você e então estou só confirmando para a senhorita que meus trabalhos serão realizados conforme suas vontades! Bom isso e bom eu então gostaria de ouvir o repique do seu berrante enquanto meu irmão estiver entoando uma canção no violão que nós faz lembrar muito papai você tocaria para mim? Sim e claro e também posso colocar o “XONADO” para acompanhar teu irmão na mesma canção! Colocar quem quis saber ela... Respondi meu violão o chamo assim Xonado porque somos iguais só falamos a verdade e tanto ele como eu apaixonamos fácil, fácil.
O filho do Lourival já havia trago o berrante e meu violão com cordas de viola em náylon, assim que Frederico se assentou eu aproximei e fizemos uma palhinha do Chico Mineiro onde alguns aplausos foram ouvidos ao fundo da dispensa era Dona Carmosina e Dona Abadia que juntas sorriam, parece que eu estava sendo aceito por todos ali, ao começarmos a canção do “Menino da Porteira” fiz uns repiques longos que eram ouvidos ao longe que fez alguns bezerros do pasto próximo chegar bem perto onde estávamos, percebi a felicidade nos olhos de todos, já era tarde e ela pediu para que fôssemos todos embora, assim que saímos em direção ao galpão ela falou você fica para podermos ajustar algumas coisinhas.
Assentamos-nos próximo a escada em outra mesa em madeira está redonda mais muito linda, a primeira pergunta que ouvi quantos anos você tem? Bom acho que gostaria de saber meu nome também não e mesmo, afinal das contas se e para ajustar algumas coisinhas que sejam ajustados corretos, me chamo Nike e tenho vinte e cinco anos, sou o filho mais velho da família, o que mais você precisa saber? Nossa você parece que está nervoso... Cai matando e respondi mais quem não tem pressa de sair de perto de um monumento igual a você, porque já não estou me agüentando com vontade de roubar-te um abraço e um beijo porque não! Ela levantou rápida e disse pode ir está liberado depois falo com você! Legal tomara que não demore e acrescentei boa noite patroinha.
O tempo e os anos se passarão e até mesmo a perca trágica do maior amigo de estrada partiu Chico Periquito em uma de nossas andanças entre uma fazenda e outra foi atacado por uma urutu à cobra mais venenosa que mata um animal em menos de segundos, imaginem só um homem, o Dente de Ouro foi preciso e não acompanhava mais as comitivas que organizávamos, o mesmo sofreu enfarte por duas vezes, a linda patroinha na época que há conheci possuía teus vinte e oito anos e até nós dias atuais está cada dia mais formosa, e é claro que chegamos a nós entender só não estamos juntos ainda porque o Frederico acha que ele não e só irmão e sim o dono dela e chegou até me intimidar com palavras e acabei perdendo meu parceiro na roda de viola que fazíamos no galpão, o Ademarzinho de tanta persistência dele mesmo aprendeu a tocar o berrante, e aquela enorme casa ficou mais vazia com a morte de Dona Abadia de uma hora para outra, eu depois que tracei meu novo caminho retornei nas terras do meu pai uma vez só, esses tempos atrás e que encontrei Maciel nas imediações de Costa Rica levando uma tropa boa de Tabapuã Nelore puro sangue, agente se falou pouco porque tínhamos que chegar em Cassilandia antes do anoitecer, e assim aconteceu comigo, alguns meses depois em uma negociação com a Dona Carmosina adquiri aquela tão linda fazenda, onde fiquei apenas com quatro dos seis tropeiros que ali trabalhavam, meses depois fiquei noivo da então eis patroinha e nós casamos em meados de hum mil novecentos cinqüenta e seis no recanto relíquia, e mostrando para mim mesmo que podemos sim acreditar em CAMINHOS diferentes e vencê-los e venci acho eu se ficasse na companhia do meu pai seria apenas só mais um de seus filhos, veio morar comigo minha mãe e vovó Iracema, Dona Carmosina muito adoentada mudou-se para cidade levando com ela o sinistro Frederico o Lourival foi assassinado próximo a serra da Lagoa Santa já na divisa com Itajá vieram vingar a morte de um coronel de terras que Lourival havia matado Anos atrás, agora compreendo onde ele realmente conseguiu aquela cicatriz, ainda com muito trabalho junto as minhas terras adquiri um maquinário desacreditado por muitos fazendeiros da minha região e depois de um mês a água jorrava pelos campos afora em abundância, aonde o verde dos meus pastos eram infinitos, passei ajudar muitos dos meus vizinhos de cerca, e alguns que viam de longe com sua boiada, inclusive o homem que não me acreditava meu pai, assim fiz da minha vida o esteio para o meu Caminho, onde eu e minha amada obtivemos três filhos os quais ficaram frente a lida de tudo após nosso desencarne, e cada um honra com muito amor e sinceridade o caminho que deixei para cada um.     
                                                  Pelo Espírito
                                                         Gabriel.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CAMINHOS

Na rua principal super movimentada eu acostumava ir e vim sem temer nada, tinha toda confiança nos caminhos em que eu iria passar, e lógico que em algumas noites ou dias tenebrosos eu me cuidava ainda mais, tinha tanta certeza de que as coisas ruins jamais aconteceriam comigo que sempre tive bons pensamentos, boas amizades e não temia passar pelo que estava prestes a me acontecer, espero que você possa vivenciar o que me ocorreu e tire para você e os teus entes queridos um pouco do aprendizado que me faltou acreditar, desde mulecote e desde quando comecei a entender por gente minha mãe cuidadosamente explicava que da vida tudo se pode esperar, nem sempre as coisas boas tem seu fim como esperamos, mais os perigos que ela a vida nós oferta bate em nossas portas a todo o momento e instante, quando ela falava teus olhos brilhavam parecendo prever a perca de um dos seus, nós, ou melhor, eu Nike e meus irmãos Maciel e Lênin, Maciel com teus vinte e dois anos bem vividos era do tipo reservado e cuidadoso principalmente a frente da pequena fazenda que possuíamos no distrito do brejo d’água no município de Iturama MG. Já por sua vez Lênin aos dezenove anos além de ser um matuto nato era conhecedor de quase todas as raízes do mato, e sempre que podia estava oferecendo algo que acalmasse principalmente as minhas agonias, estas que eu não entendia o porquê não me deixavam pensar em dias melhores, meu pai Antenor Tenório conhecido na região era mais um viajante com a boiada do que um proprietário de terras, em um dia de sol escaldante onde ao longe agente podia ver a evaporação do solo parecendo transformar-se em um espelho d’água e entre ele a visão meio que embaraçada do meu velho pai e alguns dos seus tropeiros mais afamados naquela região, o Tião da foice, o Nego do Mujolo, só não me perguntem o porquê desses nomes, pois nunca soube precisamente o significado, eu precisava encontrar um meio de apresentar-me diante as muitas pessoas que visitavam constantemente nossa fazenda de pequeno porte, onde em nossas terras além de termos o melhor capim colonião a abundancia das águas eram tantas que alguns fazendeiros mais afortunados arrendavam alguns colchetes de chão na época brava da seca, seca está que parecia com meus caminhos incertos, o que me fez ser um quase pedaço de madeira sem valor algum, por ser um tipo que pensava em ter tudo ao meu alcance com suor dos outros, observem bem o que me ocorreu depois que deixei o caminho e o calor aconchegante do meu lar e apaguei de vez aquela rua principal que me viu dar meus primeiros passos, numa dessas comitivas de tropeiros que iam e viam sempre em nossa propriedade conheci o Lourival este que possuía uma cicatriz que marcava teu rosto entre o queixo e a orelha esquerda, segundo ele foi num estouro da boiada que ele adquirira aquela tatuagem para sempre, e lógico que resolvi seguir aquele caminho ainda incerto de mim mesmo, com a permissão dos meus pais, aquela permissão tipo vai e não vai mais, eu precisava acabar com aquela indesconfiança que alguns que me rodeavam tinham, tipo palavras que feriam o meu interior... Meu pai mesmo por diversas vezes me criticava e dizia que nunca creditaria nenhuma responsabilidade de sua propriedade a mim, e meus dois irmãos eram tipos sabedores e protegidos pelo papai, mais ambos eram muitos carinhosos comigo, afinal nas mais perigosas algazarras eu me colocava a frente de tantas chibatadas do meu pai para protegê-los, mesmo assim com o tempo fui sendo excluído e mal podia dar alguma ordem qualquer que fosse o braçal que por mim passava, além de Lourival seguia aquela comitiva o Chico Periquito, o Dente de Ouro e o mais engraçado Tião Macaco, este que era muito alegre e tinha respostas para tudo, e em todo momento podia ver em teu rosto um sorriso meio que amarelado pela quantidade de cigarro que ele consumia, eles que trabalhavam na fazenda Castanheira retirado a uns cento e quarenta quilômetros do Chapadão do sul no chão Mato-grossense, eu com minhas perguntas quis saber se o patrão deles não iria achar ruim eu seguir a sua comitiva, Tião Macaco, riu tanto que assustei e falou... Patrão quá, quá, quá, não com certeza ira agradecer, ainda mais quando souber que você e filho do dono das terras farturentas de pastagens e água, depois que despedi de cada um de casa a única coisa que meu pai me deu foi um bom cavalo e uma traia para a viagem e falou aos meus ouvidos... Seu moleque vê se aprende a virar alguém na vida e deu-me um tapinha carinhoso em meu rosto, minha mãe com algumas lagrima nos olhos só me desejou muito sucesso e colocou um embrulho em meu bolso, dizendo que seria um segredo meu e dela, era para eu começar a minha nova vida meu novo “CAMINHO”, quando Lourival chegou junto com os que te acompanhavam, trouxeram umas duzentas cabeças de gado dos quais a maioria já eram herados, e alguns se perderão pelo caminho pela desnutrição, foram colocadas na pastagem de colonião nova, e do capim Braquiara, onde eram banhados por uma das nascentes do rio do peixe, ao voltarmos conduzimos outras duzentas cabeças, estas mais robustas e com força suficiente para andar os mesmos quilômetros que fizeram as outras, assim que começamos nós organizamos primeiro o Dente de Ouro e o Lourival ficaram com a responsabilidade da garupa da boiada, eu por ter adquirido o único dote com meu avó tive o privilegio de seguir a frente do rebanho com Chico Periquito, e Tião Macaco, tocando meu amigo berrante feito ainda com os chifres de um touro que deu inicio na historia da minha família bem a nossa frente seguia o cozinheiro em uma carroça cheio de mantimentos era tipo uma conzinha móvel do peão, Tião perguntou-me porque eu não participava da comitiva do meu pai, se eu entoava tão bem o lindo berrante, respondi bem que tentei diversas vezes mais sempre era reprovado, porque meu pai dizia que eu só sabia fazer isso e mais nada, berrante por berrante Tião da Foice tocava, recordo que levamos uns quinze dias para alcançarmos nosso destino, quando entramos já nas terras onde a boiada iria ser entregue notei uma pastagem em recuperação e a escassez da água que vinha em uma pica d’água barrenta era a famosa Fazenda Castanheira e pensei comigo quem poderia vim a ser o meu novo patrão?
Depois que deixamos o Walter Morcego o encarregado da fazenda conferir cabeça por cabeça do gado que entregamos, nós retiramos até as baias que não ficava distante, Dente de Ouro pediu para que eu o acompanhasse mais antes queria ouvir mais uma vez o som gostoso do berrante, ele que falou há muito tempo não ouço um verdadeiro som de um berrante e comecei a entoar o chamariz do gado com um toque bem repicado e longo, após realizar a vontade do Dente de Ouro entramos num galpão este que tinham diversas redes armadas e um fogão a lenha e um bule com um saboroso café e uns quitutes feito por Ademarzinho, ele que era filho do Lourival e nascera naquelas bandas do sul do mato grosso Próximo a Costa Rica, depois de conhecermos ele falou aos meus ouvidos a patroinha e que vai gostar de ouvir seu berrante tocar, quando vocês estavam vindos para o galpão e você entoou o berrante eu vi que ela esticou se toda pela janela para ver quem poderia estar tocando, assim que Ademarzinho me falou saiu em direção a sede principal toda feita em acabamento de pedras e algumas arvores com flores ao redor e eu fiquei matutando patroinha... Meu Deus aonde vim parar, a saudade de minha mãe era marcante dentro de mim, e as brincadeiras de infância na rua principal com meus irmãos eram vivas dentro do meu “EU”, depois que escolhi a rede para descansar e passar as noites ela que ficava próximo a rabeta do fogão onde passava um cano grosso este que esquentava a água para um gostoso banho, assim que me troquei isso já por volta das cinco horas de um começar de noite fria onde podia ouvir a alvorada das muitas maritacas no manguezal e sobre o céu ainda cinzento das queimadas um rebanho de andorinhas completava o espetáculo, assim que lembrei de desfazer o embrulho que minha mãe havia colocado em meu bolso este que era de um volume até grande amarrado cuidadosamente, me surpreendi com a quantidade de dinheiro que estava embrulhado nele, com desconfiança de alguém,pois ainda não tinha tanta intimidade com meus novos amigos e aquela cicatriz no rosto do Lourival me assustava, assim que conferi todo valor do embrulho pelo preço que estava a arroba do gado dava para adquirir as duzentas cabeças que eu ajudara os amigos trazerem, pensei mamãe quer algo a mais de mim, mais será o que? Porque só ela ainda acredita em mim? E procurei esconder aquela dinheirada toda em um lugar seguro, estava eu conversando com Ademar quando Chico Periquito chegou já todo perfumado e falou que não precisava colocar lenha no fogo para a janta porque iríamos comer na sede da patroinha, pois a mesma queria conhecer o novo vaqueiro e poder parabenizá-lo pelo toque gostoso do berrante, juro que quis recusar o convite mais fui alertado por Dente de Ouro que o finado pai da tal patroinha não gostava de ter suas ordens não cumpridas e que a filha também não dava rédea para uma recusa como está, falei então e assim vamos lá para ver no que dá, antes desfiz de uma caixa com alguns pertences meus onde mamãe havia colocado por baixo de minhas roupas e botas meu amigo violão, ele que eu chamava carinhosamente de “Xonado”.

Depois que estávamos todos prontos quis saber quantas pessoas moravam naquela casa tão aconchegante, tive a resposta que morava a viúva Dona Carmosina a filha Ágata e Frederico o irmão caçula este que era o segundo a palpitar em alguma coisa, juro que procurei vestir uma roupa das tradicionais do meu costume enquanto os outros eram no traje mesmo de vaqueiro, seguimos em direção a bela sede por um caminho cheio de curvas e esburacado, lembrei que meus caminhos também poderiam ser comparados com aquele que eu seguia no momento, ao chegarmos à varanda principal está feita toda de madeira de lei tipo Jatobá e aroeira, uma mesa extensa toda em madeira e suas cadeiras era da mesma madeira, primeiro sentou-se Lourival e em seguida nós, acho que se esquecerão de falar da Dona Abadia uma senhora de uns sessenta e poucos anos tranqüila e de um cardápio que lembrava as gostosuras preparadas por minha mãe, estávamos já nós servindo quando veio ao meio de nós o tal Frederico um sujeito estranho e desconfiado de olhar baixo como se estivesse querendo esconder alguma coisa, bom deixei pra La afinal eu estava mesmo era querendo forrar o estomago que a horas reclamava de fome, quando começamos a degustar a nossa ou seja a minha primeira refeição naquele lugar eis que surge sobre os degraus da escada esculpida em madeira do famoso e raro Pau-Brasil uma mulher de tão linda podia ser confundida com uma deusa, confesso que arrepiei todo, mais foi um arrepio gotoso tipo querer aquele pedaço de mulher para mim, abaixei minha cabeça e continuei a comer.


Ela sem dizer nada se sentou na ponta da mesa como faz todos os chefes de casa, lembrei na hora do meu pai que tinha esses costumes, assim que ela começou a fazer sua refeição notei que teus olhos forçavam em me ver entre o Chico Periquito e Tião macaco, continuei sem ao menos dar a impressão de que eu notava algo diferente, quando eu pedi licença para retirar fui chamado à atenção por Ademarzinho que sobrou mais uma vez aos meus ouvidos dizendo primeiro ela sai depois agente, quis resmungar mais aceitei, afinal não era tão ruim assim fazer companhia para aquela lindeza toda justamente em minha frente, quando estávamos aguardando para que pudéssemos deixar a mesa, ela deu um tipo limpa garganta para chamar a atenção e perguntou-me com uma voz tão suave... Então você que e o novo tropeiro? Sim... Sim sou eu mesmo aceitei o convite do Lourival para trabalhar na lida com o gado, Ela continuou, tem quantos anos nessa lida? Respondi na estrada e a primeira vez, mais sou filho... Ela me interrompeu dizendo já sei de quem e filho Lourival me falou e eu te pergunto por que não continuou com teu pai? Olha se você não fizer questão de saber eu adoraria, estou na estrada porque quero começar um novo “CAMINHO” e esquecer o que vivi na companhia do meu pai... Nossa até parece que você está fugindo de casa, mais você sabe que vez enquanto tenho que enviar algumas cabeças de gado para as terras do seu pai na época da forte seca não e mesmo? Sim eu sei mais o que vem a ter com minha vinda para cá, caso você não tenha ido com o meu tipo só porque estou nesta roupagem diferente dos outros, pego o caminho para outro rumo agora mesmo! Nossa você e corajoso heim você sabe quem eu sou para falar assim com essa grosseria toda? Desculpe-me se te ofendi e que não gosto que me olham com indiferenças porque posso estar aqui com uma aparência de um cidadão da cidade, mais as aparências se enganam, e é claro que sei quem você e então estou só confirmando para a senhorita que meus trabalhos serão realizados conforme suas vontades! Bom isso e bom eu então gostaria de ouvir o repique do seu berrante enquanto meu irmão estiver entoando uma canção no violão que nós faz lembrar muito papai você tocaria para mim? Sim e claro e também posso colocar o “XONADO” para acompanhar teu irmão na mesma canção! Colocar quem quis saber ela... Respondi meu violão o chamo assim Xonado porque somos iguais só falamos a verdade e tanto ele como eu apaixonamos fácil, fácil.

O filho do Lourival já havia trago o berrante e meu violão com cordas de viola em náilon, assim que Frederico se assentou eu aproximei e fizemos uma palhinha do Chico Mineiro onde alguns aplausos foram ouvidos ao fundo da dispensa era Dona Carmosina e Dona Abadia que juntas sorriam, parece que eu estava sendo aceito por todos ali, ao começarmos a canção do “Menino da Porteira” fiz uns repiques longos que eram ouvidos ao longe que fez alguns bezerros do pasto próximo chegar bem perto onde estávamos, percebi a felicidade nos olhos de todos, já era tarde e ela pediu para que fossemos todos embora, assim que saímos em direção ao galpão ela falou você fica para podermos ajustar algumas coisinhas.

Assentamos-nos próximo a escada em outra mesa em madeira está redonda mais muito linda, a primeira pergunta que ouvi quantos anos você tem? Bom acho que gostaria de saber meu nome também não e mesmo, afinal das contas se e para ajustar algumas coisinhas que sejam ajustados corretos, me chamo Nike e tenho vinte e cinco anos, sou o filho mais velho da família, o que mais você precisa saber? Nossa você parece que está nervoso... Cai matando e respondi mais quem não tem pressa de sair de perto de um monumento igual a você, porque já não estou me agüentando com vontade de roubar-te um abraço e um beijo porque não! Ela levantou rápida e disse pode ir está liberado depois falo com você! Legal tomara que não demore e acrescentei boa noite patroinha.
O tempo e os anos se passarão e até mesmo a perca trágica do maior amigo de estrada partiu Chico Periquito em uma de nossas andanças entre uma fazenda e outra foi atacado por uma urutu à cobra mais venenosa que mata um animal em menos de segundos, imaginem só um homem, o Dente de Ouro foi preciso e não acompanhava mais as comitivas que organizávamos, o mesmo sofreu enfarte por duas vezes, a linda patroinha na época que há conheci possuía teus vinte e oito anos e até nós dias atuais está cada dia mais formosa, e é claro que chegamos a nós entender só não estamos juntos ainda porque o Frederico acha que ele não e só irmão e sim o dono dela e chegou até me intimidar com palavras e acabei perdendo meu parceiro na roda de viola que fazíamos no galpão, o Ademarzinho de tanta persistência dele mesmo aprendeu a tocar o berrante, e aquela enorme casa ficou mais vazia com a morte de Dona Abadia de uma hora para outra, eu depois que tracei meu novo caminho retornei nas terras do meu pai uma vez só, esses tempos atrás e que encontrei Maciel nas imediações de Costa Rica levando uma tropa boa de Tabapuã Nelore puro sangue, agente se falou pouco porque tínhamos que chegar em Cassilandia antes do anoitecer, e assim aconteceu comigo, alguns meses depois em uma negociação com a Dona Carmosina adquiri aquela tão linda fazenda, onde fiquei apenas com quatro dos seis tropeiros que ali trabalhavam, meses depois fiquei noivo da então eis patroinha e nós casamos em meados de hum mil novecentos cinqüenta e seis no recanto relíquia, e mostrando para mim mesmo que podemos sim acreditar em CAMINHOS diferentes e vencê-los e venci acho eu se ficasse na companhia do meu pai seria apenas só mais um de seus filhos, veio morar comigo minha mãe e vovó Iracema, Dona Carmosina muito adoentada mudou-se para cidade levando com ela o sinistro Frederico o Lourival foi assassinado próximo a serra da Lagoa Santa já na divisa com Itajá vieram vingar a morte de um coronel de terras que Lourival havia matado Anos atrás, agora compreendo onde ele realmente conseguiu aquela cicatriz, ainda com muito trabalho junto as minhas terras adquiri um maquinário desacreditado por muitos fazendeiros da minha região e depois de um mês a água jorrava pelos campos afora em abundância, aonde o verde dos meus pastos eram infinitos, passei ajudar muitos dos meus vizinhos de cerca, e alguns que viam de longe com sua boiada, inclusive o homem que não me acreditava meu pai, assim fiz da minha vida o esteio para o meu Caminho, onde eu e minha amada obtivemos três filhos os quais ficaram frente a lida de tudo após nosso desencarne, e cada um honra com muito amor e sinceridade o caminho que deixei para cada um.

Pelo Espírito



Gabriel.



segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O Riacho

                                       

Entre as montanhas, podia ouvir ao longe o som dos pássaros, e entre a mata virgem que demonstrava tamanha tranqüilidade para quem ali chegasse.
Plínio Gonzaga, dono de uma bela casa de campo naquelas redondezas, não poderia imaginar que ali nascia ha fonte de vida para muitos, suas terras eram tantas que em suas cavalgadas diárias não conseguia caminhar um terço das mesmas, em um final de ano recebeu a visita de seu irmão Sandoval e de alguns sobrinhos, que se maravilharam com o que viram ali, nem mesmo os comprimentos fizeram e saíram em disparadas quintal a fora.
Já era 15: horas e o tempo era aconchegante para um lazer entre família, entre tantos afazeres Silvia esposa de Sandoval preferiu acompanhar a sogra Valeria a preparar o jantar daquela noite, onde a galinha com quiabo era o prato predileto da casa, Plínio já havia providenciado algumas frutas e preparou um suco de bom paladar, a rede da varanda estava ocupada por Valente o cão da família, este que só obedecia A Plínio Gonzaga algumas pessoas diziam que tanto Plínio como o cão se falavam.
A noite se aproximava e as crianças por nomes de Gilberto e Dolores, não apareciam fato que fez Silvia a mãe cobrar preocupações ao marido, este que respondeu criança da cidade e assim mesmo quando está na roça e tudo novidade, não demorou mais que uns 15 minutos, Dolores com um vestido vermelho este que havia se rasgado ao passar por baixo de uma cerca com arames e perguntou a mãe, o Gil já esta aqui? Agente se perdeu lá no manguezal, e eu consegui voltar por ter deixado minha pregadeira na porteira de entrada, e Gil seu tênis, mais encontrei só o meu pertence, meu deus já e noite onde estará aquele moleque, falou Silvia.
Preocupados com o garoto Plínio e Sandoval, reuniram alguns homens montaram nos melhores cavalos e seguiram mata adentro, cavalgaram por diversas glebas de terra e quando não podiam mais ver entre a escuridão retornaram, D Silvia os aguardavam na trincheira com as mãos tremulas em companhia de sua filha, os homens exaustos deram a noticia de que fizeram de tudo mais nada encontraram a não serem animais de diversas espécies.
Tanto o pai como a mãe de Gilberto abraçaram e juntos lamentaram aquela desgraça entre eles, e foram consolados pelos proprietários da casa, antes do sol aparecer entre as montanhas todos após o café partiram em busca de Gilberto, cada um tomou uma direção diferente e em gritos que podiam ser ouvidos a quilômetros dali, passava do meio-dia todos estavam cansados e os cavalos necessitavam de água, não tendo noticias alguma Silvia resolveu pedir ajuda da cidade,  por volta das 16: horas uma corporação dos homens de resgate já estavam mata adentro tendo apoio aéreo, as buscas não tiveram êxitos, após 3 dias do desaparecimento de Gilberto, Plínio Gonzaga que era muito conhecido naquela região montanhosa, recebeu a visita de um velho com barbas brancas e grandes com uma bengala na mão esquerda este que necessitava de apoio, pois seu pé direito trazia uma seqüela enorme e fedorenta, assustado Plínio não se aproximou muito, e pediu para que aquele homem sentasse e explicasse o que queria ali aquela hora da noite, antes de se explicar o velho disse estou com fome e sede, o que levou D Valeria arrumar a comida enquanto Silvia lhe trouxe um copo com água e juntas serviram aquele sofrido homem.
Valente o cão ficou a distância, como se estivesse vendo um leão em sua frente, após comer e matar sua sede o velho falou “Aqui nestas bandas tem mistérios que ninguém conseguiu desvendar, e as maravilhas e belezas que parecem serem virgens não existem” já ouvi boatos de que lá nas matas mais profundas esconde se a chamada fonte de vida, e olhando para Sandoval continuou, meu senhor porque não chega até lá, vai ao dorso do “RIACHO”, o velho foi interrompido por Gonzaga que falou, há anos tenho essas terras e nunca vi se quer um lago! Calma falou o velho eu também não via tanta ignorância igual a seu ha tempos, se querem ter boas noticias vão até o riacho, mas, só vocês.
As luzes se apagaram no momento, onde só puderam ouvir o cão raivando ferozmente entre a escuridão, que foi interrompida com o farol do carro ligado por Sandoval, olharam onde o velho havia sentado e não mais o viram, o prato de comida e o copo com água estavam como recebeu cheio, naquela noite ninguém ali conseguiu dormir, todos pensavam nas palavras daquele estranho homem, podiam ter a certeza de que aquilo que acontecera não passava de fatos sobrenaturais ou espirituais, porque ninguém naquelas condições e de idade conseguiria chegar até ali, pois aquela fazenda ficava a mais de 100 kilómetros da cidade mais próxima e para onde teria ido ele?
Era domingo chuvosa a nuvem prometia chorar o dia inteiro, a família reuniu-se e após algumas sugestões de ambas as partes decidiram pedir ajuda mais Silvia a mãe de Gil lembrou que aquele homem havia dito que se  quisessem ter noticias só eles poderiam obter, que fossem elas boas ou ruins e prepararam café, água, comida, e alguns remédios e partiram desta vez em uma só direção.
Plínio Gonzaga ordenou que Simão tomasse conta de tudo, pois, só voltaria com a criança viva ou morta, D Silvia juntamente com sua sogra e filha ficaram em lagrimas, aonde poderia estar o tal riacho que o velho falou pensava Plínio, e começaram as buscas desde a subida das montanhas passando entre os manguezais e em todo lugar onde uma criança ia procurar para brincar, o dia foi cansativo ao cair da noite as barracas foram montadas a beira de uma estrada que lavava direto a outras terras vizinhas, por volta das 23: horas uma chuva fina e fria começou sem ter hora para cessar, Sandoval o pai do garoto notou que a água acumulada da chuva tinha uma só direção rumo ao centro das pedreiras nas montanhas, aonde veio em seus pensamentos àquilo que o velho havia te falado naquela noite “Só vocês irão encontrar a felicidade” este então pegando uma lanterna e uma proteção contra as águas frias que caiam naquele momento saiu em plena escuridão, desta vez sozinha, pois o cansaço já fazia com que os outros dormissem profundamente, andou por mais de dois ou 3 horas e não era mais possível avistar o acampamento e nem sabia direito de qual direção tinha vindo, quando mais andava o volume da enxurrada aumentava, por volta das Cinco: horas da manha que devido às chuvas que caiu durante a noite estava nublado, e sentindo estar em um lugar estranho ouviu aquela mesma voz que ouvira na noite anterior, era à voz do velho que lhe falou “E aqui mesmo você está quase lá” caminhou mais um pouco viu novamente aquele velho que não mais tinha as mesmas feições anteriores, a queda de água que caia do pico interno mais alto da montanha, não te assuste pediu o velho sente-se está e a fonte de vida e é aqui o “RIACHO” e suas águas são cristalinas e puras, sua criança chegou aqui traga por mim em forma de um cordeiro, onde... Cadê meu filho devolva-me ele, calma seu filho nunca pensou encontrar você novamente, ele está bem, pois seu espírito o salvou, e nesses dias estive cuidando dele porque se você não sabe você também se perdeu, ou sabe em que direção vai voltar? Sandoval olhando em sua volta pode ver as maravilhas em teus olhos, a queda da água trazia um brilho de pureza e um aroma de vida.
Enquanto se maravilhava ouviu o filho chamar, pai... Papai este que emocionado ao ver o garoto nos braços daquele homem que na noite anterior havia trago medo e uma noite de insônia, ele sentou-se e Sandoval pode ter o filho outra vez junto ao seu peito, e o velho não fazia mais o uso da bengala e sua perna era até mais sadia do que o normal, o filho falou pai eu me perdi de Dolores entre a fumaça do manguezal e sem ter noção para qual lado deveria seguir, foi quando uma ovelha apareceu do nada em minha frente, e como se estivesse me convidando a acompanhar aqui cheguei e o que e engraçado pai, e que nesses dias todos não comi nada, só a água que bebi me fortaleceu e não tive fome alguma, o velho interrompendo aquele encontro falou “seu irmão não sabe mais por diversas vezes eu caminho lado a lado com ele para que não venha ter o mesmo destino que essa criança” e é por isso que ele nunca encontrou esse lugar e nem encontrara, pois sua ganância e maior que sua própria vida e não saberá viver entre essas fantasias desse lugar, nem mesmo você conseguira retornar aqui, mais fale para todos o que seus olhos registraram , diga que aqui e a fonte da vida o “RIACHO” de luz, mais só os merecedores necessitados em se harmonizar espiritualmente passaram por esse momento, seu filho lhe transformou, tanto você como ele viveram unidos mesmo depois de suas mortes, e não se preocupem com seus amigos, Sandoval e o filho puderam ver aquele homem flutuar sobre o “RIACHO” e desapareceu deixando uma luz atrás dos mesmos, esses que de mãos dadas saíram através dela, o que deixou o pai sem explicações foi o fato dos mesmos aparecerem frente à porteira de entrada, onde Gilberto pode reaver se tênis, Sandoval não acreditando falou ao filho, e os outros estão a mais de 2 a 3 horas mata adentro, o garoto lembrou no que o velho falou “não preocupem com seus amigos” pai e filho seguiram rumo à casa ao chegarem não notaram diferença entre os que ali estavam, tanto seu irmão como sua esposa perguntaram por onde vocês andaram heim?
Gilberto olhando para o pai respondeu, estivemos na fonte da vida onde nasce o “RIACHO” e perguntando para a irmã porque você não me seguiu, está que respondeu mais nem lá estive.

                                             
O riacho servira de exemplo para nós mesmos que, às vezes perdemos as oportunidades por não acreditar que nós poderemos ser para muitos uma fonte de vida e verdades mesmo que nosso RIACHO seja o nosso próprio mistério.                     
                                                                         Pelo Espírito
                                                                                     GABRIEL.                          

O Amor de Jorge

... Jorge ainda cansado do dia quando recebeu a notícia de sua mãe que havia algo de errado com seu modo de agir falar e sorrir.
                             Aos 25 anos, trabalhador desde que começou a viver as dificuldades que a vida lhe propôs filho assíduo com as responsabilidades que herdará de seu pai que o fez chefe da casa com três irmãos ambos com 10,15, e 21 anos.
Mesmo com as dificuldades estudou e aprendeu que na vida tudo é possível basta que cada ser acreditasse mais em si mesmo.
                            Luiz um dos irmãos mais novo ainda freqüentava o ensino médio com 15 anos ajudava a mãe depois do colégio os poucos deveres que sobrava em casa, pois, sua mãe Dona Ângela, sempre mantinha o humilde lar sempre pronto, para receber quem ali chegasse.
Com 48 anos ficará viúva do Sr: Natanael, morto ao reagir a um assalto na empresa onde trabalhou durante 12 anos, frente a um cargo que exigia muita experiência e conhecimentos técnicos em explosivos, onde preparava os materiais para retiradas de grandes pedras, para construção de rodovias.
Preocupada com Jorge que cada dia se mostrava diferente com a família não era mais o filho que ao chegar em casa pedia lhe a benção ou não avisava mais mamãe vou dormir até amanha.Isto deixava a mais confusa, o que será como e o porque daquela reviravolta na vida do filho que a fez noites em claro.
Janine a única irmã com 10 anos já com um formato de menina, e com detalhes de uma bela mulher, era sua melhor companheira entendia o momento difícil do irmão e sempre o encorajava com palavras que ele nunca se quer ouvirá de alguém mais experiente.
                             Ela dizia: “meu querido irmão, quando os vales não produzem ervas e pastagens, não tem valor, mais ninguém melhor que ele para reclamar que, não e fértil por não ter cuidados que necessita, e quando consegue por conta própria dar vida a uma rama qualquer passa a ter valor para muitos que não o conhecia.”
Pedindo para que o irmão fosse carinhoso Janine disse para que ele se abrisse com ela mesmo que para ele ela fosse uma pequena criança ingênua, mais que ele soubesse que a menor semente poderá nos dar os maiores frutos para nós fortalecer a respirar novamente, quando se falavam foram interrompidos por Samuel o segundo irmão, aos 21 anos era o único que morava fora do lar, pois o mesmo era casado com Somália hoje com 18 anos de vida, ele apoiava sempre sua querida família no que fosse possível, e por tudo que fazia recebia agradecimentos até mesmo nas suas visitas.
Olhando com preocupação, Janine cumprimentou e saiu deixando os dois a sós, tocando o ombro do irmão mais velho Samuel quis saber o que trazia dele tantas preocupações para com a mãe, este olhando para o irmão que fizera a pergunta e que dias não tinha noticias falou,”Quando o homem nasce, tem seu carma espiritual, e papai me deixou os de vocês e  preocupo tanto que estou confuso no que fazer, sinto as vezes que não me encontro no lugar onde estou ou que falo, as noites para mim vem sendo como anos cheios de sonhos não desvendados por mim quando me encontro ao nascer de um novo dia, Samuel questionou, e isto mesmo que tanto te preocupa?será que não e a empresa ou seus amores?
Jorge respondeu a significado em tudo que me perguntou principalmente no meu “amor”, amor esse que tenho por vocês o meu espírito toma conta do meu físico aos poucos e sinto essa mudança todos os dias e demonstro a vocês que nada tem haver são visões em minha frente mesmo com a luz do sol arrepios de frio quando todos reclamam calor, e minha voz muda a toda hora, e ouviram posso entrar perguntou a mãe, claro mamãe, respondeu Jorge, desta vez mais humilde, no que posso ser útil mãe, perguntou o filho tão confuso de D.Ângela, não quero atrapalhar o seu assunto com Samuel, vim apenas saber se esta tudo bem e trouxer um pouco de café, bom vou voltar para terminar minhas fofocas com Somália e saiu, é então continue mano, bom vou tendo alguns problemas na empresa ouvi uns comentários de que vai haver mudanças nos setores e demissões em massa.
Jorge trabalhava oito anos em uma fabrica de cosméticos de porte não tão famosa quantas outras já existentes, mais você ouviu isto dos seus superiores, continuou Samuel, não foi só no corredor por onde passo e o mesmo comentário, acho melhor ter certeza pra você se preocupar, indagou samuca.
Vou procurar aproximar mais de vocês tanto eu como Somália estamos em condições de ajudar você e a nossa família, Jorge agradeceu a vontade do irmão em ajudar e falou não de forma alguma agente vai se confortando e nós alimentando com o que estiver ao nosso alcance e além do mais você tem sua casa tua esposa e teus compromissos, seus gastos já são o bastante e Somália também não concordaria mais como não concordaria se foi ela que sugeriu essa idéia e disse mais que assim talvez você se encontrasse e mamãe ficava mais tranqüila.
Samuel falou o irmão mais velho acho que não e dessa ajuda que estou precisando o meu físico está bem, não sei mais alguma coisa me corrói por inteiro, pode ficar despreocupado que qualquer desvios entro em contato com você obrigado por esse momento, me sinto mais aliviado graças a Deus.
Abraçando o irmão Samuel despediu-se e foi ao encontro de sua esposa que estava aguardando-o na simples sala de estar junto ha sogra falaram se por mais alguns minutos e perceberam que D.Ângela, se sentiu mais confortável com a visita de ambos.
A noite se aproximava tanto sua mãe como a irmã já estava de saída para ir até a uma assembléia de deus ainda confusa onde procurar ajuda para o filho quando ouviram a sineta tocar frente sua casa Janine mais próxima da porta de entrada atendeu a mesma e falou mamãe tem uma garota que não há conheço procurando pela a senhora e quer te falar sobre o Luiz esse que havia saído desde cedo e não tinha dado noticias, D.Ângela dirigiu-se até a garota, que apresentava um rosto pálido e com as mãos tremulas, que se identificou como Martha, convidada a entrar pela dona da casa, está acompanhou até a sala , Somália quis saber o que levará ela até sua casa, e fez as perguntas, e amiga de meu irmão, ou namorada de Luiz?não..., não e que..., Luiz, a mãe  nervosa disse, fala garota o que aconteceu com meu Luizinho, nisto Jorge apareceu apressado, fazendo com que a cortina que separava os cômodos se arrancasse, e falou; eu já sabia ... eu já sabia, que isto viria acontecer, esse momento já fez parte dos meus sonhos um dos que não consegui desvendar, mamãe seja forte, não sei como te falar com mais calma que esta jovem, mais... Luiz sofreu um assalto frente ao mercado do Lucas foi ferido e não está bem, ...não e isto garota!,a menina sem saber o que falar, profundamente pensou, como ele sabia, isso era inexplicável, olhando para Jorge, Martha confirmou o que o mesmo havia dito, e chorando junto com a família que apressadamente, saíram em direção ao hospital bezerra de Sá, onde obtiveram noticias que os médicos estavam a mais de três horas na sala de cirurgia, tentando salvar a vida de Luiz, o Luizinho da família, no mesmo instante chegou Samuel e sua esposa olhando para mãe falou, porque tudo de mal está nós acontecendo, porque meu deus, abraçando a mãe e confortando-a, disse abrace me mamãe assim forte, estaremos ao teu lado para apoiar você neste momento.
Sr: Asdrúbal, um dos sócios da  empresa onde Luiz trabalha, também chegou assim que soube do ocorrido, oferecendo ajuda  no que fosse preciso, alguns funcionários também marcaram presença, as horas foram se prolongando um dos médicos que cuidava do caso de Luiz aproximou da mãe,  e disse, o garoto está passando por uma cirurgia muito delicada, e necessita urgente de sangue, o resultado mostra que e sangue O, positivo, se alguém da família quiser ser o doador que tenha o mesmo tipo tem que ser rápido, foi quando Jorge se manifestou... eu doutor, eu vou doar o que for preciso para que ele faça parte da nossa alegria, sendo encaminhado o mais rápido possível pelos para-médicos até ao local para que pudessem fazer a coleta do referido sangue, levado a uma sala próximo aos fundos do hospital, onde foi feito  doação para o irmão, no  momento em que era recolhido o material Jorge teve em sua lembrança o que o pai lhe falará certa vez: Meu filho, tenha sempre em seu coração o amor , bondade para com todos, esteja sempre  frente dos problemas que surgirão em casa, você será o protetor do lar que junto estaremos construindo, não importa onde eu esteja, estarei sempre ao seu lado, as palavras do pai fez  com que ele preocupasse mais e pensou... até parece que papai previa a sua morte.
Continuou sua viajem em pensamentos, tenho tudo ao meu alcance mas estou tendo dificuldades para alcançar, procuro entender o que realmente me segue, esse frio e arrepios que sinto o que será?
Alguns minutos depois sentiu um ar que fez o mesmo se sentir como gelo, e notou a presença do pai através do reflexo produzido no espelho, que separava o ambulatório da sala de espera, como se falasse ou tentasse dizer alguma coisa, mais Jorge pode ouvir perfeitamente... Filho, prepara-se pois seu irmão irá necessitar muito mais de você , coloque Jorge o seu amor, à frente e terá a solução, a benção de seu pai que tanto em ti confia..., quando voltou a sentir tudo e reconhecer os que te falavam ao lado dele seus irmãos, mãe, dizendo que  horas tentaram comunicar com ele, neste instante dirigiu-se até a sala de cirurgia, preocupado com o que o pai havia te falado, sentado frente  sala da u.t.i tentando ter noticias do irmão, amparado por Janine pelas mãos, essa que jamais deixou de perceber as reações do irmão, sentaram-se e Jorge podia ter a certeza de que em espírito não estava só no momento, sentiu várias forças positivas, impedindo a entrada de espíritos que lutavam para levar o de Luiz, ao receber a visita do pastor Ariel, sentiu-se pior do que antes, pedindo para que o mesmo se retirasse com um tom de voz que fez medo nos que ali estava.
Logo após o ocorrido Dr:Omar chamando a mãe ao lado e falou, que o filho teve uma reação “contrária” que esperavam, e necessitava com urgência de um transplante de medula óssea, se entre os conhecidos do mesmo havia alguém para a doação, desesperada e em prantos a mãe olhando para alguns familiares que ali se encontravam  pediu apoio, sua pequena Janine com apenas seus dez anos de vida foi a primeira a se colocar a disposição e propôs ajudar o irmão, os médicos disseram que era um pouco arriscado, mais tinha sentido a reação da garota, se a família concordasse era a única saída pois era de emergência, quando todos estavam em dúvidas ouviram uma voz meiga, suave e amigável e ouviram as palavras de Jorge:está luta e minha, faça de mim o que for necessário para salvar Luiz, mesmo que seja um sacrifício eis me aqui.
Todos viram, o tão grande AMOR, de Jorge  com a família, ao entrar na sala para exame, os médicos disse, que Jorge tinha 90% em salvar o irmão, só que passaria por risco de vida e suas chances era de 99% de óbito.
Com lágrimas em teus olhos falou... Dr: faça o que for necessário no momento não me interesso ficar com essa dor em meu peito, só quero e ver meu pequeno e adorado Luizinho sorrindo novamente... mesmo que eu não esteja aqui para fazer parte dessa felicidade, e começaram os preparativos para o transplante, era um dia chuvoso de nuvens carregadas e relâmpagos que assustava a todos , o vento era intenso e as horas iam se passando como um piscar de olhos, Janine segurando a mão do irmão disse: lembre-se no que te falei um dia, os vales que não produzem serão reconhecidos pela rama que ele próprio, criou e Luiz talvez pode estar no lugar de um vale a espera que plante nele a raiz da vida, e você será o adubo para que ele possa ser  repleto de bons frutos, e juntos colherão a felicidade dos que descobriram, vocês. 
O transplante teve inicio as 12:30, do dia 15/6/80 e o tempo não dava trégua, como se todos os espíritos estivessem chorando...os familiares com suas orações voltadas há, “Deus” pedindo para que tudo ocorresse bem, que iluminasse os médicos e a família, Jorge como se estivesse despedindo falou:amarei vocês todos os momentos do meu “eu”, posso estar aqui ou junto ao pai mais não esquecerei e não desamparei quem tanto amo.
Com lágrimas nos olhos, Samuel fez um gesto de positividade e disse, estaremos aqui para abraçar você... por volta das 20:40 horas, a primeira noticia dos médicos que realizaram atendimento ao caso, e falaram que tinha sido um sucesso o transplante, para a felicidade da família e amigos que ali estavam, o medico continuou que Jorge ainda guardava cuidados, já Luiz, estava fora de riscos Sr:Asdrúbal, desta vez com sua esposa por nome Soaria, estavam presente, Soaria e Asdrúbal faziam parte de uma doutrina espírita naquela cidade e comentaram que  dias e meses percebiam uma força espiritual muito forte em Jorge, e que já haviam convidado  a fazer uma visita a casa espírita, mais sempre dizia que não queria levar tristezas principalmente a sua mãe, ao ouvirem o comentário da simples Senhora, tanto a mãe como Samuel, falaram se realmente Jorge se recuperasse sem complicações eles seriam suas companhia para irem até o templo espiritual, ao qual acabarão de conhecer através de Soaria.
 Jorge, realmente se recuperou de tudo o que havia sofrido, pálido mais o que não deixou abatido pois, foi se recuperando com os dias que passou no hospital, a alegria que vinha da família encorajava-o mais ainda, principalmente ao ver Luiz sorrindo novamente, que agradecia o irmão a todo instante, por ter lhe dado outra vez  oportunidade de respirar o oxigênio da vida, passaram-se os dias, meses e tudo voltou como era antes, a família sentia-se mais unida do que antes, até os vizinhos propuseram ajuda, com seus esforços e muita fé em Deus, Jorge voltou a sua jornada de trabalho, onde todos tinham como herói, as mudanças realmente aconteceram, demissões foram precisas pois a empresa passava por dificuldades, mais ele permaneceu, não pelo o que atravessara meses atrás, mais era indispensável para qualquer setor, ainda mais depois de sua promoção, Jorge recebeu de Sr: Asdrúbal a missão de chefiar a secção de cosméticos, onde a maioria dos funcionários era do sexo feminino, com o passar do tempo, conheceu uma das funcionárias que sempre chamou sua atenção, era uma morena com os olhos verdes de uma aparência encantadora, seu nome era fácil de lembrar imaginando o sol, pois o nome referia o mesmo Girassol, com 24 anos e a 3 trabalhava no setor que ele agora ia comandar conforme as ordens da empresa, procurando a mesma Jorge a convidou para que ela o acompanhasse, para que pudessem se conhecer melhor, e começaram a sair pela a felicidade de toda família, e se conheceram saíram uma ou duas vezes,  Girassol tinha duvidas se Jorge realmente estava certo, não deixando o tempo passar ela falou que tinha algo importante para falar com ele, e talvez  não aceitaria a situação que ela vive e falou:Jorge, talvez  devêssemos parar com nossos encontros, pois o que tenho para dizer e que eu acho que nem você esperava ouvir, faço parte de uma doutrina espírita, e tenho muitas missões para realizar, a não ser que você me acompanhe, ou sua religião não te permite?calado e com o pensamento voltado no que a sua nova companheira falou, respondeu  vou com você, mais primeiro tenho que falar com minha mãe, ao comunicar  esta concordou de imediato, e abraçando o filho disse eu também vou com você, assim poderei saber com quem você realmente está caminhando, mamãe , retrucou ele porque tanta preocupação sou apenas mais um que também tem sentimentos e nunca escolheria para caminhar ao meu lado para dar preocupação beijou-a carinhosamente e saiu, na véspera de domingo sua mãe ligou para o filho Samuel, avisando que acompanharia o irmão até o centro espírita com o irmão, Samuel que dispunha de um veiculo disse estarei  bem cedo iremos também eu e Somália, observando o que a mãe comentava Luiz  falou irei com vocês, pois sinto que a luz que me deu nova vida veio do mundo espiritual, e meu espírito necessita de esclarecimentos, o que levou a mãe pensar se todos estão de acordo levarei Janine com agente para participar desse momento, não passava das 6:30 horas  Samuel já esperava seus familiares com ansiedade, se reuniram e saíram quando chegaram ao local combinado Sr:Asdrúbal já o esperavam, as 9:20, teve o inicio dos atendimentos espirituais, o que chamou a atenção de Jorge foi o nome que o centro tinha seta branca dos vales espirituais , a família ficou a vontade e foram sendo atendidos, primeiro os irmãos, depois a mãe e por ultimo Jorge que mais demorou  ouvir a entidade que o atendeu por nome, pai Pedro do cerrado mais percebeu que o espírito que te falava era o próprio pai, confuso perguntou e meu pai que está ai? A entidade respondeu: seu sol interior, com seu espírito espartano trabalha junto com o espírito de luz do seu pai, no mundo encantado dos montes de Sinai é e por isso que teu semblante às vezes se confunde e você se perde, encontre dentro de você mesmo os teus esclarecimentos procure apoiar mais os teus sentimentos, aos sentimentos da espiritualidade, prepare teu coração e o da sua família porque mais uma perca vocês sofreram. Ao ouvir a entidade agradeceu e saiu junto com sua família, uns satisfeitos no que ouviram outros ainda perguntando, será que poderemos confiar... a família notara a tão grande diferença  de Jorge. Os dias continuarão e os meses se passaram, a família cada vez mais unida, só Jorge começou a freqüentar a casa espiritual, e nesses dias pode ter a certeza que tudo no seu lado espiritual havia mudado, o que sentia antes, como aparições de imagens, falas diferentes, arrepios e frios, não faziam mais parte de seus dias, mesmo com o passar do tempo ainda preocupado no que a entidade lhe falara sobre a perca em família mais qual perca , em que sentido quem seria! e ficava hora em pensamentos, por achar que tinha o direito de estar sempre no escritório da empresa aproveitou a oportunidade para falar com Asdrúbal, seu superior, Senhor acho que estou passando por experiências que não vivi antes, agora sinto meu coração , amigo, compreensivo só falta alguns complementos para minha vida física, com meus amores, minha família, amigos etc.
As preocupações,já me tomam conta não venho tendo a coragem para mais nada, e sinto que a cada instante poderá haver uma tragédia na minha família, será quem?
Com tanta preocupação acontecendo na vida física de Jorge, levou a querida namorada a desistir de seguir e ajudar, para que ele tentasse se reencontrar e se achar em condições para amá-la como queria ser amada, Jorge chorou a perca da companheira e sentia que isso poderia ser uma das percas que a entidade te falou, e seguiu em frente não sozinho pois muitos te adoravam, os anos se prolongaram e  se ajustando conforme o merecimento de cada ,Luiz o irmão que mais trabalho  deu durante seu inicio de vida, depois de passar por maus momentos decidiu seguir sua jornada profissional no mundo físico,como um bom condutor motorista de caminhão, e seguiu mundo  fora , sempre com a proteção da mãe que no momento sentia perder o filho pela segunda vez, mais que desta seria para seu momento individual, e independência física, depois da partida de Luiz a família se sentiu reduzida pela falta do sorriso constante de seu Luizinho, passando mais que um ano de ausência do irmão e já não bastasse ha saudade que corroia teu coração, veio acontecer justo neste momento o que a entidade falou a Jorge, só não esperava a partida de sua mãe, para a tristeza geral da humilde família que agora perdia seu esteio principal, com a morte de D.Ângela a vida para os filhos ficou sem sentido o que levou Janine a ter toda certeza que ainda existirá um reencontro com a mãe, nos planos espirituais, fato esse que a fez procurar um internato para freiras e até os dias de hoje segue nesta roupagem, confiante ainda em rever a mãe e a todos que ama um dia no espiritual.
A vida continuou para os outros da família, e no encontro dos irmãos Jorge falou que sonhara com um grave desajuste na vida de Samuel, este que sorriu e falou está brincando não e Jorge, saíram para caminhar um pouco e Samuel falou que naquela semana viajaria junto com sua esposa, atrás de novos negócios que ajudaria na renda familiar, com isto Jorge ficou só naquela pequena e humilde casa, onde parecia ouvir a voz de sua mãe, e lembrou quantas vezes chegou sem  falar algo com a mesma, e chorava por dentro a ausência de todos, noutro dia ao chegar na empresa sentiu que todos olhavam com preocupação, ao entrar deparou com Sr: Asdrúbal que lhe disse preciso te falar, seja forte porque a noticia não e agradável, o que foi perguntou Jorge? Carinhosamente o chefe falou, meu filho seu irmão teve uma perca muito grande, sofreu um acidente onde o carro teve perca total, pegou fogo , mais Samuel teve a sorte de sobreviver, sua esposa não teve a mesma  e veio a falecer... a meu deus que será de mim em lagrimas resmungou , perdi  a metade de minha vida com a partida de meu pai, minha mãe e agora minha querida cunhada, e meu irmão onde está?como posso encontrar?
Ao saber noticias do irmão pode ter a certeza que pela segunda vez algo no espiritual o protegeu pois ninguém suportaria tantos ferimentos com gravidades iguais a que Samuel sofrera, o pai que sempre vinha em seus pensamentos antes, agora não dava mais sinais, nem em teus sonhos e teve a consciência de que o pai tinha se reencontrado no mundo espiritual, pois o amor de Jorge sempre foi a favor da família,  quando passa em frente o kilão  do Lucas lembra do fato ocorrido com Luiz, Sr:Asdrúbal a principal luz no caminho de Jorge e proprietário da então agora super empresa de “Cosméticos multinacional” hoje  uma das 4 melhores, fábrica, no ramo e que confiou a Jorge o cargo de GERENTE, geral de suas empresas fato esse que fez D.soaria esposa de Asdrúbal, confiar a mão de sua única filha ao então querido genro Jorge, que passou a fazer parte de uma família onde nunca fez com que esquecesse da sua, o casamento foi realizado no centro espírita onde todos se confraternizarão mesmo com a ausência de alguns entes queridos, pode sentir os espíritos de sua MÃE e PAI, a noiva com seus 23 anos se chamava Geisebel, uma linda loira de estatura mediana e muito atraente, e o AMOR de JORGE, aumentou ainda mais e teve motivos para sorrir novamente.                                                              
               
                                           * ha vezes na vida recebemos missões com as quais não sabemos conviver quando deixamos a Humildade a Tolerância, a espera de nossos merecimentos temos a certeza do que nos levara aos nossos esclarecimentos nada mais e o AMOR acima de tudo mesmo que seja pouco mais VERDADEIRO.*
                                                                                          
                                                                                                                                                                                                                                                                     Pelo Espírito
                                                                                                            GABRIEL.